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O Governo angolano criou o “Projecto de Emprego e Oportunidades para Jovens”, a ser desenvolvido até 2029, com apoio financeiro de 250 milhões de dólares do Banco Mundial, para beneficiar 500 mil pessoas

O projecto que visa melhorar o acesso ao emprego essencialmente para jovens, perspectivando-se a criação de 500 mil empregos nos próximos quatro anos, com prioridade para mulheres e pessoas com deficiências, segundo aprovação do Conselho de Ministros angola, esta quarta-feira.

Em declarações à imprensa, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), Teresa Dias, disse que o processo tem vindo a ser tratado desde 2023, ano em que foi realizado um estudo com o Banco Mundial, que teve como enfoque nas suas recomendações a criação de uma estratégia multissectorial para a criação de empregos, a necessidade do aumento da produtividade a curto prazo e a necessidade de investir no capital humano para o desenvolvimento das competências.

“Para termos melhores empregos, sobretudo na vertente do género, das mulheres, e, não menos importante, criarmos nas políticas activas programas para jovens vulneráveis”, disse a ministra, adiantando que, dos 500 mil beneficiários, 40% devem ser mulheres e 60% pessoas com deficiência.

Teresa Dias frisou que o programa, aprovado pela direcção do Banco Mundial em Março deste ano, vai ser desenvolvido entre 2025 e 2029.

Segundo Teresa Dias, o projecto vai apoiar jovens vulneráveis entre 16 e 35 anos, por meio de abordagens multifacectadas, visando eliminar constrangimentos e barreiras no domínio da oferta e procura do trabalho, criar incentivos às empresas para inserirem recém-formados, a promoção de empregos verdes, digitais, empreendedorismo e melhorar a baixa qualidade de empregos já existentes e pouco sustentáveis.

Com esta iniciativa prevê-se o aumento dos rendimentos dos beneficiários, “promovendo maior desenvolvimento da economia das famílias, o aumento da qualidade dos empregos dos cidadãos apoiados, a melhoria das oportunidades do acesso ao emprego e empreendedorismo”.

O Governo pretende apoiar 100 mil jovens vulneráveis com oportunidades económicas, 5.000 empreendedores com potencial de crescimento e 400 mil com oportunidades de emprego, esperando com este projecto ajudar a baixar a “crítica” taxa de desemprego.

Ainda esta quarta-feira, o Conselho de Ministros angolano apreciou e recomendou a aprovação pelo Titular do Poder Executivo do Decreto Presidencial do Catálogo de Referências das Funções Públicas, harmonizando-se a nomenclatura das categorias da administração pública, em conformidade com o classificador internacional do padrão de profissões e o classificador de profissões de Angola.

A governante destacou que num ano devem ter o catálogo definitivo, havendo ainda desafios, porque algumas categorias e funções, especialmente das magistraturas e órgãos legislativos, estão contidas em leis, que não podem ser alteradas por decretos presidenciais.

O Conselho de Ministros apreciou também o decreto presidencial que aprova o Ajustamento dos Vencimentos Base de todo o Quadro Pessoal do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SINSE) e do Serviço de Inteligência Externa (SIE), para “reposição do poder de compra dos funcionários públicos e agentes administrativos”.

Três ex-candidatos à presidência da Argélia foram condenados a 10 anos de prisão por fraude eleitoral e corrupção. A sentença foi proferida esta semana e está a gerar grande repercussão no país e além-fronteiras.

Trata-se de Saida Neghza, conhecida empresária e ex-líder da Confederação Geral das Empresas Argelinas, além de Belkacem Sahli e Abdelhakim Hamadi, este último um veterinário com histórico de tentativas frustradas à presidência.

A justiça argelina concluiu que os três envolvidos tentaram comprar assinaturas de apoio numa prática considerada ilegal.
Os réus, embora condenados, permanecem em liberdade e têm um prazo de dez dias para recorrer da decisão. Foram também multados em um milhão de dinares argelinos, mais de 20 milhões de meticais ao câmbio do dia.
A condenação acontece num contexto já tenso. Nas eleições de 2024, o Presidente Abdelmadjid Tebboune foi reeleito com mais de 84% dos votos, mas os resultados foram alvo de contestação pública, inclusive por parte dos seus adversários, que denunciaram irregularidades no processo.
O caso volta a levantar sérias dúvidas sobre a transparência e credibilidade do sistema eleitoral argelino, num país onde as eleições são, frequentemente, alvo de críticas e desconfiança popular.

 

 

O tribunal especial anticorrupção do Senegal indiciou, na segunda-feira, Amadou Mansour Faye, ex-ministro do desenvolvimento comunitário e cunhado do ex-presidente Macky Sall, sob acusações de desvio de mais de 4,6 milhões de dólares em fundos públicos.

Faye é agora o quinto funcionário do Governo anterior a ser indiciado pelo Tribunal Superior de Justiça, um órgão judicial especial encarregado de julgar ex-funcionários do governo por crimes cometidos no exercício do cargo. O tribunal negou-lhe fiança e ordenou sua prisão preventiva, de acordo com seu advogado, Amadou Sall, citado por African News.

Esta última acusação faz parte de uma repressão mais ampla à suposta corrupção sob a administração do recém-eleito presidente Bassirou Diomaye Faye, que fez campanha com promessas de transparência e responsabilização.

Na semana passada, o mesmo tribunal deteve outros dois ex-ministros: Moustapha Diop, que foi ministro do desenvolvimento industrial, é acusado de desviar cerca de 4 milhões de dólares do fundo de auxílio à Covid-19 do Senegal, enquanto a ex-ministra das Minas, Aissatou Sophie Gladima, enfrenta acusações de apropriação indébita de 330 mil dólares de um fundo destinado a mineradores afectados pela pandemia.

As acusações decorrem de um inquérito parlamentar que revelou o uso indevido generalizado de verbas públicas durante o governo anterior. 

A administração do Presidente Faye manteve-se até agora firme na sua posição, afirmando que ninguém está acima da lei e que os recursos públicos devem ser salvaguardados no interesse do desenvolvimento nacional.

A África do Sul ofereceu-se para comprar gás natural liquefeito dos Estados Unidos, por um período de 10 anos, como parte de propostas para garantir um acordo comercial, de acordo com uma declaração ministerial publicada no site da agência de notícias do Governo sul-africano, citado pela Reuters.

O documento, assinado pelo Ministro da Presidência Khumbudzo Ntshavheni e publicado na noite de domingo, torna público que a África do Sul pretende importar de 75 a 100 petajoules, aproximadamente 75 a 100 milhões de metros cúbicos, de gás natural liquefeito por ano dos Estados Unidos, o maior exportador de GNL do mundo.

Em declaração à revista Reuters, Khumbudzo Ntshavheni disse o acordo “desbloquearia aproximadamente 900 milhões a 1,2 bilhão de dólares em comércio, por ano”.

O pacote comercial foi proposto pela África do Sul durante a visita do presidente Cyril Ramaphosa à Casa Branca em 21 de Maio, quando o presidente Donald Trump o confrontou sobre políticas governamentais, como a reforma agrária e o empoderamento económico dos negros.

Ramaphosa esperava usar a reunião para redefinir o relacionamento de seu país com os EUA, depois de Trump ter cancelado a ajuda à África do Sul,  ter oferecido status de refugiado à minoria branca africâner e ter expulsado o embaixador da África do Sul. 

Segundo a Reuters, o pacote proposto também inclui uma cota isenta de impostos de 40 mil veículos por ano a serem exportados da África do Sul e acesso isento de impostos para componentes automotivos provenientes do país para produção nos Estados Unidos.

Uma cota isenta de impostos de 385 milhões de quilos para aço por ano, e 132 milhões de quilos de alumínio por ano também foi proposta, de acordo com o documento.

Uganda suspendeu oficialmente toda a cooperação militar com a Alemanha, acusando o embaixador alemão Matthias Schauer de se envolver em “actividades subversivas” e apoiar grupos antigovernamentais. 

As Forças de Defesa Popular de Uganda fizeram o anúncio após relatórios de inteligência, marcando uma forte escalada nas tensões diplomáticas.

A UPDF alega que o Embaixador Schauer estava envolvido com os chamados elementos “negativos e traidores” em Uganda, alegações que decorrem de uma reunião privada com o irmão do Presidente Museveni. Durante essa reunião, Schauer teria criticado o comportamento online do General Muhoozi Kainerugaba, filho de Museveni e chefe do exército.

A Alemanha, que ainda não se pronunciou publicamente, há muito tempo apoia Uganda com logística militar e assistência técnica. O comércio bilateral entre os dois países atingiu mais de 335 milhões de dólares em 2023.

Essa repercussão repentina ameaça uma parceria de décadas e ressalta o crescente desconforto internacional com o ambiente político de Uganda antes das eleições presidenciais de 2026. A medida também reflete a resistência mais ampla de Uganda à suposta interferência estrangeira em assuntos internos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau garantiu, hoje, que todos os preparativos estão em curso para receber a XV Cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) a 18 de Julho.

O país é o anfitrião do evento que culmina com a reunião dos chefes de Estado, a 01 de Julho, mas que arranca a 13 de Julho com reuniões de várias entidades e outras iniciativas, e que será também o momento da passagem da presidência da CPLP para a Guiné-Bissau.

Durante uma semana, entre as várias reuniões programadas constam o habitual conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, escreve Notícias ao Minuto.

A Guiné-Bissau assumirá nesta cimeira a presidência rotativa da CPLP por dois anos, sucedendo São Tomé e Príncipe.

A última cimeira decorreu em Agosto de 2023 em São Tomé e Príncipe, país que sucedeu a Angola na presidência da organização.

Além da Guiné-Bissau, são Estados-membros da CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Pelo menos 46 pessoas morreram, na Faixa de Gaza, 31 das quais numa escola que foi  transformada em abrigo, no bairro de Al Daraj, no leste do território, segundo informaram hoje as autoridades de saúde.

O chefe do serviço de emergência da Defesa Civil de Gaza adiantou que a escola foi atingida três vezes enquanto as pessoas dormiam. As equipas de socorro conseguiram controlar o fogo resultante dos ataques israelitas à escola Fahmi Al Jarjawi, no bairro de Al Daraj.

Os militares israelitas disseram que atacaram um centro de comando e controlo militante dentro da escola que o Hamas e a Jihad Islâmica usavam para recolher informações para os ataques.

Israel culpa o Hamas pelas mortes de civis porque a organização opera em zonas residenciais.

No domingo, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês) em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, indicou que Israel matou dois trabalhadores da organização.

O chefe do Estado-Maior israelita, Eyal Zamir, afirmou no domingo, durante uma visita às tropas destacadas na Faixa de Gaza, que o exército está a intensificar os ataques no enclave, onde, segundo as autoridades de Saúde de Gaza, já foram mortas cerca de 53.900 pessoas, no âmbito da nova ofensiva lançada a 17 de maio para assumir o controlo daquele território.

Organizações e hospitais no Haiti alertam para uma crise iminente no tratamento de pacientes com HIV/AIDS, após os EUA cortarem drasticamente a ajuda externa da USAID. A decisão de Donald Trump eliminou mais de 90% do financiamento, afectando directamente instituições que dependem desse apoio.

Mais de 150 mil haitianos vivem com HIV, mas especialistas acreditam que o número real é maior. A fundadora da ONG CHOAIDS, Marie Denis-Luque, que cuida de órfãos soropositivos em Cap-Haïtien, diz que os medicamentos só duram até julho. 

O fim do financiamento de mais de  165 mil dólares por ano deixou essas unidades sem alternativa. Manifestações recentes em Porto Príncipe reuniram dezenas de pessoas com HIV, que pedem ação urgente do governo. Especialistas temem um aumento das infecções num contexto já agravado pela violência e pobreza.

Pelo menos nove civis morreram num ataque do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram a uma aldeia no estado de Borno, uma região assolada pela violência no nordeste da Nigéria.

De acordo com as autoridades locais, os combatentes do Boko Haram entraram na aldeia de Gajibo a pé e abriram fogo contra os habitantes. Houve troca de tiros com a milícia que combate ao lado do exército. 

No local, pelo menos nove pessoas morreram, incluindo dois civis membros da milícia, e houve vários feridos. 

Para reprimir a situação, as tropas da cidade vizinha de Dikwa intervieram e ajudaram a expulsar o grupo fundamentalista da aldeia. 

No grupo dos atacantes, estima-se que 10 pessoas ficaram feridas durante os confrontos. 

Nos últimos meses, o Boko Haram intensificou os ataques contra as bases militares e aldeias no estado de Borno. 

O exército nigeriano anunciou, na sexta-feira, que matou 16 fundamentalistas que tentaram atacar uma base militar, também no estado de Borno. As tropas nigerianas, apoiadas por caças, conseguiram repelir os atacantes.

O conflito, que dura há 16 anos na Nigéria, já matou mais de 40 mil pessoas e desalojou cerca de dois milhões no nordeste do país, segundo as Nações Unidas.

A violência alastrou aos países vizinhos – Níger, Chade e Camarões – levando à formação de uma coligação militar regional para combater os grupos fundamentalistas islâmicos.

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