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Forças russas afirmam ter destruído vários equipamentos militares do exército ucraniano. Enquanto isso, tropas ucranianas dizem ter repelido tentativas russas de atacarem suas forças.

O Ministério da Defesa russo afirmou, no sábado, que lançou ofensivas e repeliu contra-ataques ucranianos, destruindo quase 20 unidades militares, incluindo dois tanques Leopard, peças de artilharia M119, veículos blindados e outros equipamentos.

O ministério também informou que o exército russo destruiu um caça MiG-29 da Força Aérea Ucraniana e abateu 59 drones de ataque.

No mesmo dia, o Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia divulgou um relatório da guerra afirmando que, até a tarde de sábado, 125 batalhas ocorreram nas áreas da linha de frente.

De acordo com as autoridades ucranianas, a situação ainda permanecia tensa, especialmente em Kurakhove e Pokrovsk, no leste da Ucrânia, e que o exército ucraniano estava a tomar todas as medidas para impedir a passagem do exército russo.

Segundo a Reuters, citando fonte do Estado-Maior ucraniano, as forças russas recapturaram mais de 40% dos 1 376 quilómetros quadrados de território controlado pelas forças ucranianas, desde que lançaram o ataque a Kursk, no oeste, em Agosto.

O parlamento europeu é a favor da entrega de mísseis alemães Taurus à Ucrânia para fazer face ao combate a Rússia. A posição foi revelada por Roberta Metsola, líder do parlamento europeu que espera também pelo “sim” do Parlamento Federal Alemão.

Foi em uma entrevista, concedida este sábado, ao grupo de comunicação social alemão Funke, que o líder do Parlamento Europeu disse “Sim” que a entrega de armas de longo alcance há muito solicitada por Kiev, e garantiu que o parlamento europeu é também a favor.

Metsola apontou “um amplo apoio e consenso” em relação a esta exigência e espera ver alterações a este respeito em Berlim caso haja “uma mudança política correspondente após as eleições para o Bundestag (Parlamento Federal Alemão)” no início do próximo ano.

A presidente do Parlamento Europeu observou que a existência de “posições divergentes dentro da coligação de Berlim relativamente ao envio do Taurus” poderá significar que a mudança na recusa alemã em enviar estes sistemas para a Ucrânia poderá já ter ocorrido.

O chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, opôs-se firmemente a esta opção, embora os seus parceiros de coligação, os Democratas Livres e os Verdes, tenham manifestado a sua aprovação.

O debate foi reavivado nos últimos dias depois de o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, ter autorizado o uso de mísseis norte-americanos ATACMS com um alcance até 300 quilómetros, cerca de metade dos Taurus.

Na semana passada, o líder do Kremlin, Vladimir Putin, confirmou ataques com ATACMS e mísseis britânicos Storm Shadow, dirigidos contra infraestruturas militares das regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk, numa mudança sem precedentes, em quase três anos de conflito, das posições de Washington e Londres em relação à utilização do seu armamento pelas forças ucranianas em território russo.

Num breve discurso à nação na quinta-feira, Vladimir Putin confirmou igualmente que a Rússia lançou no mesmo dia um novo míssil balístico hipersónico sem carga nuclear contra a região de Dnipro, no centro da Ucrânia.

O líder russo defendeu que o uso de armas ocidentais pelas forças ucranianas para atingir o seu país transformou a guerra na Ucrânia num “conflito global” e admitiu atacar os aliados de Kiev envolvidos.

Em resposta, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou a comunidade internacional a reagir, avisando para o aumento da “escala e brutalidade” do conflito, iniciado em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia, e insistiu no seu pedido a Berlim, sobretudo após a ratificação da nova doutrina nuclear de Moscovo, que aumenta as possibilidades de uso de armas atómicas.

Os Estados-membros das Nações Unidas adoptaram, por consenso, uma resolução que visa dar início a negociações formais para a criação de uma convenção sobre crimes contra a humanidade. A Rússia, depois de reservas, também concordou.

Depois de extensas consultas e discussões informais, foram incluídos planos para a convocação de uma conferência diplomática destinada a elaborar uma convenção sobre crimes contra a humanidade na sede das Nações Unidas, a ter lugar em Nova Iorque, a ter entre 2028 e 2029.

A adopção foi alcançada numa sessão da Sexta Comissão da Assembleia-Geral da ONU, presidida pelo embaixador português junto às Nações Unidas, Rui Vinhas, e que foi marcada por vários períodos de negociação, após vários entraves levantados pela Rússia.

O  instrumento surge num contexto em que, ao contrário de outros crimes de direito internacional, como o genocídio e os crimes de guerra, não existe actualmente uma convenção específica e autónoma para os crimes contra a humanidade.

Uma convenção sobre crimes contra a humanidade permitirá punir, também, crimes baseados no género, que têm recebido muito pouca atenção internacional, como o casamento e aborto forçado.

Nas últimas semanas, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch vinham apelando aos Estados-membros para que aprovassem a resolução.

A Polícia Federal brasileira indiciou, nesta quinta-feira, e pediu  à Procuradoria-Geral da República que acuse formalmente o antigo Presidente Jair Bolsonaro, por uma conspiração de golpe em 2022, que visava impedir o vencedor da eleição, Lula da Silva, de assumir o cargo.

As acusações contra Jair Bolsonaro estendem-se também a 36 pessoas que segundo a polícia Federal Brasileira terão tentado um golpe de Estado e impedimento de tomada de posse de Lula da Silva em 2022.

Além deste crime, os 37 brasileiros, dos quais alguns militares,  são acusados de violência,  criação de organização criminosa e perturbação do estado democratrico de direito. As investigações a Jair Bolsonaro, vem desde Janeiro do ano passado, quando os seus simpatizantes invadiram o Supremo Tribunal e foram revisitados, após um ataque a bomba, na zona dos três poderes.

A Policia Federal Brasileira diz que Bolsonaro tinha conhecimento do plano de assassinato do actual presidente do Brasil, que diz ter escapado de um envenenamento em 2022.

Jair Bolsonaro já reagiu e  prometeu combater a acusação: “A luta começa na Procuradoria-Geral da República”, disse Bolsonaro na sua conta na rede social.

Até à data, a polícia não revelou uma ligação directa entre o alegado complot e uma insurreição que ocorreu em Brasília, a 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiantes de Bolsonaro invadiram o palácio presidencial da capital, o edifício do Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

Bolsonaro espera anular a decisão de inelegibilidade e tentar um regresso nas eleições presidenciais de 2026.

O Tribunal Penal Internacional decidiu, hoje, que o primeiro-ministro de Israel deve ser preso por cometimento de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza. A mesma medida foi tomada contra o  seu antigo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e para outros responsáveis do Hamas.

Benjamin Netanyahu já não pode sair do seu país para pelo menos 123 países que ratificaram o Estatuto de Roma. A razão é que o primeiro-ministro israleita é procurado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza e dos ataques do Hamas a 7 de outubro, em Israel, que desencadearam a ofensiva israelita na Palestina.

Quem também é internacionalmente procurado é o seu antigo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e outros responsáveis do Hamas não mencionados.

A decisão,  poderá isolar ainda mais os suspeitos e complicar os esforços para  a negociação de um cessar-fogo que ponha fim ao conflito que dura há 13 meses.

Netanyahu e outros líderes israelitas já reagiram e condenaram os mandados do procurador-geral do TPI, Karim Khan, considerando-o vergonhoso e antissemita.

Ainda em reacção, o gabinete de Netanyahu rejeita as alegações das quais são acusados, explicando que o país “não cederá a pressões, não se deixará dissuadir e não recuará” até que todos os objectivos de guerra de Israel sejam alcançados.

Já o Hamas congratulou a decisão de captura de Netanyahu, Gallant e a caracterizou como “precedente importante e histórico”, após décadas de injustiça nas mãos de uma “ocupação fascista”. A África do Sul e a frança também estão de acordo

Uma vez que Israel e o seu principal aliado, os Estados Unidos da América, não são membros do Tribunal Penal Internacional, as implicações podem ser muito limitadas, até porque, contrariamente a África do Sul e a França que estão a favor,  Alemanha, Reino Unido, Itália e Polônia posicionaram-se contra a medida.

A junta militar do Mali demitiu o primeiro-ministro civil, Choguel Kokalla Maïga, e o Governo, depois do chefe do executivo ter criticado os militares. O decreto foi lido na televisão estatal daquele país.

Choguel Kokalla Maïga foi nomeado pelos militares em 2021, na sequência de um segundo golpe de Estado no espaço de um ano. 

No decreto emitido pelo chefe da junta, general Assimi Goïta, e lido pelo secretário-geral da Presidência, Alfousseyni Diawara, afirma-se que “as funções do primeiro-ministro e dos membros do Governo são extintas”.

A demissão ocorre quatro dias depois de Maïga ter criticado publicamente a junta militar, lamentando o facto de ter sido mantido à margem do processo de decisão sobre a permanência dos generais no poder. Falou também do “espectro da confusão e da amálgama” que, segundo ele, paira sobre o actual período de transição.

A junta militar, que dirige, desde 2020, aquele país, confrontado com o fundamentalismo islâmico e uma profunda crise social, política e económica, não honrou o compromisso, inicialmente assumido sob pressão internacional, de entregar o poder a civis eleitos em Março de 2024.

 

A polícia e os habitantes de Port-au-Prince, no Haiti, mataram, terça-feira, 28 membros de grupos armados, depois de uma ofensiva em vários bairros da capital, disse um porta-voz da polícia à agência noticiosa francesa AFP.

Durante a noite, a polícia interceptou um camião e um mini autocarro, que transportava membros de gangues armados em dois bairros. 10 membros da gangue foram mortos no local, e outros foram perseguidos e mortos pela polícia e pelos residentes locais,  segundo o porta-voz adjunto da Polícia Nacional haitiana, Lionel Lazarre.

As autoridades locais e organizações internacionais já afirmam que cerca de 80% de Port-au-Prince, capital do Haiti, está dominada pelos grupos criminosos.

Os gangues armados, que tentam tomar o poder no país, já provocaram a morte de quase 5 mil pessoas, nos primeiros nove meses de 2024, segundo dados da ONU.

A violência dos grupos armados já desalojou um total de 4 372 pessoas, das quais 3 586 na capital, 488 em Tabarre e 298 em Delmas, segundo números divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), citados por Lusa.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva,  passou a presidência rotativa do grupo das principais economias do mundo, G20, para o seu homólogo da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que vai sediar o encontro do próximo ano.

“Temos a responsabilidade de fazer melhor. É com essa esperança que passo o martelo da presidência do G20, para o presidente Ramaphosa. Essa não é uma transmissão de presidência comum. É a expressão concreta dos vínculos históricos, sociais e culturais, que unem a América Latina e Á frica”, disse o presidente brasileiro. 

Lula desejou a Ramaphosa sucesso na liderança do G2O e disse que o Brasil está disponível para ajudar a África do Sul, para exercer uma presidência que vai além da anterior. 

“Lembro as palavras de outro grande sul africano, Nelson Mandela, que disse: É fácil demolir e destruir, os heróis são aqueles que constroem. Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, concluiu. 

A presidência brasileira do G20 começou em 2023, recebida da Índia.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reúne-se, hoje, 20 de Novembro, em Harare, no Zimbabwe, em Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo. O encontro vai analisar a situação de segurança na região, destacando-se a tensão pós-eleitoral em Moçambique.

A Cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é responsável pela orientação política global e pelo controlo do funcionamento da Comunidade, sendo, em última análise, o órgão responsável pela formulação das políticas da SADC.

Um comunicado emitido na sede desta organização regional indica que a cimeira será presidida pelo Chefe de Estado zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, na sua qualidade de Presidente da SADC, “tendo em vista a actualização da situação política e de segurança na região”.

“A Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC será precedida pela Cimeira Extraordinária da Troika do Órgão da SADC, que será presidida por Sua Excelência a Dr.ª Samia Suluhu Hassan, Presidente da República Unida da Tanzânia e Presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, e será igualmente antecedida pelas reuniões preparatórias, nomeadamente reunião dos Altos Funcionários da SADC, reunião do Comité Ministerial do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança e reunião do Conselho de Ministros da SADC”, explica o comunicado.

A África do Sul, maior economia da SADC, fechou a sua fronteira com Moçambique em diversas ocasiões, demonstrando a preocupação do Governo de Cyril Ramaphosa com a instabilidade no país vizinho de língua portuguesa.

Segundo a Associação de Transporte e Ferrovia da África do Sul, citada pela “DW”, o encerramento da fronteira custava à economia sul-africana pelo menos 10 milhões de rands por dia.

A crise em Moçambique também pode impactar significativamente os países vizinhos sem acesso ao mar, como a Zâmbia, o Malawi, o Congo e o Zimbabwe, que dependem fortemente dos portos moçambicanos para as suas importações e exportações.

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