Duzentos e setenta e três mil pessoas foram afectadas pelas chuvas, entre Outubro e Fevereiro, no país. A informação foi partilhada, esta quarta-feira, pelo Primeiro-ministro, Adriano Maleiane, no Parlamento.
Foi durante a sessão de perguntas ao Governo, no Parlamento, que a bancada da Frelimo solicitou ao Executivo que apresentasse um balanço do impacto das chuvas e inundações, a nível nacional, vítimas e grau de prontidão das autoridades.
Na sua primeira intervenção, o Primeiro-ministro, Adriano Maleiane, disse que as inundações afectaram mais de 270 mil pessoas, entre Outubro do ano passado e Fevereiro deste ano.
Maleiane avançou que “as chuvas, cheias e inundações que têm vindo a assolar o nosso país, até o dia 5 do corrente mês, afectaram mais de 273 mil pessoas e, infelizmente, 117 pessoas perderam a vida”.
O governante acresceu que, na presente época chuvosa e ciclónica 2022/23, houve a destruição total ou parcial de cerca de 50 mil casas, 686 salas de aula, 69 unidades sanitárias e 194 postes de energia, assim como foram afectados mais de 11 mil quilómetros de estradas e cerca de 73 mil hectares de culturas diversas.
Para minimizar as consequências, o Governo diz que activou várias frentes, sendo a principal o “alerta vermelho”, que facilitou a sensibilização e disseminação de alertas, avisos e medidas preventivas.
“Estas e outras acções estão a permitir a assistência humanitária em bens alimentares e não alimentares a cerca de 79 mil pessoas afectadas. Estamos ainda a providenciar kits para apoiar os nossos compatriotas que estão, com o devido acompanhamento, a sair dos centros de acomodação transitórios.”
A época chuvosa, cujo término está previsto para este mês, criou danos também em instituições públicas, e o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos garante reposição de algumas infra-estruturas.
“Registou-se, ainda, a destruição de 265 tanques piscícolas, 86 embarcações e 1747 artes de pesca desaparecidas. Foram igualmente registados, cumulativamente, 117 feridos e 117 óbitos, 273 190 pessoas afectadas (54 691 famílias), 69 unidades sanitárias, 46 casas de culto, queda de 194 postes de energia, dos quais 02 de transformação, 11 250 km de estradas afectados, 20 aquedutos e duas pontes destruídas.”
Sobre as vias que estiveram “cortadas”, Carlos Mesquita diz que decorrem obras, visando a retoma da vida normal das populações através de abertura de desvios nos locais com cortes acentuados nas estradas, pontes, aquedutos e outros.
“De salientar que foi reposta a transitabilidade nas estradas que tinham sido cortadas, concretamente os que dão acesso a Timanguene, Mahubo, Boane, Bela Vista e Catuane, na Província de Maputo; Mussassa, Dondo, Búzi, na Província de Sofala; vila municipal de Catandica e Mossurize, na província de Manica; Magige e Lioma; na província da Zambézia; Chalaua, Corrane, Memba, Namahaca, e Matibane, na província de Nampula; Macomia na província de Cabo Delgado, entre outras”, disse.
Já no sector da educação, em que 686 salas de aula, em 1012 escolas, ficaram destruídas, prejudicando mais de um milhão de alunos e 11 895 professores.
“Está em curso a reposição de salas de aula parcialmente destruídas, sobretudo as que perderam tectos. No que concerne a infra-estruturas de grande dimensão afectadas, está em processo o levantamento de danos e necessidades, com vista ao lançamento de concursos e adjudicação das obras de reconstrução das mesmas”, referiu Carlos Mesquita.
Uma vez que a previsão indica para a ocorrência de mais chuva, devido à passagem do ciclone tropical Freddy, o ministro das Obras Públicas diz que a população já começa a abandonar as áreas consideradas de risco e há meios a ser mobilizados para minimizar possíveis estragos.
Aquando da sua primeira passagem por Moçambique, o ciclone Freddy afectou cerca de 30 000 casas e matou 13 pessoas.