O cenário é sombrio em Cabo Delgado. Duas nuvens sobrecarregadas tingem o mesmo espaço, não se podem esquecer as feridas não saradas abertas pelo Kenneth, haverá álcool-gel suficiente para desinfetar as armas?, ou não precisam de máscaras as sobreviventes almas desalmadas de um destino mais digno? Será que as máscaras dos ontem “insurgentes” hoje “terroristas” foram feitas salvaguardando a tónica de três camadas recomendáveis?, que venha vigilância epidemiológica da sns averiguar a real situação.
O que mais se pode esperar dessa fatídica realidade que cresce diante do olhar impávido de quem disse este país ter tudo para dar certo, onde está o tudo para dar como certo nesta guerra que cresce a olhos fechados?, quanta pólvora é suficientemente para estancar a pandemia do medo, imposta pelos carniceiros do norte?, será o pão, o doce, ou umas três moedas sujas que fazem com que os jovens em Cabo Delgado sujem a alma, o futuro e o nome de Moçambique, dentro e além-fronteiras?
Ainda há poucos dias foi notícia no mundo: um traficante-mor procurado a três décadas foi aqui capturado em Moçambique. “e o Chang quase esfuma-se da curta memória desse povo que têm de pensar no prato de comida para a quarentena de todos os dias, nas ínfimas moedas para às máscaras, enquanto isso os deputados pensam como reintegrar-se com três milhões de meticais encaixados ao bel-prazer, é caso para não dizer nada apenas chorar, prantear do medo que representa a vida nesse país, hoje e como sempre foi, “mas eternamente não, patrão”, como diria o velho Zé, ó por lembrar-me do soba, sobem-me à memória o “eles foram lá” foram lá mesmo, mas dessa vez encontraram os outros mascarados, com a arma na esquerda e alcorão na direita.
Se houvesse investimentos nos e para os jovens, quanto se pouparia do aluguer do “gazelle” e no vexame militar que passamos internacionalmente? Falou-se e repudiou-se, ainda das redes sociais, como um novo desafio: Cabo Delgado também é Moçambique!, E o quê é Moçambique, senão a fonte da loucura e mais loucura? Porquê tanta xibaba para integrar alguém já integrado e imunizado?, Esse é sem duvidas um país de loucos, e como loucos faltam-nos as camisas de força para fabricar máscaras, é lá vem o friozinho de junho para incubar a nossa agonia. Ó junho da nossa insistência. Quem dará hoje o último tiro para fechar o ciclo começado em Chai?
Historicamente fizeram-se avisar a todos da audácia maconde, E então?, já não se fazem macondes como antes? Eis que o mapiko se ergueu onde surgiu, não bastou o primeiro tiro, precisamos de tiroteio completo, camarada, esses miúdos que mal sabem comunicar-se em português, afinal sabem oficialmente disparar, é preciso pará-los! Precisamos de novas zonas libertadas das mãos desses jovens desempregados. Mas, será que precisávamos de mercenarismo?, que atestado de incompetência está a passar-se as forças de segurança? parece-me que é o mesmo atestado, carimbado e autenticado, passado à nossa justiça a quando da extradição do Chang-suga, ninguém o queria aqui pelas razões óbvias, ou da nossa educação exibida na “têvêemi”.
Quem chupa o mel dessas ferroadas todas?, uma vez que andam em quarentena às voltas as abelhas. Moçambique quem ti viu que te esqueça jamais, agora nada está maningue nice como era antes, quando apenas a pobreza nos apoquentava, hoje há pólvora e sangue em demasia perfumando e regando as machambas dos camponeses sem norte.
Era bom que todos fossemos deputados, mudos e inaptos, porém, com contas chorudas e um “baifobaifo”, como dizia DHL, para nos levar a passear embriagados sem represália do Estado de emergência que se bufou do bafômetro dos “bufos”. Então, o que dizer ainda sobre Cabo Delgado? Como fazer para não ter medo do medo destilado em todos cantos, dos nyongos aos tais insurgentes terroristas, passando pelo covid19, a vida não podia ser mais simples, nessa outrora pérola do índico? Uma coisa é certa: não se pode continuar a bater palmas para a hecatombe em Palma.