O País – A verdade como notícia

O antigo Presidente dos EUA, Barack Obama, usou o seu lema para mobilizar apoiantes dos democratas nas eleições de Novembro e disse que, num momento em que a América se encontra dividida, Kamala Harris pode reunificá-la, “sim, ela pode”. Michele Obama também reforçou que Kamala representa os valores que uma mãe pode ter.

Depois de Hilary Clinton, Joe Biden na segunda-feira, esta terça-feira foi a vez de o casal Obama discursar na Convenção Democrata que, termina amanhã.

Obama começou por justificar que a decisão de apoiar a desistência de Biden foi a melhor alternativa para a manutenção dos valores democráticos dos norte-americanos.

“A história lembrar-se-á de Joe Biden como um Presidente extraordinário que defendeu a democracia num momento de grande perigo.”
Ao dirigir-se ao público sobre Kamala Harris, Obama rebuscou o seu icónico lema: “Yes, we can” ou “Sim, nós podemos”, mas agora com um novo sujeito, alías, o sujeito “certo”, “Yes, she can”, que significa, “Sim, ela pode”, que só pode concretizar-se com o apoio dos americanos.

“O nosso trabalho é convencer as pessoas de que a democracia funciona. Não podemos apenas apontar para o que conquistámos, temos de desenhar um novo caminho para ir ao encontro dos desafios actuais.

Para Obama, Kamala Harris pode reunificar os americanos que, neste momento, estão divididos como também pode melhorar a vida dos americanos.
“Nesta nova economia, precisamos de um Presidente que realmente se importe com os milhões de pessoas em todo o país que acordam todos os dias para fazer o trabalho essencial, muitas vezes ingrato, de cuidar dos nossos doentes, limpar as nossas ruas e entregar os nossos pacotes, e defender o direito de negociar melhores salários e condições de trabalho”, disse.

O discurso convenceu os democratas, que respondiam em coro “Yes, she can”, ou “Sim, ela pode”.

Para Obama, quem não pode dirigir os norte-americanos é Donald Trump, que é considerado “saparatista”, tendo provado, durante a sua governação, “arrogância, confusão e caos”.

“Donald Trump quer que pensemos que este país está irremediavelmente dividido entre nós e eles. Ele quer que você pense que ficará mais rico e seguro se apenas der a ele o poder de colocar essas outras pessoas de volta aos seus lugares. É um dos truques mais antigos da política. De um pessoa cujo acto, sejamos sinceros, ficou bem obsoleto”, declarou Obama.

Michele Obama, antiga primeira-dama, garantiu que Kamala Harris é “uma das pessoas mais qualificadas de todos os tempos” a concorrer à Casa Branca.

Também disse que Harris é, acima de tudo, uma representação dos valores que uma mãe deve ter. “Ela é uma das mais dignas – uma homenagem à mãe dela, à minha mãe e provavelmente à sua mãe também”, disse Michele.

Michele Obama acrescentou que as suas afirmações são baseadas no convívio que teve com a candidata dos democratas. “Kamala Harris e eu construímos as nossas vidas nesses mesmos valores fundamentais. Embora as nossas mães tenham crescido num oceano de distância, elas compartilhavam a mesma crença na promessa deste país”, disse Michelle.

A ex-primeira dama, à semelhança do seu esposo, acrescentou críticas ao candidato dos republicanos, sobretudo no que diz respeito ao racismo e à intolerância aos imigrantes, factos mais do que suficientes para considerar a governação de Trump “uma liderança retrógrada”.

“Veja, a sua visão limitada e estreita do mundo fê-lo sentir ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras, altamente educadas e bem-sucedidas, que, por acaso, são negras”, reforçou Michele.

Pelo menos 20 pessoas morreram no naufrágio de uma embarcação com mais de 300 pessoas a bordo, num rio no sudoeste da República Democrática do Congo (RDC). Segundo autoridades locais, ainda há centenas de desaparecidos.

O administrador do território de Kutu, Jacques Nzenza, falando à agência noticiosa France-Presse (AFP), disse que “a  embarcação dirigia-se para Nioki, transportando cerca de 300 pessoas e mercadorias, e afundou-se”.

O naufrágio ocorreu no domingo, no rio Lukenie, quando o barco atravessava o território de Kutum na província de Mai-Ndombe. A embarcação terá embatido em pedaços de madeira que estavam submersos na água.

O presidente do município de Tolo, Fidèle Modjuu, explicou que as causas do acidente foram sobrecarga e navegação noturna.

O governador da província de Mai-Ndombe, Nkoso Kevani, expressou as suas condolências às famílias das vítimas e anunciou que serão tomadas medidas para pôr termo aos naufrágios.

“Temos de ter barcos seguros. Isto faz parte do nosso programa, por isso, dentro de alguns meses, haverá mais segurança neste tipo de barcos”, garantiu Kevani.

De referir que em 28 de julho, outro acidente fluvial matou pelo menos 36 pessoas no rio Lualaba.

Joe Biden diz que Kamala Harris é a única opção para a salvação da democracia nos Estados Unidos da América, que está sob ameaça do candidato republicano, Donald Trump. Biden disse ainda que os americanos não devem ser dirigidos por um “criminoso condenado”.

Será na quinta-feira a confirmação da Kamala Harris como candidata presidencial dos democratas, com o fim da convenção democrata que iniciou esta segunda-feira.

Durante o seu discurso, Joe Biden, Presidente dos EUA, disse que a democracia só prevalecerá com a eleição de Kamala Harris, antiga procuradora-geral da Califórnia, que dará continuidade a esta preservação.

“Estamos em um ponto de inflexão, um momento em que decisões que tomamos agora determinarão o destino da nação e do mundo por décadas. É uma batalha pela alma dos Estados Unidos. Estão prontos para votar pela liberdade e pela democracia? Estão prontos para eleger Kamala Harris?”, Biden, cita Carta Capital.

Na mesma oportunidade acusou o ex-presidente, Donald Trump, de ser criminoso, razão pela qual não pode ser eleito em novembro.

“Os Estados Unidos são mais seguros hoje do que sob Donald Trump. Ele continua a mentir sobre o crime no país, como sobre todo o restante”. Biden acrescentou que o índice de criminalidade vai continuar a cair “quando levarmos uma promotora ao Salão Oval em vez de um criminoso condenado”, acusou, cita CC.

Quem também discursou esta segunda feira, foi Hilary Clinton, porém são esperadas ao longo do próximos três dias, os discuros do ex-presidente Barack Obama e sua esposa Michelle  na terça-feira, na quarta, o ex-presidente Bill Clinton e Tim Walz, escolhido para ser o vice de Kamala.

Iniciam, hoje, em Luanda, as conversações para o acordo de paz entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda. O presidente de Angola, João Lourenço, é o indicado pela União Africana para a moderação destas conversações.

Há pouco mais de uma semana, o Presidente angolano João Lourenço visitou as cidades de Kigali e Kinshasa, onde entregou uma proposta de acordo de paz aos seus homólogos do Ruanda, Paul Kagame, e da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi.

A proposta visa buscar entendimento em relação a uma solução pacífica do conflito que prevalece na região leste da RDC, que se agravou no final de 2023.

A RDC acusa o Ruanda de apoiar o movimento rebelde M23, para se apoderar dos recursos minerais do leste do país, região rica em ouro e minerais raros, enquanto o grupo armado alega estar a defender uma parte ameaçada da população Tutsi que vive na província do Kivu do Norte.

A Aliança Rio Congo, movimento político-militar que integra grupos armados como o M23, felicitou as partes envolvidas na resolução do conflito, lideradas por Angola, uma vez que foi alcançado  um acordo de cessar-fogo. No entanto,  critica o facto de não ter sido parte integrante da solução.

Cerca de 68 milhões de pessoas na  África Austral são afectadas pela seca, induzida pelo fenómeno El Niño,  que dizimou colheitas em toda a região. A informação foi avançada pelo Director Executivo da SADC, Elias Magosi, durante a  quadragésima quarta cimeira  do bloco que decorreu em Harare no Zimbabwe.

A seca, que começou no início de 2024, afectou a produção agrícola e pecuária, causando escassez de alimentos e prejudicando as economias em geral.

Os chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), constituída por 16 países, reuniram-se em Harare, capital do Zimbabwe, para debater questões regionais, incluindo a segurança alimentar. Durante o evento, Elias Magosi, afirmou que “A estação chuvosa de 2024 tem sido um desafio, com a maior parte da região a sofrer  os efeitos negativos do fenómeno El Nino, caracterizado pelo início tardio das chuvas”.

Devido ao fenómeno, países como Zimbabwe, Zâmbia e  Malawi já declararam crise de fome, enquanto que Lesoto e a Namíbia pediram apoio humanitário.

A seca é um dos principais pontos de discussão na cimeira deste ano, juntamente com questões como o conflito em curso no leste da República Democrática do Congo.

Pelo menos 25 soldados das Forças Armadas do Mali (FAMA) foram mortos numa emboscada feita por “terroristas” na cidade de Dialassagou. A notícia foi anunciada, na sexta-feira, pelas autoridades do país. 

Fontes do Estado-Maior do Exército do Mali confirmaram à agência internacional espanhola, EFE, o ataque, que foi seguido de violentos confrontos com os extremistas islâmicos, mas não deram mais pormenores sobre o número de vítimas.

A imprensa internacional, citando um funcionário de uma organização da sociedade civil da cidade de Bandiagara, na mesma região onde houve o ataque, diz ter sido confirmada a morte de 25 pessoas, várias feridas e pelo menos 15 desaparecidos na sequência do ataque. 

O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, ligado ao grupo extremista Al-Qaida, reivindicou a autoria do ataque, afirmando que matou 15 soldados malianos e roubou um veículo militar e várias armas. 

Este país da região do Sahel, na África Ocidental, propenso a conflitos, governado por uma junta militar golpista desde 2020, é palco de frequentes ataques do Estado Islâmico e de grupos ligados ao já declarado grupo terrorista Al-Qaida.

A Associação Médica Indiana (IMA) iniciou, hoje, uma greve geral, que paralisou os serviços médicos não essenciais em todo o país. A greve é feita em protesto à violação e homicídio de uma médica, no leste da Índia.

A Associação de médicos do país declarou uma interrupção de 24 horas dos serviços para todos os médicos, de todos os sectores e locais. As urgências vão continuar a funcionar”, lê-se num comunicado da Associação divulgado ontem.

Segundo o portal Notícias ao Minuto, que cita a agência Lusa, está prevista a realização de vários protestos, em várias cidades do país.

No centro dos protestos está a violação e o assassinato, na semana passada, de uma médica residente em Calcutá, capital de Bengala Ocidental, onde trabalhava.

Os protestos foram desencadeados pela constatação de irregularidades no esclarecimento do caso de assassinato da médica, como o facto de a morte ter sido inicialmente dada como suicídio, bem como a suspeita de envolvimento de mais de uma pessoa no crime.

Na declaração de greve, a Associação dos Médicos da Índia pediu “uma investigação exaustiva e profissional do crime”, assim como o aumento dos protocolos de segurança nos hospitais para o nível dos existentes nos aeroportos, ao fim do horário de trabalho de 36 horas, que a vítima cumpria na altura em que foi assassinada, e a garantia de espaços seguros para os médicos descansarem.

Em 2022, a Índia registou, por dia, cerca de 86 casos de violação de mulheres, de acordo com um relatório das autoridades indianas.

O novo surto da Varíola dos Macacos já fez mais de 500 mortos em África e mais de 17 mil infectados. Na quinta-feira, foi anunciado o primeiro caso na Suécia, o que preocupa especialistas de todo o mundo, que concordam ser urgente intervenções para evitar propagação e mortes.

O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) declararam, esta semana, a varíola como uma emergência de saúde. 

Em África, o CDC contabilizou mais de 500 mortes e mais de 17 mil infectados, na sua maioria, na República Democrática do Congo, porém, devido à falta de meios para o diagnóstico, acredita que os números podem ser maiores.

“A maior parte dos casos registam-se na RDC, mas os testes nas zonas rurais são limitados, tendo sido testados, este ano, apenas 24% dos casos suspeitos no país, o que significa que o número pode ser superior ao dos relatórios oficiais”, cita Euronews.

Na Europa, a Suécia anunciou o primeiro caso da nova variante mortal, tendo afirmado que “não altera o risco para a população em geral”, cita o Euronews.

E, antes disso, o Director-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tinha alertado sobre a necessidade de o mundo estar melhor preparado para mitigar o Mpox.

“A emergência de um novo clado de mpox, a sua rápida propagação no leste da RDC e a notificação de casos em vários países vizinhos são muito preocupantes. E, é evidente que é necessária uma resposta internacional coordenada para travar estes surtos e salvar vidas

Em reacção a doença, especialistas de saúde defenderam que é preciso que se encontrem soluções globais antecipadas para se evitar “o pior”.

Jaime Garcia-Iglesias, chancellor’s fellow no Centro de Biomedicina, Self e Sociedade da Universidade de Edimburgo, referiu que a falta de meios e de vacinas em África contribuiu para o surto. 

“A declaração da OMS é importante porque vai galvanizar os esforços e fazer com que os governos entrem em acção”, disse, justificando  que “há necessidade de financiamento para investigação e diagnóstico, bem como de mensagens adequadas para as comunidades”.

Trudie Lang,  professora de investigação em saúde global na Universidade de Oxford, também citada pelo Euronews, num comunicado, também insistiu no reforço da capacidade do diagnóstico e da investigação. 

 “Pode ser uma infecção muito perigosa e tem havido mortes, mas para compreender a taxa de mortalidade precisamos de compreender melhor o número de infectados em geral, incluindo os que têm uma doença mais ligeira e o grau de infecção”, afirmou.

Em África, pelo menos 13 países foram afectados, incluindo aqueles que não tinham registado casos recentes de varíola, como Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda.

O regime militar da Guiné-Conacri mantém vários menores detidos há anos, sem julgamento, em prisões onde a quantidade e a qualidade das refeições são deficientes. Esta informação consta do relatório  do Alto Comissariado das Nações Unidas.

O documento, intitulado “Não nos esqueçam” , salienta que esta é a “principal mensagem” das crianças nas prisões visitadas no país, governado por uma junta militar há quase três anos.

Através do relatório divulgado nesta quarta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), detalha que os menores representam cerca de 4,96% dos presos na Guiné-Conacri, onde as prisões estão “superlotadas”.

As crianças “podem ser detidas durante vários anos antes de serem levadas a julgamento, enquanto o prazo de prisão preventiva em processos penais é de dois meses e de quatro meses em processos penais”, lê-se no documento.

No mesmo documento salienta-se a “utilização quase sistemática” da prisão preventiva de menores, a “não aplicação, na maioria dos casos, de medidas alternativas à detenção e a falta de assistência jurídica e de centros de acolhimento e de reabilitação” para as crianças na prisão.

Alguns menores frequentavam a escola antes da sua detenção, mas “em todas as prisões visitadas, não existem disposições para incentivar a sua escolarização”, segundo o relatório divulgado pela ONU.

Além disso, as enfermarias destas prisões “não estão muitas vezes equipadas com medicamentos” e as refeições servidas, “em quase todos os casos”, “eram insuficientes em termos de quantidade e de má qualidade”, lê-se.

Para elaborar este relatório, o ACNUDH diz que, entre março de 2023 e junho deste ano, teve de visitar 15 prisões e falou em particular com as autoridades judiciais.

 

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