O País – A verdade como notícia

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, na quinta-feira, que as forças americanas realizaram o que ele descreveu como um ataque “poderoso e mortal” contra militantes do Estado Islâmico na Nigéria, após semanas de duras críticas ao governo nigeriano pela perseguição aos cristãos.

Em uma postagem na sua plataforma de mídia social na noite de Natal, Trump não ofereceu detalhes operacionais e não especificou a dimensão dos danos infligidos ou o número de militantes alvejados na operação.

Um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA, falando sob condição de anonimato porque a informação não foi divulgada publicamente, confirmou que os ataques foram realizados em coordenação com as autoridades nigerianas. Segundo o funcionário, a operação foi aprovada pelo governo da Nigéria, o que demonstra a cooperação contínua em segurança entre Washington e Abuja na luta contra grupos extremistas que atuam na África Ocidental.

Facções afiliadas ao Estado Islâmico têm atuado em partes do norte e nordeste da Nigéria, onde a insegurança ligada à insurgência e à violência sectária persiste há anos.

O Papa Leão XIV criticou, na noite de Natal, uma “economia distorcida” que leva a tratar as pessoas como mercadoria, durante a homilia da Missa do Galo, celebrada no seu primeiro Natal como líder da Igreja Católica.

Perante cerca de seis mil fiéis reunidos na Basílica de São Pedro, o pontífice sublinhou que Deus se revela ao mundo assumindo a condição humana, como expressão de um projecto de amor iniciado na criação. Para reforçar a sua reflexão, recordou palavras do Papa Bento XVI, segundo as quais, quando a verdade é obscurecida, deixa de haver espaço para os outros, em particular para as crianças, os pobres e os estrangeiros.

Leão XIV destacou que não é possível acolher Deus sem acolher o ser humano, afirmando que rejeitar um significa rejeitar o outro. Pelo contrário, onde existe respeito e dignidade para o homem, há também lugar para Deus.

O Papa afirmou ainda que o nascimento de Jesus representa uma nova vida oferecida por Deus a toda a humanidade, não como uma ideia abstrata que resolve todos os problemas, mas como uma história de amor que envolve cada pessoa. Segundo explicou, diante do sofrimento, da violência e da opressão, Deus responde enviando uma criança indefesa, sinal de esperança, força e luz para o mundo.

Na sua mensagem, Leão XIV contrapôs a lógica de dominação humana à ação divina: enquanto o homem procura tornar-se deus para dominar o outro, Deus escolhe tornar-se homem para libertar a humanidade de toda a forma de escravidão. Concluiu lembrando que o Natal é, acima de tudo, uma celebração da fé, da caridade e da esperança.

Antes da celebração, o Papa surpreendeu os cerca de cinco mil fiéis que aguardavam na Praça de São Pedro, apesar da chuva, acompanhando a missa através de ecrãs gigantes. Em inglês, agradeceu a presença e a perseverança dos fiéis, reconhecendo que a Basílica não tem capacidade para acolher todos. Em italiano, convidou-os a celebrar o Natal como a festa do Menino que traz a paz e o amor de Deus ao mundo.

Leão XIV deverá voltar a aparecer publicamente na quinta-feira, na varanda central da Basílica de São Pedro, para a tradicional mensagem de Natal e a bênção “Urbi et Orbi”.

O Parlamento da Argélia aprovou, por unanimidade, uma lei que considera a colonização francesa do país um crime de Estado. A decisão foi tomada durante uma sessão plenária realizada na quarta-feira, que teve início com a execução do hino nacional.

A nova legislação exige que a França apresente um pedido formal de desculpas e conceda reparações pelos danos causados durante o período colonial.

Segundo o presidente da Assembleia Nacional, a aprovação da lei representa uma “mensagem política inequívoca”, sublinhando que a memória histórica da Argélia “não pode ser apagada nem objeto de negociação”.

A França administrou a Argélia entre 1830 e 1962. A luta pela independência, que se estendeu por oito anos, foi marcada por extrema violência e resultou na morte de centenas de milhares de argelinos.

O texto da lei enumera vários crimes atribuídos à administração colonial francesa, incluindo práticas de tortura, a realização de testes nucleares e a exploração e saque dos recursos naturais do país.

Embora o presidente francês, Emmanuel Macron, já tenha classificado a colonização da Argélia como um “crime contra a humanidade”, Paris nunca apresentou um pedido oficial de desculpas.

Apesar de não ter efeitos jurídicos sobre a França, analistas consideram que a iniciativa pode aprofundar as tensões diplomáticas e sinaliza uma nova fase nas relações entre Argel e Paris.

O Papa Leão XIV lançou, esta terça-feira, um apelo à comunidade internacional para que seja respeitada uma trégua de pelo menos 24 horas em todos os conflitos do mundo durante o dia de Natal. O líder da Igreja Católica manifestou profunda tristeza pela rejeição, por parte da Rússia, do pedido de cessar-fogo natalício, sublinhando que a data deve ser um símbolo universal de paz.

Ao falar à saída da sua residência em Castel Gandolfo, nos arredores do Vaticano, o Papa afirmou que a recusa ao pedido de trégua é motivo de grande pesar, reiterando o seu apelo “a todas as pessoas de boa vontade” para que respeitem o dia que assinala o nascimento de Jesus Cristo como um momento de paz e reconciliação.

“Espero que esta mensagem seja ouvida e que haja 24 horas de paz, um dia de paz, em todo o mundo”, declarou.

Leão XIV abordou também a situação humanitária na Faixa de Gaza, recordando a recente visita do Patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, à paróquia da Santíssima Trindade, a única igreja católica do território. O Papa revelou ainda que manteve contacto telefónico com o pároco local, o sacerdote argentino Gabriel Romanelli.

Segundo o pontífice, apesar das dificuldades extremas, a comunidade cristã local tenta preparar as celebrações natalícias num contexto marcado pela instabilidade e pela escassez. “A situação é muito precária, mas há esperança de que os esforços para a paz possam avançar”, comentou.

Após uma visita de três dias a Gaza, o cardeal Pizzaballa alertou que os desafios continuam a ser enormes. Muitas infraestruturas essenciais, como casas, escolas e hospitais, foram destruídas, e a população vive em condições de pobreza extrema, cercada por esgotos e lixo. Ainda assim, destacou o desejo persistente das pessoas de reconstruírem as suas vidas e olharem para o futuro com esperança.

O Presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, reiterou os apelos a mudanças estruturais no Conselho de Segurança da ONU para garantir a África um papel mais relevante na definição das decisões globais.

El-Sissi fez o apelo a uma ordem mundial “mais pluralista” numa conferência da parceria Rússia-África realizada no Cairo, que contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, de ministros de mais de 50 países africanos, bem como de representantes de várias organizações africanas e regionais.

“A voz de África deve estar presente e ser influente na tomada de decisões globais, dada a importância humana, económica, política e demográfica do continente”, afirmou el-Sissi num comunicado lido pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros na sessão plenária da conferência. Acrescentou que as instituições financeiras internacionais precisam passar por reformas semelhantes para garantir à África uma representação equitativa.

Desde 2005 que a União Africana reivindica que África tenha, pelo menos, dois lugares permanentes com poder de veto e cinco lugares não permanentes no Conselho de Segurança. O Governo africano defende que tais reformas contribuiriam para alcançar a paz e a estabilidade no continente, que enfrenta guerras há décadas. No entanto, os países africanos ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre um mecanismo para seleccionar os seus potenciais representantes permanentes.

“Decidimos continuar a coordenar os nossos esforços em diversos fóruns, incluindo o objectivo de promover a reforma do Conselho de Segurança da ONU, tendo em conta os legítimos interesses dos Estados africanos”, disse Lavrov aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo egípcio. O Conselho de Segurança, responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais, mantém-se inalterado desde 1945: 10 membros não permanentes de todas as regiões do mundo, eleitos para mandatos de dois anos sem poder de veto, pois cinco países que eram potências dominantes no final da Segunda Guerra Mundial são membros permanentes com poder de veto: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.

Lavrov afirmou, anteriormente, que a conferência ministerial iniciou conversações com o objectivo de desenvolver um plano de acção para a cooperação entre 2026 e 2029. O plano será apresentado aos chefes de Estado na cimeira Rússia-África, agendada para o próximo ano. “Continuamos a ser um parceiro fiável para os Estados africanos no reforço da sua soberania nacional, tanto política como em matéria de segurança e noutras dimensões”, disse Lavrov na sessão plenária. “Estamos empenhados em explorar ainda mais o enorme potencial existente na nossa cooperação prática.” O fórum ganhou impulso desde a cimeira de 2023 na cidade russa de São Petersburgo, onde o presidente Vladimir Putin procurou o apoio dos líderes africanos e romper o isolamento político e económico imposto à Rússia pelos países ocidentais após a invasão da Ucrânia.

O governo da Nigéria diz que vai aumentar a segurança em torno das escolas para evitar casos de rapto. A decisão surge  após regresso de 130 crianças e alguns professores, um mês depois de terem sido raptados. 

O governador do Estado de Níger, na Nigéria, realizou, nesta segunda-feira, uma cerimónia para receber de volta 130 crianças e alguns professores raptados, que foram libertos após um mês em cativeiro.

Os alunos foram levados em Novembro, quando bandidos armados invadiram uma  Escola Católica, sequestrando um total de 303 crianças e 12 professores, de acordo com a Associação Cristã da Nigéria citada pela África News. 

As vítimas incluíam meninos e meninas, alguns com apenas 10 anos de idade.

Assim sendo, os sequestros em escolas passaram a definir a insegurança no país mais populoso de África. Agora, as autoridades dizem que estão a reforçar a segurança nas escolas para evitar casos do género.

O coordenador nacional do Centro de Contraterrorismo da Nigéria, Adamu Laka, disse, nesta segunda-feira, que o governo está a implementar medidas de proteção imediatas e de curto prazo em áreas de alto risco, enquanto trabalha em conjunto com governos estaduais, líderes tradicionais e religiosos, para desenvolver soluções de segurança comunitária duradouras para a educação. 

Ainda de acordo com a fonte, políticas e operações para restaurar a confiança estão a ser promovidas por forma a reabrir as escolas de forma segura e garantir que o direito de cada criança nigeriana a aprender em segurança seja respeitado.

O Egipto anunciou ontem o repatriamento de 2632 cidadãos egípcios, alegadamente imigrantes ilegais, detidos na Líbia desde o início do ano, em colaboração com as autoridades da região leste da Líbia e da região de Tripoli.

Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, trata-se de “cidadãos egípcios desaparecidos” na Líbia, um grupo cujo número exacto, bem como a sua “situação e destino”, são desconhecidos, mas que o Governo egípcio tem tentado repatriar em contactos com as autoridades líbias.

“Os nossos esforços já deram resultados tangíveis, incluindo o repatriamento bem-sucedido, a 27 de Novembro, de um grupo de 131 cidadãos egípcios que estavam num centro de detenção da Líbia”, refere o comunicado.

O Governo egípcio adianta que esses esforços permitiram que, “desde o início deste ano, fossem repatriados 1132 cidadãos egípcios de Trípoli e da região oeste, e mais de 1500 de Benghazi e da região leste”.

O comunicado enfatiza que as conversações tentam também determinar o paradeiro e repatriar um grupo de migrantes egípcios sem documentos, cujo barco partiu da Líbia há duas semanas e afundou perto da ilha grega de Creta, no Mediterrâneo.

O ministério egípcio não divulgou o número total de egípcios que seguiam a bordo do barco, mas na terça-feira passada tinha anunciado a morte de 14 dos seus cidadãos que viajavam com outros 34 migrantes indocumentados numa embarcação que partiu a 07 de Dezembro da costa de “um país vizinho” e naufragou no Mediterrâneo oriental, perto de Creta.

A Líbia é um importante centro de migrantes irregulares no Norte de África, servindo tanto como destino de trabalho como ponto de partida preferencial para aqueles que tentam atravessar o Mediterrâneo central em direcção à Europa, particularmente para Itália ou Malta.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou a necessidade de negociações de paz construtivas nos Estados Unidos, mas lamentou que “apenas cheguem sinais negativos” da parte russa.

“Estamos a fazer progressos bastante rápidos, e a nossa equipa na Flórida tem trabalhado com o lado americano. Também foram convidados representantes europeus. É importante que estas negociações sejam construtivas, e muito depende de a Rússia sentir a necessidade de realmente acabar com a guerra e não se envolver em jogos retóricos ou políticos”, escreveu Zelensky na rede X.

 As conversações estão em curso em Miami, na Flórida, entre o enviado do Kremlin, Kirill Dmitriev, e os representantes da Casa Branca Steve Wittkoff e Jared Kushner, sobre o plano de paz para a Ucrânia, após uma reunião na sexta-feira com a delegação ucraniano e também com elementos europeus.

Na sua mensagem, o Presidente ucraniano criticou porém que, “infelizmente, os sinais reais vindos da Rússia são apenas negativos”.

Zelensky relatou que prosseguem “os ataques nas linhas da frente, os crimes de guerra russos nas zonas fronteiriças”, bem como os bombardeamentos das infra-estruturas energéticas, comentando que “o mundo não pode permanecer em silêncio perante tudo isto”.

Ao mesmo tempo, afirmou que existe um sentimento generalizado de que, após o trabalho que está a ser realizado pela equipa ucraniana nos Estados Unidos, liderada pelo secretário do Conselho de Segurança Nacional, Rustem Umerov, “seria aconselhável realizar consultas num contexto mais alargado” com os parceiros europeus.

As autoridades nigerianas garantiram a libertação de 130 alunos raptados em 21 de novembro por homens armados no dormitório de uma escola católica na região centro-norte do país, anunciou hoje um porta-voz presidencial.

Uma centena de alunos da mesma escola, também raptados a meio da noite, já tinham sido libertados no início de dezembro.

“Cerca de 130 outros estudantes raptados no estado do Níger foram libertados, nenhum permanece em cativeiro”, afirmou Sunday Dare, porta-voz da presidência nigeriana, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), acompanhada de uma fotografia de crianças sorridentes.

Uma fonte da Organização das Nações Unidas (ONU), citada pela agência noticiosa France-Presse, indicou que os alunos libertos serão transferidos na terça-feira para Minna, capital do estado do Níger.

Em 21 de Novembro, centenas de alunos e funcionários foram raptados do internato misto St. Mary’s, na remota aldeia de Papiri, no estado do Níger, centro-norte da Nigéria.

Segundo a imprensa internacional, a Nigéria tem vivido uma onda de raptos em massa que faz lembrar o rapto de quase 300 raparigas pelo grupo extremista Boko Haram em Chibok, em 2014.

Além da insurgência ‘jihadista’ activa desde 2009 no nordeste do país, os últimos anos têm sido marcados por ataques, pilhagens e raptos perpetrados por bandidos, motivados mais por interesses financeiros do que ideológicos, nas regiões noroeste e central desta nação da África Ocidental.
O número exato de pessoas raptadas e de quem ainda está em cativeiro permanece incerto desde o ataque à escola.

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