O País – A verdade como notícia

A junta militar do Mali demitiu o primeiro-ministro civil, Choguel Kokalla Maïga, e o Governo, depois do chefe do executivo ter criticado os militares. O decreto foi lido na televisão estatal daquele país.

Choguel Kokalla Maïga foi nomeado pelos militares em 2021, na sequência de um segundo golpe de Estado no espaço de um ano. 

No decreto emitido pelo chefe da junta, general Assimi Goïta, e lido pelo secretário-geral da Presidência, Alfousseyni Diawara, afirma-se que “as funções do primeiro-ministro e dos membros do Governo são extintas”.

A demissão ocorre quatro dias depois de Maïga ter criticado publicamente a junta militar, lamentando o facto de ter sido mantido à margem do processo de decisão sobre a permanência dos generais no poder. Falou também do “espectro da confusão e da amálgama” que, segundo ele, paira sobre o actual período de transição.

A junta militar, que dirige, desde 2020, aquele país, confrontado com o fundamentalismo islâmico e uma profunda crise social, política e económica, não honrou o compromisso, inicialmente assumido sob pressão internacional, de entregar o poder a civis eleitos em Março de 2024.

 

A polícia e os habitantes de Port-au-Prince, no Haiti, mataram, terça-feira, 28 membros de grupos armados, depois de uma ofensiva em vários bairros da capital, disse um porta-voz da polícia à agência noticiosa francesa AFP.

Durante a noite, a polícia interceptou um camião e um mini autocarro, que transportava membros de gangues armados em dois bairros. 10 membros da gangue foram mortos no local, e outros foram perseguidos e mortos pela polícia e pelos residentes locais,  segundo o porta-voz adjunto da Polícia Nacional haitiana, Lionel Lazarre.

As autoridades locais e organizações internacionais já afirmam que cerca de 80% de Port-au-Prince, capital do Haiti, está dominada pelos grupos criminosos.

Os gangues armados, que tentam tomar o poder no país, já provocaram a morte de quase 5 mil pessoas, nos primeiros nove meses de 2024, segundo dados da ONU.

A violência dos grupos armados já desalojou um total de 4 372 pessoas, das quais 3 586 na capital, 488 em Tabarre e 298 em Delmas, segundo números divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), citados por Lusa.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva,  passou a presidência rotativa do grupo das principais economias do mundo, G20, para o seu homólogo da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que vai sediar o encontro do próximo ano.

“Temos a responsabilidade de fazer melhor. É com essa esperança que passo o martelo da presidência do G20, para o presidente Ramaphosa. Essa não é uma transmissão de presidência comum. É a expressão concreta dos vínculos históricos, sociais e culturais, que unem a América Latina e Á frica”, disse o presidente brasileiro. 

Lula desejou a Ramaphosa sucesso na liderança do G2O e disse que o Brasil está disponível para ajudar a África do Sul, para exercer uma presidência que vai além da anterior. 

“Lembro as palavras de outro grande sul africano, Nelson Mandela, que disse: É fácil demolir e destruir, os heróis são aqueles que constroem. Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, concluiu. 

A presidência brasileira do G20 começou em 2023, recebida da Índia.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reúne-se, hoje, 20 de Novembro, em Harare, no Zimbabwe, em Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo. O encontro vai analisar a situação de segurança na região, destacando-se a tensão pós-eleitoral em Moçambique.

A Cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é responsável pela orientação política global e pelo controlo do funcionamento da Comunidade, sendo, em última análise, o órgão responsável pela formulação das políticas da SADC.

Um comunicado emitido na sede desta organização regional indica que a cimeira será presidida pelo Chefe de Estado zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, na sua qualidade de Presidente da SADC, “tendo em vista a actualização da situação política e de segurança na região”.

“A Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC será precedida pela Cimeira Extraordinária da Troika do Órgão da SADC, que será presidida por Sua Excelência a Dr.ª Samia Suluhu Hassan, Presidente da República Unida da Tanzânia e Presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, e será igualmente antecedida pelas reuniões preparatórias, nomeadamente reunião dos Altos Funcionários da SADC, reunião do Comité Ministerial do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança e reunião do Conselho de Ministros da SADC”, explica o comunicado.

A África do Sul, maior economia da SADC, fechou a sua fronteira com Moçambique em diversas ocasiões, demonstrando a preocupação do Governo de Cyril Ramaphosa com a instabilidade no país vizinho de língua portuguesa.

Segundo a Associação de Transporte e Ferrovia da África do Sul, citada pela “DW”, o encerramento da fronteira custava à economia sul-africana pelo menos 10 milhões de rands por dia.

A crise em Moçambique também pode impactar significativamente os países vizinhos sem acesso ao mar, como a Zâmbia, o Malawi, o Congo e o Zimbabwe, que dependem fortemente dos portos moçambicanos para as suas importações e exportações.

O Presidente angolano, João Lourenço, considerou, esta segunda-feira, a fome e a pobreza como um dos maiores problemas da Humanidade, defendendo que sejam combatidos com “uma abordagem corajosa” e “sem tabus”.

Falando num debate sobre a fome e a pobreza no mundo, durante a Cimeira do G2O, que decorre no Brasil, o Presidente de Angola destacou que o combate à fome e a pobreza requer “uma abordagem corajosa” para identificar “sem tabus” as principais causas do problema e soluções pragmáticas e duradouras para evitar o recurso ao assistencialismo, que considerou não resolver o problema na raiz.

O chefe de Estado angolano saudou a criação, por iniciativa do Brasil, da Aliança na Luta contra a Fome e a Pobreza, da qual Angola é membro fundador, salientando que é fundamental olhar para a “urgente necessidade de se criarem condições que favoreçam o desenvolvimento de uma agricultura sustentável”, para garantir a segurança alimentar e erradicar a fome.

“Para isso, existe a necessidade da mobilização de esforços e recursos para apoiar os países na implementação de políticas públicas eficazes que assentam essencialmente na realização de ações estruturais e transversais, com vista à redução das desigualdades”, indicou o chefe do executivo angolano, citado por Lusa.

Treze pessoas morreram e 84 foram resgatadas com vida, após desabamento de um prédio na Tanzânia. Sobreviventes continuam a receber ajuda através de buraco e não se sabe quantos continuam soterrados.

Estão confirmados, para já, treze mortos, na sequência do desabamento de um prédio de quatro andares, na capital tanzaniana de Dar es Salaam na manhã de sábado.

As autoridades locais falam de 84 pessoas recuperadas dos escombros, após um trabalho de resgate que durou mais de 24 horas. A equipe de resgate conseguiu ainda, estabelecer contacto com algumas pessoas soterradas e, apesar de não ter sido estimado o seu número, estão neste momento a receber ajuda alimentar através de buracos.

A presidente Tanzaniana Samila Suluhu, lamentou o sucedido e prometeu que o Governo vai prestar todo apoio necessário.

“Com muita tristeza, perdemos 13 colegas nossos no evento. O Governo arcará com os custos médicos de todos os feridos, incluindo os que morreram, irão receber cuidados adequados. Peço desculpas aos irmãos, parentes e amigos que foram afectados pelo Tukiyohili”, disse Samila Suluhu, presidente da Tanzânia.

No local continuam os trabalhos de busca pelos sobreviventes, e o Governo reconhece o esforço demonstrado pelos socorristas após o momento do incidente.

“Da mesma forma, estou grato aos parceiros e a todos os cidadãos que se voluntariaram e se entregaram e que colaboraram no exercício. Agradeço também pelos médicos continuarem atendendo os feridos. E parabenizo o primeiro-ministro e o ministro-chefe, Salam e suas equipes pela gestão do excelente trabalho realizado pela sua equipa”, acrescentou Suhulu.

A capital tanzaniana vive dias difíceis e as autoridades ainda não determinaram a causa do incidente, que deverá começar a ser investigada quando terminarem as operações de resgate.

 

O Ministério da Saúde de Angola confirmou o registo do primeiro caso de Mpox no país. O caso foi confirmado na província de Luanda, em Angola. Trata-se de uma cidadã congolesa de 28 anos, que foi isolada juntamente com pessoas próximas, nas instalações do Centro Especializado de Tratamento de Endemias e Pandemias (CETEP).

Através de um comunicado, o Ministério da Saúde de Angola, avançou que, após a identificação do primeiro caso de Mpox em Angola, estão em curso, para a protecção da população, medidas de desinfecção de áreas contaminadas, identificação e rastreamento de contactos, bem como investigação epidemiológica aprofundada.

A Mpox, também conhecida como `Monkeypox`, manifesta-se através de febre, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, aumento dos gânglios linfáticos e erupções cutâneas generalizadas (manchas, lesões ou bolhas na pele) ou lesões nas mucosas.

As autoridades de saúde angolanas recomendam à população que adote e reforce as medidas de prevenção, para reduzir o risco de transmissão desta doença, reforçando as práticas de higiene, designadamente a lavagem frequente das mãos e o uso de desinfetantes em áreas públicas e residências.

“Em caso de se detectar algum dos sintomas (…) as pessoas devem dirigir-se imediatamente à unidade de saúde mais próxima”, apela o Ministério da Saúde, garantindo “o compromisso de informar sobre a situação epidemiológica desta doença” e apelando à sociedade “que mantenha a calma, a serenidade”.

Cerca de quatro mil mineiros ilegais estão retidos há mais de 2 mil metros de profundidade de uma mina abandonada em Stilfontein, na província de North West, na África do Sul. A Rádio Moçambique escreve que 700 deles são moçambicanos.

Uma mina de ouro abandonada há vários anos e foi tomada por quatro mil mineiros ilegais que procuram possíveis restos de ouro.

Esta semana, o Governo sul-africano decidiu bloquear o abastecimento de água e alimentos de modo a forçá-los a abandonar o local por ser considerado perigoso.
Falando à televisão sul-africana, NewRoom, a polícia explicou o motivo do bloqueio:

“Recebemos uma denúncia do proprietário da mina e do Departamento de Recursos Minerais indicando que esta mina abandonada não é segura, porque há ocorrência de gases no seu interior. O terreno também não está seguro, e não é expectável que haja [pessoas] a irem abaixo fazer um trabalho pesado de mineração”.

No seu site, a Rádio Moçambique escreve que entre os mineiros ilegais há 700 moçambicanos, outros são provenientes de Zimbabwe, Lesotho e da própria África do Sul.
A polícia diz que está empenhada em evitar que mais mineiros ilegais entrem para a mina em causa:

“A nossa responsabilidade aqui é prevenir a criminalidade, e é o que exactamente estamos a fazer, como SAPS. Estamos a prevenir a mineração ilegal, prevenir que possam ir abaixo para actividades mineiras e estamos a prevenir que a comida e água possam ser enviadas para dentro da mina, para evitar que continuem a trabalhar”.

Familiares de alguns dos mineiros permanecem no local para pressionar as autoridades sul-africanas a ajudar a sua retirada sem no entanto cortar o acesso a água e alimentos.

Em Agosto passado, 1200 mineiros abandonaram o local numa operação semelhante levada a cabo pela polícia.

A Ucrânia foi, este domingo, alvo do ataque russo mais poderosos dos últimos três meses, tendo atingido instalações de produção de gás e energia e estruturas de apoio à defesa ucraniana. Volodymyr Zelensky diz que foram contabilizados 120 mísseis e 90 drones lançados contra o seu país.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou o ataque russo à infraestrutura de produção de gás e energia e segundo ele, foram 120 mísseis e 90 drones lançados contra o seu país com a  intenção de devastar a capacidade de geração de energia da Ucrânia antes do frio do inverno.

”O alvo do inimigo era nossa infraestrutura de energia por toda a Ucrânia. Infelizmente, há danos a objetos por impactos e queda de destroços. Em Mykolaiv, como resultado de um ataque de drone, duas pessoas foram mortas e outras seis ficaram feridas, incluindo duas crianças”, disse Zelensky.

Para Serhii Popko, chefe da Administração Militar da cidade de Kiev, é o mais poderoso ataque russo lançado dos últimos três meses.

As explosões foram ouvidas em toda a Ucrânia incluindo na capital, Kiev, no principal porto do sul, Odesa, bem como nas regiões oeste e central do país, de acordo com a agência de notícias Associated Press. 

Por sua vez, o Ministério de Defesa russo disse que “atacou de forma extensiva instalações críticas de infraestrutura energética que garantem o funcionamento do complexo militar-industrial da Ucrânia”, citando instalações de produção de gás e energia. Ao todo, 144 áreas foram atingidas, incluindo outras estruturas de apoio à defesa ucraniana, como campos de aviação militares, depósitos de drones e equipamentos militares.

Vários tipos de drones foram utilizados no ataque russo, incluindo Shahids de fabricação iraniana, além de mísseis de cruzeiro balísticos lançados por aeronaves, segundo Zelensky que fala igualmente de cerca de 140 projécteis abatidos pela defesa aérea do país.

A maior fornecedora privada de energia da Ucrânia, a DTEK, disse que o ataque russo “danificou seriamente” equipamentos em suas usinas termelétricas e que os funcionários estão a trabalhar no reparo, conforme cita a Reuters.

Os ataques russos têm atingido a infraestrutura energética da Ucrânia desde a invasão em grande escala de Moscou ao país vizinho em fevereiro de 2022, provocando repetidos cortes de energia emergenciais e apagões em todo o país. Autoridades ucranianas têm solicitado rotineiramente aos aliados ocidentais que reforcem as defesas aéreas do país para conter os ataques e permitir reparos.

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