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Investimento da Nigéria em Moçambique atinge 44 milhões de dólares e deve crescer nos próximos anos

Foto: O País

Moçambique busca parcerias de negócio nas áreas de turismo, agro-negócios, recursos minerais e energia junto da Nigéria. O ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, reitera que o fórum bilateral de negócios que arrancou, esta quinta-feira, vai alargar a cooperação económica entre os dois países.

O investimento da Nigéria em Moçambique entre 2016 e 2021 está avaliado em mais de 44 milhões de dólares americanos, com maior destaque no sector bancário no país, o caso do United Bank for Africa, Access Bank e outras instituições bancárias.

Entretanto, o Governo entende que é imperioso alargar a margem de cooperação económica noutros sectores.

De acordo com o ministro da indústria e Comércio, Silvino Moreno, existem outras áreas que merecem maior destaque e que podem servir como elemento catalisador para ter acesso a mercados internacionais, e contribuir no desenvolvimento dos dois países.

“As cadeias de valor e nichos produtivos agrícolas com potencial agro-ecológico, a implantação de parques industriais e mercados abastecedores, na transformação e adição de valor de produtos agro-alimentares, incluindo pesqueiros, no sector de energia e recursos minerais e na exploração do gás natural na Bacia do distrito de Búzi e no sector das infra-estruturas e corredores logístico, bem como no sector do turismo”, detalhou Silvino Moreno, durante a abertura do Fórum de Negócios e Investimentos entre Nigéria e Moçambique.

Mas o apelo do ministro da Indústria e Comércio aos empresários moçambicanos não está apenas limitado nas potencialidades de Moçambique. Para o governante, o quadro legal do país e as medidas de estímulo à economia, anunciadas em Agosto, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, também servem de chamariz para os investidores estrangeiros.

“O Governo concede igualmente um conjunto de garantias e benefícios fiscais aos investimentos em função da sua natureza e sector de actividade e possui um quadro legal que promove e protege o investimento directo estrangeiro e nacional e permite a exportação ou repatriamento de capitais e dividendos ligados ao investimento”, vincou o governante titular das pastas na área da Indústria e Comércio.

Entre as várias medidas anunciadas, está a revisão da Lei de Vistos que, junto ao processo de revisão da Lei de Investimentos em vigor desde 1993 em curso, de acordo com Silvino Moreno, vai contribuir para uma “melhor e maior mobilidade, facilitação e protecção de investimento”.

Para o alto-comissário da Nigéria, o fórum vai abrir espaço na arena das trocas comerciais para que mais negócios possam surgir e, assim, consolidar a economia dos dois países.

“Estamos a usar este fórum para convidar empresários privados nigerianos para que possam vir e explorar as oportunidades de negócio em Moçambique, porque há muitas potencialidades e muitos recursos que precisam de investidores estrangeiros e para que possam servir de fonte de financiamento a diversos investimentos no país e, também, mostrar as potencialidades da Nigéria”, explicou o alto comissário da República Federal da Nigéria em Moçambique, Yamah Mohammed Musa.

Um dos principais objectivos do fórum de negócios é dinamizar o crescimento das pequenas e médias empresas (PME) e, para materializar este propósito, já existem estratégias por parte de alguns empresários moçambicanos.

“Queremos, primeiro, levar os empresários da Nigéria a conhecerem a potencialidades de Moçambique, segundo, promover o intercâmbio entres os empresários dos dois países, terceiro, promover parcerias de negócio e trocas de serviços entre os empresários nigerianos e moçambicanos, promover o investimento e impulsionar o desenvolvimento económico das micro, pequenas e médias empresas de Moçambique e da Nigéria, através da internacionalização dos seus produtos e serviços, por fim, estimular negócios entre os africanos, ou seja, negócios intra-africanos”, especificou o presidente da Câmara do Comércio de Moçambique, Álvaro Massingue.

Um empresário nigeriano que trabalha em Moçambique entrevistado pelo “O País Económico” reitera que o país tem um ambiente de negócio, daí que vale a pena continuar a investir.

“Para mim, Moçambique tem um bom ambiente de negócios e pode aproveitar a Nigéria nas áreas de óleo e petróleo, uma vez que desenvolveu nestas áreas, e acredito que se pode aproveitar nestas áreas, e bem como, na agricultura”, salientou Otieno Salimu, empresário nigeriano residente em Moçambique.

O Fórum de Negócios, que junta empresários da Nigéria e Moçambique, decorre sob o lema “Criar Oportunidades de Parceria, Investimento e Crescimento Económico”, decorre até esta sexta-feira, na Cidade de Maputo.

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