O País – A verdade como notícia

O Congresso brasileiro cancelou as sessões de terça-feira, após o boicote promovido por parlamentares da extrema-direita, que pretendiam apresentar um projecto de amnistia dos acusados de golpe de Estado, que beneficiaria o antigo presidente Jair Bolsonaro.

Com adesivos na boca, os parlamentares da extrema-direita ocuparam as mesas do Senado esta terça-feira,  para demonstrar apoio ao antigo líder brasileiro, Jair Bolsonaro, condenado a prisão domiciliar. 

Os parlamentares também denunciaram uma suposta censura promovida pelo Supremo Tribunal, por proibir Bolsonaro de transmitir mensagens nas suas redes sociais e nas de terceiros.

Face a este cenário, os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre,  cancelaram os trabalhos da plenária, mas insistiram no respeito e no diálogo para discutir os temas da agenda institucional.

Durante os protestos, a oposição prometeu obstruir votações até que o projecto de amnistia dos acusados de golpe de Estado seja aprovado e espera o apoio popular, bem como dos EUA.

Além dos mais de 30 pedidos de impeachment já protocolados no Senado contra o ministro Alexandre Moraes e o apoio público de 38 senadores à sua abertura, a oposição aposta no agravamento dos cenários político, institucional e internacional como gatilho para uma reacção mais ampla e efectiva do Congresso.

O enviado norte-americano, Steve Witkoff, chegou hoje a Moscovo para se reunir com a liderança russa, poucos dias antes do fim do prazo dado pelo Presidente norte-americano para que a Rússia cesse a ofensiva na Ucrânia.

Witkoff “foi recebido pelo representante especial do Presidente [Vladimir Putin], Kirill Dmitriev”, escreveu a agência Tass, citada por Lusa.

Steve Witkoff, braço direito de Donald Trump para “missões de paz” no Médio Oriente e Ucrânia, já se reuniu com o líder russo várias vezes, mas nenhuma dessas conversas levou Putin a mudar de rumo.

As relações entre Moscovo e Washington passaram por um súbito pico de tensão na semana passada, com o envio de dois submarinos nucleares por Donald Trump para locais no globo nunca revelados, após uma discussão `online` com o ex-presidente russo Dmitri Medvedev.

O líder norte-americano deu dez dias, para a Rússia pôr fim à ofensiva na Ucrânia, sob pena de imposição de novas sanções.

Por outro lado, Donald Trump ameaçou impor “direitos aduaneiros secundários” aos países que continuam a negociar com a Rússia, como China e Índia.

Questionado na terça-feira, na Casa Branca, sobre se iria impor sobretaxas de 100%, o dirigente indicou que “nunca falou em percentagem, mas que [os Estados Unidos] irão fazer muitas coisas nesse sentido”.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou, na terça-feira, aos países ocidentais para que “intensifiquem a pressão” sobre os lucros das petrolíferas russas.

Zelensky anunciou ter discutido as sanções contra Moscovo e a cooperação militar, por telefone, com Donald Trump, mencionando na plataforma Telegram um “projecto de acordo sobre `drones`”.

Donald Trump tem manifestado publicamente a frustração em relação a Vladimir Putin.

Falta de financiamento para ajuda humanitária ameaça os esforços de Uganda, país que acolhe cerca de 600 refugiados por dia desde o início do ano,  a maioria vindo do Sudão do Sul e RDC, devido aos conflitos.

Há cada vez mais refugiados a procurar por segurança no Uganda, um dos maiores países africanos que acolhe os “sem teto”. 

Desde o início de 2025, uma média de 600 pessoas por dia chegaram ao país, com a expectativa de que este número chegue a 2 milhões até o final do ano.

Actualmente, Uganda abriga 1,93 milhão de refugiados, dos quais mais de um milhão têm menos de 18 anos. No entanto, a resposta humanitária enfrenta uma das piores crises de financiamento em décadas, segundo as Nações Unidas.

A Diretora de Relações Externas do ACNUR visitou recentemente centros que acolhem refugiados sudaneses e sul-sudaneses em Uganda e alertou que mais crianças morrerão de desnutrição, mais meninas serão vítimas de violência sexual e famílias ficarão sem abrigo ou protecção, a menos que o mundo se mobilizasse, já que o financiamento de emergência pode acabar até Setembro.

A política progressista de refugiados de Uganda permite que os refugiados vivam, trabalhem e tenham acesso a serviços públicos, mas a escassez de financiamento está a impactar drasticamente a prestação de ajuda e ameaça desfazer anos de progresso. Actualmente, os refugiados recebem apenas um terço do que precisam para atender às suas necessidades básicas anualmente.

O ministro do Comércio e Indústria da África do Sul disse, na segunda-feira, que as tarifas recíprocas de 30% impostas pelos Estados Unidos poderiam colocar dezenas de milhares de empregos em risco.

“Baseamos isso nas consultas em andamento que temos com todos os sectores da economia, desde o automotivo, agricultura e todos os outros sectores que serão impactados”, disse Simphiwe Hamilton, Director-Geral do Departamento de Comércio, Indústria e Concorrência, citado pela African News, acrescentando que “neste momento, aproximadamente 30 mil empregos podem ser afectados por isso, se houver alguma má gestão”.

Na última quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo novas tarifas a dezenas de países, horas antes do prazo de 1 de Agosto que havia sido estabelecido para que os acordos fossem fechados.

Enquanto alguns países receberam tarifas modificadas, a da África do Sul permaneceu nos 30% propostos anteriormente, colocando-a entre as cinco maiores taxas impostas por Trump a qualquer nação.

Os EUA são o terceiro maior parceiro comercial da África do Sul (7,5% do total das exportações), seguido pela China, com 11%, e a União Europeia, a maior, com 17%.

Espera-se que as indústrias agrícola e automotiva da África do Sul estejam entre as mais afectadas.

A África do Sul enfrenta taxas de desemprego persistentemente altas. A taxa oficial era de 32,9% no primeiro trimestre de 2025, segundo a StatsSA, a agência nacional de estatística.

Os Estados Unidos criticaram a prisão domiciliária do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro decretada na quarta-feira pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Morais, e prometeram responsabilizar todos os envolvidos.

Numa nota divulgada nas redes sociais, citada pela RTP,  o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais “já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.

Os EUA consideram que “impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público”.

“Deixem Bolsonaro falar!”, lê-se na mesma nota, na qual os Estados Unidos “condenam a ordem de Moraes que impôs prisão domiciliária a Bolsonaro”, prometendo ainda que vão responsabilizar “todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”.

Esta declaração surge poucas horas depois do juiz do STF ter decretado, na segunda-feira, prisão domiciliária para o ex-presidente brasileiro por incumprimento de medidas cautelares impostas no processo de tentativa de golpe de Estado, e depois da Polícia Federal ter realizado uma operação de busca e apreensão, tendo apreendido o telemóvel de Jair Bolsonaro.

O ex-presidente permanece em casa com a obrigação de uso de pulseira eletrónica, e estando agora impedido de receber visitas na sua residência, com exceção de advogados e pessoas autorizadas pelo STF.

Segundo a imprensa internacional, Bolsonaro está também proibido de utilizar o telemóvel, ou qualquer outro aparelho de comunicação, “diretamente ou por intermédio de terceiros”, de comunicar com autoridades estrangeiras e outros réus no processo de tentativa de golpe de Estado.

O incumprimento destas medidas, avisou o juiz, levará a que seja decretada “imediata prisão preventiva”.

Em causa estão as manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro no último domingo em apoio a Jair Bolsonaro e contra Alexandre de Moraes, considerado o “inimigo número um do bolsonarismo”, nas quais os apoiantes do ex-presidente defenderam a aprovação de uma amnistia para todos os acusados no processo de tentativa de golpe de Estado.

Jair Bolsonaro não marcou presença física devido às medidas cautelares impostas, mas participou nas manifestações por telefone, contrariando restrições expressas determinadas pelo STF, que o proibiram de usar as redes sociais.

No Rio de Janeiro, o seu discurso foi transmitido através do senador e filho Flávio Bolsonaro, enquanto em São Paulo participou através de uma videochamada exibida por um deputado.

Na quarta-feira, os Estados Unidos impuseram a Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes, dispositivo que impõe sanções económicas por violações graves contra os direitos humanos ou corrupção.

Poucas horas depois, o Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou o decreto que oficializa a imposição de tarifas de 50% a vários produtos brasileiros.

As Nações Unidas alertaram, nesta segunda-feira, que quase dois milhões de refugiados estão em risco no Uganda, a nação africana que mais deslocados acolhe, devido à carência de fundos internacionais. Uganda acolhe perto de 1,93 milhões de refugiados de vários países

De acordo com a nota de imprensa do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Uganda está prestes a chegar às duas milhões de pessoas acolhidas, “à medida que o agravamento das crises no Sudão, Sudão do Sul e República Democrática do Congo (RDCongo) leva centenas de pessoas a cruzar diariamente a fronteira em busca de segurança e ajuda vital”.

Segundo dados do ACNUR, desde o início do ano, têm chegado ao país, em média, 600 pessoas por dia.

O Uganda é o terceiro país no mundo que mais refugiados acolhe, e o maior em África. Actualmente, alberga 1,93 milhões de refugiados, sendo que mais de um milhão são menores de idade. Destes, 48 mil crianças e adolescentes chegaram sozinhos ao país.

“No entanto, a resposta humanitária enfrenta actualmente uma das piores crises de financiamento das últimas décadas”, lamentou a agência das Nações Unidas (ONU).

“A política progressista do Uganda permite aos refugiados viver, trabalhar e aceder a serviços públicos, mas os cortes de financiamento estão a afectar gravemente a entrega de ajuda e ameaçam comprometer anos de progresso”, frisou.

Dados do ACNUR estimam que o custo para responder às necessidades de um refugiado no Uganda é de cerca de 16 dólares (cerca de mil meticais) por mês em 2025.

Contudo, se o ACNUR não receber mais fundos, só conseguirá prestar apoio no valor de cinco dólares (cerca de 315 meticais) por mês, por refugiado.

O ACNUR alertou ainda que “à medida que os fornecimentos de alimentos, água e medicamentos diminuem, as taxas de desnutrição – sobretudo entre crianças com menos de cinco anos – estão a aumentar de forma alarmante”.

A organização das Nações Unidas indica ainda que até ao final de Julho passado, o ACNUR dispunha apenas de recursos para apoiar menos de 18 mil pessoas com dinheiro e bens de primeira necessidade “o suficiente para apenas dois meses de novas chegadas ao ritmo actual”, indicou.

Actualmente, a resposta humanitária para os refugiados no Uganda está financiada apenas em 25%, explicitou.

O ACNUR apela, por isso, a um apoio internacional urgente e sustentado para garantir que os refugiados e as comunidades locais possam viver com segurança e dignidade.

Um decreto que impõe sanções a 94 pessoas e a cinco entidades jurídicas foi assinado, este domingo, pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no âmbito de uma proposta do Serviço de Segurança da Ucrânia.

As sanções abrangem pessoas de oito países, nomeadamente: Rússia, Irão, Paquistão, China, Myanmar, Bangladesh, Índia e Geórgia.

A medida vai resultar na privação de concessões estatais, congelamento de bens, restrições a transações comerciais, impedimento de retirada de capital e suspensão de obrigações económicas, assim como financeiras.

O Gabinete de Ministros da Ucrânia e o Serviço de Segurança, juntamente com o Banco Nacional e a Comissão de Honra e Heráldica do Estado, vai garantir a implementação e a eficácia de medidas económicas especiais e outras medidas restritivas.

Mais de 50 pessoas foram sequestradas por homens armadosm, na Nigéria, na sexta-feira passada, para posterior pedido de resgates, segundo especialistas que monitoram a violência no país.

Um grupo de bandidos armados invadiu a aldeia de Sabon Garin Damri, no estado de Zamfara, na última sexta-feira,onde sequestrou mais de 50 pessoas. 

A informação foi partilhada num relatório de especialistas que acompanham o caso de violência naquele país africano. 

A região de Zamfara enfrenta a violência de gangues que roubam as aldeias e sequestram moradores para exigir resgates, aponta relatório.

Este foi o primeiro sequestro em massa na região neste ano. Contudo, os especialistas referem que a tendência recente de capturas em massa em Zamfara é preocupante e que há uma mudança de estratégia com ataques de maior envergadura no norte de Zamfara.

Na mesma região,33 pessoas que tinham sido sequestradas foram mortas, no mês passado, apesar do pagamento de um resgate de 33.700 dólares, segundo responsáveis locais.

Enfermeiros na Nigéria  suspendem greve desencadeada no dia 30 de Julho, após negociações com o Governo. 

No último sábado, o sindicato dos enfermeiros disse em um comunicado que a greve foi cancelada após um acordo com o Governo da Nigéria. A classe exige salários justos, melhores condições de trabalho e aumento de pessoal.

Em comunicado, a Associação Nacional de Enfermeiros e Parteiras da Nigéria disse que o governo respondeu às suas demandas e forneceu “prazos claros” para os  atender.

Antes do acordo, os enfermeiros ameaçaram recorrer a uma greve por tempo indeterminado, a qual foi suspensa após uma reunião com autoridades dos ministérios da saúde e do trabalho.

Os hospitais públicos na Nigéria frequentemente sofrem greves de profissionais da área médica, paralisando o trabalho por dias.

Os hospitais públicos na Nigéria sofrem com a falta de recursos e de pessoal. Muitos profissionais de saúde frequentemente migram para outros países em busca de oportunidades melhores.

+ LIDAS

Siga nos