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Jogo dos Mambas na RAS custa ao Estado entre 1,5 e 2.5 milhões de Meticais

Assustador, escandaloso e revelador do fardo pesado que o Estado e os moçambicanos carregam pelo facto de os Mambas jogarem fora de casa, por falta de um recinto com padrões recomendados pela Confederação Africana de Futebol (CAF)!

O duelo entre Moçambique e o Ruanda, agendado para o dia 2 de Junho no FNB Stadium (Stadium), pode acarretar ao Estado moçambicano, pasme-se, o pagamento de um valor monetário de 1.5 milhões de Meticais, segundo uma nota enviada pela Federação Moçambicana de Futebol (FMF) à Secretaria de Estado de Desporto (SED) a que o “O País” teve acesso.

É que, com o Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ) sem requisitos para acolher jogos internacionais, os Mambas não só se transformaram numa equipa ambulante como também forçam o país a encontrar soluções para realizar partidas noutros pontos do continente. Ora, no caso específico da partida inaugural da fase de qualificação ao CAN Costa do Marfim 2023, a Federação Moçambicana de Futebol identificou o FNB Stadium como palco do jogo com os ruandeses. Tal, claro, tem custos a serem assumidos pelo Governo, que já recebeu uma cotação feita pela Federação Moçambicana de Futebol que apresenta valores incomportáveis para jogo com ou sem público.

Sem presença de espectadores nas bancadas, a Federação Moçambicana de Futebol teria que pagar o valor monetário de ZAR 280.787,50 (duzentos e oitenta mil, setecentos e oitenta e sete Rands e cinquenta cêntimos), correspondente a 1.207.386,25 Meticais (um milhão, duzentos e sete mil, trezentos e oitenta e seis Meticais e 25 cêntimos) ao câmbio do dia.

Dispendioso para a selecção nacional jogar com público, o órgão reitor do futebol moçambicano seria obrigado a desembolsar ZAR 597.854,50 (quinhentos e noventa e sete mil, oitocentos e cinquenta e quatro rands e cinquenta cêntimos), correspondente a 2.569.613,35 Meticais (dois milhões, quinhentos e sessenta e nove mil, seiscentos e treze Meticais e trinta e cinco cêntimos) ao câmbio do dia.

“Deste modo, e conforme demonstram as cotações em anexo, o custo de realização do jogo sem espectadores é de ZAR 280.787,50 (Duzentos e oitenta mil, setecentos e oitenta e sete Rands e cinquenta cêntimos). Caso se pretenda que o jogo se realize com a presença de espectadores, o custo supracitado terá uma adição de ZAR 317.067 (Trezentos e dezassete mil e sessenta e sete Rands), totalizando, então, ZAR 597.854,50 (quinhentos e noventa e sete mil, oitocentos e cinquenta e quatro Rands e cinquenta cêntimos) ”, lê-se na missiva enviada pela Federação Moçambicana de Futebol à Secretaria de Estado de Desporto.

Serve de referência recordar que a gestão e manutenção do Estádio Nacional do Zimpeto acarreta aos cofres do Estado cerca de 80 milhões de Meticais por ano, valor incomportável. Daí que a solução passa, neste momento, por trespassar a gestão para sul-africanos, que estão em conversações com a Secretaria de Estado de Desporto (SED).

Num passado recente, os Mambas foram obrigados a jogar no Marrocos a fase de qualificação para o Mundial Qatar 2022, numa escolha sem igual que alimentou calorosos debates na esfera desportiva e não só, e colocou os adeptos com os cabelos levantados.

Telegráficos, os dirigentes da FMF justificaram que esta era a melhor opção para a selecção nacional de futebol jogar na RAS.

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