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O chefe de uma equipe de especialistas independentes apoiada pela ONU disse ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na quarta-feira, que a Rússia cometeu crimes contra a humanidade durante a guerra na Ucrânia.

Erik Mose, presidente da Comissão Independente de Inquérito sobre a Ucrânia, disse ao órgão de 47 países membros que suas últimas descobertas sobre desaparecimentos forçados, somam-se as evidências anteriores de que as autoridades russas eram responsáveis ​​por torturas relacionadas à guerra.

“Um grande número de civis foi detido e depois transferido para centros de detenção em áreas ocupadas da Ucrânia, ou deportado para a Federação Russa”, disse Møse, acrescentando que  “Eles foram submetidos a violações e crimes graves adicionais, incluindo tortura e violência sexual”, acrescentou.

A delegação da Rússia não compareceu à audiência de quarta-feira na sede da ONU em Genebra.

Pelo menos 400 palestinianos foram mortos, incluindo mulheres e crianças, e mais de 500 ficaram feridos depois de Israel ter lançado extensos ataques aéreos na Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira, informou Mohammed Zaqut, líder do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Dos feridos, “centenas” estão em estado crítico, acrescentou em declarações às agências internacionais.

O gabinete do Pimeiro-Ministro israelita deu instruções ao exército para atacar o Hamas em toda a Faixa de Gaza. Os ataques foram conduzidos no Norte de Gaza, na cidade de Gaza, em Deir al-Balah, em Khan Younis e em Rafah.

O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse esperar que a trégua parcial acordada pela Rússia e pela Ucrânia abra caminho a uma paz justa que respeite a independência, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.

Segundo Guterres, estas medidas representam medidas de construção de confiança que podem facilitar as discussões subsequentes entre todos os atores no sentido de uma redução da guerra”, disse esta quarta-feira António Guterres, que se encontra em Bruxelas.

A Rússia e a Ucrânia trocaram 175 prisioneiros de guerra, na quarta-feira, numa das maiores trocas, desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, há três anos.

Os militares ucranianos libertos foram capturados em várias regiões, incluindo Mariupol, a fábrica de aço Azovstal, Donetsk, Luhansk, Kherson, Kharkiv, Mykolaiv, Zaporíjia, Sumy e até Kursk, na Rússia.

Depois de libertos, na fronteira norte dos dois países, os prisioneiros foram levados para um hospital em Chernihiv, na Ucrânia, onde os familiares aguardavam a sua chegada.

“Hoje é mais um dia em que a Ucrânia traz seu povo de volta. 175 de nossos defensores foram libertos do cativeiro russo. Outros 22 defensores estão a retornar para casa, por meio de medidas além das trocas. Entre eles, estão guerreiros gravemente feridos e aqueles que a Rússia perseguiu por crimes forjados. Todos eles receberão imediatamente a assistência médica e psicológica necessária”, escreveu Volodymyr Zelenskyy na sua rede social X. 

O Presidente ucraniano agradeceu a toda equipa envolvida no trabalho de encontrar prisioneiros de guerra, bem como aos facilitadores da troca 

“Agradeço à nossa equipe por seu importante trabalho em encontrar prisioneiros de guerra ucranianos e facilitar as trocas, bem como pelos resultados que trazem esperança. Também somos gratos a todos os nossos parceiros, especialmente aos Emirados Árabes Unidos, por tornarem o intercâmbio de hoje possíve”, escreveu.

A troca de prisioneiros ocorre depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter combinado telefonemas com o presidente russo, Vladimir Putin, e com Zelenskyy, para discutir as condições do cessar-fogo. Os dois líderes concordaram com um cessar-fogo limitado, cujas discussões ainda estão a decorrer.

O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, manteve hoje uma conversa telefónica com o seu homólogo Ucraniano, Volodymyr Zelensky, para alinhar  a Ucrânia e a Rússia em relação às exigências das partes.  

Sobre o conteúdo da conversa, Trump garantiu estar tudo bem encaminhado e que a Casa Branca poderá partilhar uma declaração mais detalhada com os aspectos exactos das conversações e que será  redigida pelo seu Secretário de Estado, Marco Rubio junto do Departamento de Segurança dos EUA.   

 De referir que a presidência russa já anunciou uma troca de prisioneiros entre as partes e terão sido trocados, 175 soldados ucranianos por 175 militares russos.

Além disso, o presidente russo também deu garantias a Donald Trump de que não iria atacar as bases energéticas ucranianos nos 30 dias seguintes, após a conversa telefónica mantida ontem com Vladimir Putin. 

Pelo menos 13 civis foram mortos, terça-feira à noite, no leste da República Democrática do Congo (RDC), pelos rebeldes do M23, segundo denunciou, hoje, um líder da sociedade civil democrático congolesa, num incidente que dissipa os esforços de paz.

O incidente ocorreu, no território de Nyirangongo, perto da cidade de Goma, capital da província de Kivu Norte, tomada pelos rebeldes do Movimento 23 de Março (M23), em Janeiro passado.

Os relatos surgiram poucas horas depois dos Presidentes da República Democrática do Congo (RDC) e do Ruanda se terem reunido em Doha, numa iniciativa de mediação do emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani.

Os dois Presidentes, Félix Tshisekedi (RDC) e Paul Kagame (Ruanda), discutiram o conflito no leste da RDC, que opõe as forças governamentais aos rebeldes do M23.

No final da reunião, numa declaração conjunta, os três chefes de Estado reafirmaram o empenhamento de todas as partes num cessar-fogo “imediato e incondicional” e os líderes democrático-congolês e ruandês concordaram com a necessidade de prosseguir as conversações iniciadas em Doha, “a fim de estabelecer bases sólidas para uma paz duradoura”.

Relativamente ao incidente de terça-feira à noite, Julien Kinyambisa, líder da sociedade civil de Nyirangongo, disse à agência EFE que as vítimas “eram jovens” e que desconhecia os motivos por que foram eliminados.

Tshisekedi e Kagame deviam ter-se encontrado numa cimeira de paz convocada para 15 de Dezembro, na capital angolana, depois de um acordo de cessar-fogo, assinado em Luanda, em 30 de Julho e que entrou em vigor em 04 de Agosto, ter sido interrompido por novos combates. O encontro acabou por não acontecer, devido à ausência de Kagame.

O encontro dos dois líderes em Doha ocorreu no mesmo dia em que estava previsto o início de um diálogo de paz directo entre delegações da RDC e M23 em Angola, país que também actua como mediador do conflito.

A reunião em Angola não se chegou a realizar, após o M23 ter cancelado a sua participação na sequência da imposição de sanções contra alguns dos seus dirigentes pela União Europeia (UE).

Num comunicado divulgado ao final da tarde em Luanda, o Ministério das Relações Exteriores angolano anunciava que o encontro entre delegações da RDC e do M23 foi adiado para “momento oportuno”, devido a “circunstâncias de força maior”.

O Governo angolano, que assume o papel de mediador na procura de uma solução para o conflito em curso no leste da RDC, assegura que “continua a envidar todos os esforços para que o referido encontro se realize em momento oportuno, reafirmando ser o diálogo a única solução duradoura para a pacificação” naquela região da vizinha RDCongo.

O encontro de Luanda marcaria o início das negociações directas para a paz e inseriria-se nas “diligências levadas a cabo pela mediação angolana no conflito que afecta o leste da RDC”, segundo anunciou a Presidência angolano.

O presidente acusou o governador do Estado de Rivers de ser incapaz de controlar “vândalos” e militantes na região. A suspensão marca a primeira declaração de estado de emergência, desde 2013.

O presidente nigeriano, Bola Tinubu, declarou estado de emergência no estado de Rivers e suspendeu o governador do estado, Siminalayi Fubara, após a  explosão de uma secção do oleoduto Trans-Níger .

Embora a polícia ainda não tenha declarado uma razão oficial por trás da explosão de terça-feira, vandalismo ou sabotagem por grupos militantes não foram descartados.

Em uma transmissão nacional, na terça-feira, à noite, Tinubu disse que recebeu “informes de segurança perturbadores, que detalham incidentes de vandalismo de oleodutos por alguns militantes, sem que o governador tenha tomado qualquer medida para impedir”.

O Presidente acrescentou que não poderia permitir que a “grave situação” continuasse, no entanto, os advogados e políticos da oposição questionam a legalidade da decisão do presidente.

Vazamentos de petróleo são frequentes na região, onde o alto valor do petróleo leva tanto militantes quanto civis a roubá-lo para vendê-lo no mercado negro .

Os ataques israelitas contra a Faixa de Gaza causaram mais de 970 mortes, em 48 horas, segundo um balanço divulgado, esta quarta-feira, pelo Ministério da Saúde do Hamas.

Desde o início da ofensiva, em Outubro de 2023, foram mortas 49 547 pessoas na Faixa de Gaza, segundo o ministério, citado pela AFP.

O exército israelita desmentiu, hoje, um anúncio do Ministério da Saúde do Hamas segundo o qual um trabalhador estrangeiro da ONU teria sido morto e cinco outros feridos num ataque aéreo na Faixa de Gaza.

“Contrariamente a estas informações, o exército israelita não atacou um complexo da ONU em Deir el-Balah”, declarou o exército num comunicado, citado pela agência de comunicação Lusa.

Israel retomou a campanha de bombardeamento na Faixa de Gaza, na segunda-feira, à noite, após uma trégua de quase dois meses, iniciada em 19 de Janeiro. Durante a trégua, o grupo extremista que governa a Faixa de Gaza desde 2007 trocou reféns israelitas por palestinos detidos em Israel.

A trégua deveria ter sido seguida de uma nova fase, mas as duas partes não chegaram a um acordo sobre os respetivos termos. A ofensiva israelita em Gaza seguiu-se a um ataque do Hamas em Israel, em 09 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1 200 mortes de 250 reféns, que foram levados para Gaza.

A secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard, considerou que os ataques israelitas significam que o processo voltou “à estaca zero”.

A polícia da Coreia do Sul vai activar o nível mais elevado de alerta e mobilizar todos os agentes no dia da decisão do Tribunal Constitucional sobre a destituição formal do presidente Yoon Suk–yeol. 

Segundo escreve a Lusa, as autoridades sul-coreanas anunciaram o plano, num esforço para evitar protestos em massa e possíveis ataques a instalações importantes, incluindo o tribunal, no meio do actual clima de tensão política no país. O plano inclui a mobilização de 14 mil polícias de choque em Seul. 

A data exacta da audiência ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que aconteça antes do final de Março.

O Tribunal Constitucional concluiu no final de Fevereiro a análise do processo de destituição de Yoon, devido à imposição da declaração de lei marcial no dia 03 de Dezembro.

Unidades de segurança pessoal, detetives e forças especiais serão mobilizadas ao redor do tribunal, e equipamento anti-drone também será mobilizado para impedir voos ilegais sobre a área, que foi declarada zona de exclusão aérea já na semana passada.

As autoridades alertaram que qualquer tentativa de invasão do tribunal resultará em detenções imediatas.

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