O País – A verdade como notícia

Cerca de cem estudantes sequestrados no fim de Novembro, em uma escola católica na Nigéria, foram libertados e chegaram, esta segunda-feira, à sede do governo local, em Minna. 

Os adolescentes com idades entre 10 e 17 anos, viajaram em cinco autocarros escoltados por veículos militares e foram recebidos pelo governador Mohammed Umaru Bago, que agradeceu ao presidente da república, Bola Tinubu,  pelo apoio ao resgate.

As autoridades não esclareceram se a operação de resgate envolveu confronto ou negociação.

Apesar da libertação, o clima ainda é de preocupação. Outros 165 estudantes permanecem desaparecidos desde o ataque de 21 de Novembro, quando homens armados sequestraram 303 estudantes e 12 professores numa escola, em Papiri. 

O caso reacendeu o alerta sobre os sequestros em massa na Nigéria, que se tornaram uma actividade criminosa lucrativa, segundo organizações locais. 

Em Novembro, mais de 400 pessoas foram raptadas em vários estados, incluindo estudantes, fieis religiosos e famílias inteiras.

A agência das Nações Unidas para a defesa e promoção dos direitos das crianças (Unicef) declarou que o actual surto de cólera na República Democrática do Congo (DRC) é o mais grave do século registado no país.

A agência registou 64 427 casos desde o início do ano, que causaram 1888 mortes, entre as quais 348 crianças.

O impacto do surto, que está a afectar 17 das 26 províncias do país, tem afectado especialmente a população infantil, que viu a sua educação interrompida.

A proporção de casos que afectam as crianças varia de acordo com a província, mas situa-se em torno de 23,4% a nível nacional.

Num dos casos mais trágicos, 16 das 62 crianças que viviam num lar comunitário em Kinshasa morreram poucos dias depois de a doença ter proliferado no orfanato.

O acesso limitado a serviços de água e saneamento continua a impulsionar a persistência da cólera na RDC.

De acordo com o Inquérito Demográfico e de Saúde (EDS) 2024-2025, citado por Lusa, apenas 43% da população utiliza serviços básicos de água (a taxa mais baixa de África) e apenas 15% têm acesso a saneamento básico.

A isso há que acrescentar os conflitos no país, especialmente no leste, onde o êxodo da população e a impossibilidade de acesso a serviços médicos estão na ordem do dia, os fenómenos climáticos extremos e uma urbanização rápida e não planeada que provocou cidades superpovoadas e a saturação dos sistemas de água, saneamento e higiene.

O que fez com que, em áreas com pouca exposição prévia à cólera, como Kinshasa, a escassa conscientização sobre a doença e as demoras na procura de atendimento médico estejam a contribuir para taxas de mortalidade excepcionalmente altas.

Segundo a agência da ONU, serão necessários cerca de 5,5 milhões de euros em 2026 para garantir que o mecanismo de resposta rápida à cólera tenha financiamento adequado.

As Forças Armadas do Benin frustraram, este domingo, uma tentativa de golpe de Estado. A informação foi divulgada pelo Ministério do Interior daquele país da África Ocidental, após um grupo de soldados ter reivindicado, em rede nacional de televisão, a tomada do poder.

Na manhã deste domingo, foram ouvidos tiros enquanto soldados bloqueavam o acesso ao palácio presidencial, na capital econômica do Benin. 

Oito soldados, usando boinas de cores variadas e armados com fuzis, autodenominados “Comitê Militar para a Refundação” anunciaram, na televisão pública daquele país da África Ocidental, que haviam deposto o presidente Patrice Talon e encerrado todas as instituições estatais.

O grupo proclamou um tenente-coronel como presidente e justificou  a tentativa de tomada de poder, apresentando uma lista de reivindicações, citando a deterioração contínua da situação de segurança no norte do Benim, o descaso com os soldados mortos em combate e suas famílias abandonadas à própria sorte, bem como “promoções injustas às custas dos mais merecedores”.

Entretanto, a acção foi rapidamente neutralizada pela Guarda Republicana, que retomou o controle do edifício e repôs a ordem. Momentos depois, o governo do Benim declarou que a tentativa de golpe em Cotonou havia sido “frustrada”. 

Na manhã deste domingo, 7 de Dezembro de 2025, um pequeno grupo de soldados engajou uma mutinaria com o objetivo de desestabilizar o Estado e suas instituições. Frente a esta situação, as Forças Armadas Berinoas e sua hierarquia, fieis ao seu exército, continuaram republicanas. Suas respostas permitiram manter o controle da situação e derrubar a manobra”, disse Alassane Seidou, ministro do Interior do Benin.

Em resultado, 13 soldados foram presos, incluindo os autores da tentativa, embora o tenente-coronel Pascal Tigri, apontado como líder, e outro membro tenham conseguido fugir, de acordo com fontes militares e de segurança.

Patrice Talon está no poder desde 2016 e deverá concluir o seu segundo mandato em Abril de 2026, após as eleições presidenciais.

Este é o mais recente golpe militar na África Ocidental, depois de, na semana passada, um grupo de militares tomar o poder na Guiné-Bissau, destituindo o Presidente Umaro Sissoco Embaló. 

Donald Trump afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não está disposto a assinar uma proposta de paz elaborada pelos EUA, com o objectivo de pôr fim à guerra com a Rússia. 

O Presidente norte americano criticou Zelensky depois de os negociadores norte-americanos e ucranianos terem concluído três dias de conversações no sábado, com o objetivo de tentar reduzir as diferenças em relação à proposta da administração norte-americana.

Numa troca de impressões com os jornalistas na noite de noite, Trump sugeriu que o líder ucraniano está a impedir que as conversações avancem.

“Estou um pouco desapontado por o presidente Zelensky ainda não ter lido a proposta, isso foi há algumas horas. O seu povo adorou, mas ele não”, afirmou Trump numa conversa com jornalistas antes de participar na cerimónia do Kennedy Center Honors, cita a Euronews.

Trump tem mantido uma relação instável com Zelensky desde que assumiu o segundo mandato na Casa Branca, insistindo que a guerra era um desperdício de dinheiro dos contribuintes americanos. Trump também tem instado repetidamente os ucranianos a cederem território à Rússia para pôr fim a um conflito que já dura quase quatro anos e que, segundo ele, custou muitas vidas.

Zelensky disse, no sábado, que teve uma “conversa telefónica substancial” com os funcionários americanos envolvidos nas negociações com uma delegação ucraniana na Flórida. 

“A Ucrânia está determinada a continuar a trabalhar de boa fé com o lado americano para alcançar genuinamente a paz”, escreveu Zelensky nas redes sociais.

O Papa Leão XIV afirmou este domingo que a paz é possível e que os cristãos, através do diálogo com outras religiões e culturas, podem contribuir para a sua construção, ao referir-se à sua recente viagem à Turquia e ao Líbano.

“O que aconteceu nos últimos dias na Turquia e no Líbano ensina-nos que a paz é possível e que os cristãos, em diálogo com homens e mulheres de outras religiões e culturas, podem contribuir para a sua construção. Não nos esqueçamos: a paz é possível”, disse Leão XIV, após a oração do Angelus, a partir do Palácio Apostólico, no Vaticano, ao dirigir-se aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

O chefe de Estado do Vaticano, que regressou na terça-feira da sua primeira viagem apostólica, agradeceu a todos os que o acompanharam em oração durante a deslocação àqueles dois países.

“Na Turquia, tive a alegria de me encontrar com a comunidade católica que, através do diálogo paciente e do serviço aos que sofrem, sabe dar testemunho do Evangelho do amor e da lógica de Deus manifestada na humildade”, referiu Leão XIV.

Já em relação ao Líbano, o Papa notou que o país “continua a ser um mosaico de convivência” e manifestou consolo por ver tantas pessoas nas ruas a saudá-lo.

“Encontrei pessoas que proclamam o Evangelho acolhendo refugiados, visitando prisioneiros e partilhando o pão com os necessitados”, disse Leão XIV.

O Papa recordou ainda o encontro com as famílias das vítimas da explosão no porto de Beirute.

“Os libaneses esperavam uma palavra e uma presença de consolo, mas foram eles que me consolaram com a sua fé e entusiasmo”, adiantou.

Leão XIV explicou que, durante a viagem, se encontrou com o patriarca ecuménico de Constantinopla e outros representantes de diferentes confissões cristãs na antiga cidade de Niceia, local histórico do primeiro concílio ecuménico, há 1.700 anos.

O Papa recordou ainda que assinalou-se ontem o 60.º aniversário da histórica declaração conjunta entre o Papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, que pôs fim à excomunhão mútua entre as igrejas Católica e Ortodoxa.

“Damos graças a Deus, renovemos o nosso compromisso no caminho para a plena e visível unidade de todos os cristãos”, acrescentou.

O líder da Igreja Católica lembrou também as populações do sul e sudeste asiáticos, gravemente afectados pelas recentes inundações, apelando à comunidade internacional para apoiar com gestos de solidariedade aqueles que são atingidos pelos desastres naturais.

“Rezo pelas vítimas, pelas famílias que choram os seus entes queridos e por todos aqueles que prestam auxílio”, afirmou.

As chuvas torrenciais e os deslizamentos de terras registados recentemente na Indonésia, no Sri Lanka e na Tailândia fizeram pelo menos 1.400 mortos e cerca de 800 desaparecidos, enquanto milhares permanecem desalojados.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa recomendaram a suspensão temporária da Guiné-Bissau da CPLP, após o golpe de Estado ocorrido no país a 26 de Novembro de 2025. 

A proposta, tornada pública através de um comunicado de imprensa, este sábado, deverá ser analisada pelos chefes de Estado e de Governo, que poderão também decidir a transferência da presidência rotativa da  Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para outro Estado-Membro.

Durante a reunião extraordinária, realizada por videoconferência, na última sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da  CPLP demonstraram forte preocupação com a interrupção do processo eleitoral guineense e concluíram que há uma ruptura institucional que coloca em causa a estabilidade política e a ordem constitucional no país. 

Foi, igualmente, decidida a criação de uma Missão de Bons Ofícios de Alto Nível, a ser enviada à Guiné-Bissau o mais breve possível.

Os ministros dos sete países participantes exigiram ainda a libertação imediata dos detidos na sequência do golpe militar e a reposição urgente da ordem constitucional. 

A CPLP reforçou que continua comprometida com os valores democráticos, a legalidade e a solidariedade entre os Estados-Membros, e manifestou disponibilidade para apoiar iniciativas que contribuam para restaurar a normalidade institucional.

O novo governo da Faixa de Gaza será conhecido até o final do ano. A informação é divulgada pela imprensa internacional que cita uma fonte arabe e um diplomata ocidental.

A constituição de um novo governo na faixa de Gaza é uma medida que faz parte da próxima fase do cessar-fogo em vigor desde Outubro deste ano, fase mediada pelos Estados Unidos da América.

Para materializar o plano, o site Notícias ao Minuto escreve que uma autoridade, conhecida como Conselho de Paz, que terá um conselho de supervisão liderado por Donald Trump, vai supervisionar a reconstrução de Gaza sob um mandato da ONU de dois anos, renovável.

A informação foi revelada por um diplomata ocidental à agência Associated Press, sob anonimato por não estarem autorizados a falar sobre o assunto.

De acordo com a imprensa internacional, o anúncio sobre este assunto acontecerá provavelmente quando Trump e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, se reunirem ainda este mês. O cessar-fogo, que entrou em vigor em 10 de outubro, foi testado por surtos de violência e acusações de violações da trégua por parte de ambos os lados.

Os Presidentes da República Democrática do Congo e do Ruanda assinaram, esta quinta-feira, em Washington, um novo acordo de paz, testemunhado por Donald Trump.

Apesar de os confrontos continuarem intensos no terreno, o documento firmado na capital norte-americana estabelece, em teoria, um cessar-fogo duradouro, o desarmamento dos grupos armados não-estatais, o regresso dos refugiados e a responsabilização pelos abusos cometidos durante o conflito. O pacto prevê ainda que os Estados Unidos beneficiem de acesso preferencial aos minerais estratégicos da região.

Trump classificou o momento como um “grande milagre”, mas tanto o Presidente congolês como o ruandês mantiveram um tom reservado. Os dois líderes não chegaram a trocar o tradicional aperto de mão, embora tenham reafirmado o compromisso de cumprir o acordo e sublinhado que, caso surjam falhas, a responsabilidade não deverá ser atribuída ao ex-Presidente norte-americano.

Félix Tshisekedi, chefe de Estado congolês, afirmou que o seu país está disponível para uma cooperação pacífica, assente no respeito mútuo, na não ingerência e no combate conjunto aos grupos armados, defendendo ainda o fim de qualquer apoio a forças negativas e a criação de oportunidades económicas justas para ambos os povos.

Paul Kagame, Presidente do Ruanda, disse estar igualmente empenhado em garantir que o acordo resulte. “Compete-nos, em África, trabalhar com os nossos parceiros para consolidar e ampliar esta paz. O Ruanda – asseguro – cumprirá a sua parte. Queremos apenas um país seguro depois de tantas tragédias, confiando num futuro estável e próspero”, afirmou.

O comandante supremo do Exército do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, rejeitou qualquer solução para pôr fim à guerra no Sudão que “não inclua o desmantelamento e o desarmamento” do grupo paramilitar das Forças de Apoio Rápido (RSF).

Al-Burhan afirmou que “qualquer solução ou iniciativa que não inclua o desmantelamento e o desarmamento da milícia rebelde terrorista é completamente inaceitável” e insistiu que esta é “uma firme convicção”, segundo um comunicado do gabinete de imprensa do Conselho Soberano do Sudão, o mais alto órgão executivo do país.

As declarações surgem no meio de negociações sobre uma trégua humanitária mediada pelos Estados Unidos, enquanto os paramilitares anunciaram um cessar-fogo unilateral na semana passada, que não se consolidou e não pôs fim à violência. Durante uma cerimónia em memória dos mártires do exército sudanês, Al-Burhan afirmou que “as opções e soluções têm sido limitadas devido à magnitude do derramamento de sangue, dos mártires e do sofrimento em vastas áreas do Sudão, especialmente no Darfur e em Al-Fashir”.

Para o líder militar, “só há uma solução: a eliminação da milícia”, referindo-se às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa), e prometeu levar à justiça os criminosos que cometeram todo o tipo de crimes. 

Por outro lado, acolheu “todos aqueles que desejam pegar em armas para combater a milícia”, um apelo que tem reiterado ao longo de mais de dois anos e meio de guerra, que forjou alianças entre as Forças Armadas e os grupos rebeldes locais.

Al-Burhan elogiou, de seguida, o governador do Darfur, Arko Minawi, pelo seu “compromisso em pôr fim ao conflito”, expressando “a sua profunda gratidão a todas as forças unidas e de apoio”. 

Este anúncio surgiu pouco depois de Minawi, líder rebelde aliado do Exército contra as RSF, ter emitido um decreto que criava o Comité Superior para a Mobilização Popular e Resistência no Darfur, segundo a agência noticiosa oficial sudanesa SUNA.

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