O País – A verdade como notícia

Em uma decisão controversa, o líder da junta governante da Guiné, o General Mamadi Doumbouya, concedeu um perdão presidencial ao ex-governante militar Moussa Dadis Camara. 

Camara, condenado por crimes contra a humanidade por seu papel no massacre de 2009 em Conacri, foi perdoado com base em “razões de saúde”. O anúncio foi feito em um decreto transmitido pela televisão nacional na sexta-feira.

O decreto, lido pelo porta-voz da presidência, General Amara Camara, declarou que o perdão foi concedido seguindo a proposta do ministro da Justiça. No entanto, não houve nenhuma indicação prévia da deterioração da saúde de Camara, levantando suspeitas sobre as reais motivações por trás da decisão. Camara, que governou a Guiné de 2008 a 2009, foi condenado em julho de 2024 por seu papel na repressão brutal de protestos da oposição no Grand Stade de Conacri.

Mais de 150 pessoas foram mortas, e mais de 100 mulheres foram estupradas pelas forças de segurança sob seu comando. O julgamento, apoiado por um inquérito mandatado pela ONU, considerou Camara culpado por não ter prevenido ou punido as atrocidades. Camara estava preso desde seu retorno à Guiné em 2022, após 13 anos de exílio. O perdão segue um decreto do governo guineense para compensar as vítimas do massacre, embora as 400 partes civis envolvidas no caso ainda estejam esperando por compensação.

A decisão gerou preocupações sobre o comprometimento da Guiné com a justiça. Enquanto organizações de direitos humanos saudaram o julgamento como um passo em direcção à responsabilização, o perdão corre o risco de minar os esforços para lidar com a impunidade por crimes passados. Com o perdão concedido, surgem questões sobre se isso sinaliza uma mudança no processo de justiça transicional da Guiné sob a liderança de Doumbouya.

O subúrbio de Beirute, no Líbano, sofreu ataques aéreos de Israel, na sexta-feira. Tratam-se dos primeiros ataques do tipo desde que um cessar-fogo foi acordado na região em Novembro.

Os ataques aéreos na região sul de Beirute, no Líbano, foram confirmados pelas Forças de Defesa de Israel. O alvo era um armazém de drones do Hezbollah, próximo à capital libanesa.

Antes dos ataques, as Forças de Defesa de Israel emitiram um alerta de evacuação nas redes sociais, no qual aconselhavam civis libaneses a abandonarem uma área de 300 metros ao redor do local. 

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Avichay Adraee, compartilhou um mapa marcando o local e pediu aos moradores que saíssem imediatamente de lá, para não serem atingidos.

Testemunhas relataram cenas de pânico no momento em que as famílias fugiam de suas casas, com algumas evacuando as escolas às pressas. Crianças foram vistas a sair de pijamas com medo.

O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, considera os primeiros ataques israelitas no sul de Beirute desde o acordo de cessar-fogo de uma “escalada perigosa”, segundo uma declaração de seu gabinete.

Mais de mil o número de pessoas morreram vítimas de um  sismo de 7,7 de magnitude na escala de Richter,  que atingiu Myanmar, ontem. O fenómeno causou danos significativos.

O sismo ocorreu nesta sexta-feira a uma profundidade de 30 quilómetros, de acordo com o China Earthquake Networks Center.

Como consequência, várias estruturas na região de Mandalay, em Myanmar, desabaram, enquanto várias estradas que ligam a maior cidade, Yangon, também ficaram danificadas ou bloqueadas.

Relatórios locais declararam que uma mesquita desabou com crentes no interior e o Palácio de Mandalay também sofreu danos.

O Comitê Nacional de Gestão de Desastres de Myanmar declarou estado de emergência em seis regiões do país após o desastre.

Um prédio de 30 andares que estava em construção na capital tailandesa desabou, resultando em pelo menos uma morte e deixando 43 desaparecidos. O número de mortes pode aumentar.

O primeiro-ministro tailandês, Paetongtarn Shinawatra, anunciou estado de emergência em Bangkok após o terremoto.

Fortes tremores também foram sentidos na vizinha China, Laos e Tailândia, bem como no Vietnã.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse na sexta-feira que as Nações Unidas estavam a se mobilizar para dar suporte a pessoas necessitadas em países afectados no Sudeste Asiático.

Um sismo de magnitude 7.7, na escala de Richter, abalou, esta sexta-feira, quase toda a região Sul da Ásia, com maior incidência sobre Myanmar e Tailândia. Os dois países decretaram Estado de Emergência e fizeram pedidos de ajuda internacional. A cada momento, o número de mortos não pára de crescer

O Sul da Ásia voltou a sofrer um abalo sísmico de grande impacto. Imagens amadoras mostram o impacto do tremor de terra que deitou abaixo vários edifícios e abriu rachas sobre estradas.

O governo de Mianmar já emitiu pedido de ajuda internacional para lidar com a catástrofe criado pelo sismo de 7,7 na escala de Richter e que teve epicentro perto de Mandalay.

Há notícias de mortos e danos. Em Banguecoque, na Tailândia, outro país severamente abalado, 43 trabalhadores ficaram soterrados depois da queda de um edifício em construção, e numa outra contração contabiliza-se 90 soterrados, três dos quais declarados mortos.

Pelo menos 20 pessoas morreram quando a mesquita Shwe Pho Shein se desmoronou em Mandalay, de acordo com o site de notícias birmanês Mizzima, enquanto outras duas morreram no desmoronamento de um hotel em Aung Ban. Na mesma região, há cinco crianças mortas num mosteiro, enquanto as equipas de resgate procuravam resgatar cerca de dezena e meia que haviam ficado presas.

O sismo foi tão forte que os seus efeitos foram sentidos um pouco por toda a região, da China ao Camboja, passando por Vietname, Índia e Bangladesh. 

O hipocentro do sismo situou-se há dez quilómetros de profundidade, tendo sido registado um segundo tremor de terra com magnitude de 6,4 na escala aberta de Richter e com o mesmo epicentro. Tudo se passou às 12h52 locais, 7h22 Moçambique.

 

O presidente angolano exonerou José João Manuel do cargo de embaixador de Angola em Moçambique e nomeou para o seu lugar Jovelina Alfredo Imperial da Costa, após ser exonerada do cargo de embaixadora de Angola na Namíbia.

João Lourenço, em decreto presidencial, citado por Lusa,  nomeou também Pedro Mutinde, ex-ministro da Hotelaria e Turismo e antigo governador do Cuando-Cubango, para o cargo de embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na Namíbia.

Maria Isabel Gomes Encoge, até então embaixadora de Angola no Reino Unido e nos Países Baixos, foi nomeada como embaixadora extraordinária e plenipotenciária na Alemanha.

Mais um golpe para a missão multinacional de apoio à segurança liderada pelo Quénia, que foi enviada ao Haiti, para combater a violência de gangues.

O MSS diz que um agente da Polícia queniana foi morto, na terça-feira, em um ataque de supostos membros de gangue.

O agente em causa fazia parte de um grupo que foi enviado, para recuperar um veículo da polícia haitiana que havia ficado preso em uma vala, suspeito de ter sido escavado por gangues.

As forças do MSS foram atacadas durante a operação de recuperação.

Segundo o African News, após ser inicialmente dado como desaparecido, o MSS confirmou que um oficial chamado Bénédict Kabiru morreu no incidente.

O Conselho Presidencial de Transição do Haiti elogiou o que descreveu como o “máximo sacrifício” de Kabiru.

Bénédict Kabiru é o segundo oficial queniano a ser morto no Haiti, desde que a força começou a ser mobilizada em Junho do ano passado.

O presidente William Ruto, no entanto, reafirmou o comprometimento de seu país com a missão.

 

O presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, nomeou um novo chefe do exército, antes dos protestos planejados para segunda-feira, convocados por um grupo de veteranos de guerra, que querem forçar o presidente a renunciar.

O ex-major-general, Emmanuel Matutu, assume com efeito imediato, segundo escreve a BBC África. 

O presidente Mnangagwa recebeu apelos de seus antigos apoiadores para renunciar, alegando má gestão e corrupção. No início desta semana, Mnangagwa aposentou abruptamente seu chefe do exército, o tenente-general Anselem Sanyatwe, nomeando-o ministro dos esportes, artes e cultura. 

Emmerson Mnangagwa tornou-se presidente em 2017, após um golpe contra o líder de longa data Robert Mugabe, e actualmente está a cumprir seu segundo e último mandato, que expira em 2028.

Os problemas começaram a surgir durante os comícios do partido governista Zanu-PF, no ano passado, após relatos de que Mnangagwa quer  permanecer no cargo. Apesar de uma garantia recente de Mnangagwa de que ele pretendia renunciar em três anos, muitos continuam não convencidos.

As críticas sobre sua liderança vindas de dentro do partido e as acusações de que ele pretende se agarrar ao poder evocaram memórias dos acontecimentos que antecederam o golpe que derrubou Mugabe.

Embora não esteja claro quanto apoio público os veteranos têm para os protestos planejados, o ministro da segurança alertou os zimbabuanos contra a participação nas manifestações.

A polícia anunciou uma proibição de quatro dias ao porte de armas ou quaisquer instrumentos que possam ser usados ​​para causar violência na capital.

Há preocupações de que o Sudão do Sul esteja à beira de uma nova guerra civil após a prisão do principal líder do partido de oposição, Riek Machar. O seu partido disse, na quinta-feira, que sua detenção “desmoronou” um acordo de paz de 2018, que encerrou cinco anos de conflitos, que deixaram centenas de milhares de mortos, segundo escreveu a African News.

Seu vice-presidente, Oyet Nathaniel Pierino, disse que o acordo “foi revogado” e que a prisão de Machar mostra falta de boa vontade política, para alcançar paz e estabilidade. Sob o frágil acordo de partilha de poder, o presidente Salva Kiir lidera um governo de unidade com Machar, um antigo líder rebelde, como primeiro vice-presidente.

Há outros quatro vice-presidentes no país. Um membro do partido de Machar, o Movimento/Exército de Libertação do Povo do Sudão – Na Oposição (SPLM-IO), disse que um comboio de veículos armados entrou em sua residência, na quarta-feira, e o prendeu.

Machar é acusado de apoiar a milícia do Exército Branco, que entrou em confronto com os militares no estado do Alto Nilo, no início deste mês.

Os dois lutaram lado a lado durante a guerra civil, mas o SPLM-IO negou qualquer ligação com o grupo.

Machar e sua esposa estão detidos em sua casa na capital, Juba. Houve ampla condenação internacional à sua prisão.

A missão de paz das Nações Unidas no país (UNMISS) alerta que um novo conflito vai devastar não apenas o Sudão do Sul, mas toda a região.

O chefe da UNMISS, Nicholas Haysom, disse que depois dos relatos da detenção de Machar todas as partes deveriam “exercer contenção e defender o Acordo de Paz revitalizado”.

O presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, disse que enviaria uma equipe para Juba “como parte dos esforços para acalmar a situação”. Em uma declaração no X, o departamento de assuntos africanos do Departamento de Estado dos EUA pediu que Kiir revertesse a prisão domiciliar e “impedisse uma maior escalada da situação”.

As tensões aumentaram entre os partidos de Kiir e Machar e pioraram desde o ataque de Março à base militar.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu a possibilidade de a Ucrânia ser colocada sob uma administração temporária, para permitir novas eleições e a assinatura de acordos-chave, com o objetivo de chegar a uma resolução do conflito. 

Segundo a agência de notícias Lusa, a informação foi avançada, esta quinta-feira, por agências noticiosas russas. 

A sugestão da administração temporária da Ucrânia foi feita durante uma visita ao porto de Murmansk, no norte do país, durante a qual Putin também afirmou que a Rússia estava a avançar gradualmente, mas com confiança, para a realização dos seus objetivos no conflito com a Ucrânia. 

Além disso, o presidente russo disse acreditar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem procurado melhorar os laços com Moscovo e deseja a paz na Ucrânia, destaca a Reuters.

Na mesma visita, Vladimir Putin apontou que a Rússia está disposta a cooperar com a Coreia do Norte, para encontrar uma solução para a guerra. 

A guerra em curso, recorde-se, foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022, para, segundo Vladimir Putin, “desmilitarizar e desnazificar” o país.

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