São 16 mil clientes da empresa Águas da Região Centro em Quelimane que devem 182 milhões de Meticais. Só as instituições públicas estão a dever 52 milhões de Meticais enquanto os clientes domésticos, 130 milhões de Meticais. A situação está a complicar as contas da empresa que, na sequência, está a levar a cabo uma campanha de cobrança coerciva. A iniciativa vai até ao dia 20 deste mês.
O Hospital Central de Quelimane foi uma das primeiras instituições do Estado a ficar sem o contador devido a uma dívida acumulada na ordem de pouco mais de seis milhões de Meticais. De acordo com as informações disponibilizadas pela empresa Águas da Região Centro em Quelimane, a direcção da maior unidade sanitária da Zambézia não paga pela água desde Outubro do ano passado e a alegação tem sido a falta de dinheiro.
Esta quarta-feira, depois do corte verificado aos contadores, a empresa Águas da Região Centro tratou de abastecer tanques de água para assegurar alguns serviços de saúde que precisam de água de forma efectiva. Ao nível do hospital, a informação dada é que se tem estado a fazer pagamentos, mas os valores não estão disponíveis, sendo que o problema não é derivado das finanças ao nível central.
Quem também viu contadores de água cortados esta quarta-feira foi o Hospital Geral de Quelimane. A segunda maior unidade sanitária da província da Zambézia tem uma dívida de 12 milhões de Meticais. Nenhuma fonte da unidade sanitária tece esclarecimento sobre a situação. Aliás, uma fonte contactada pela nossa reportagem disse que só tomou conhecimento do corte através do nosso jornal. Verdade ou não, o certo é que os serviços aos utentes estão condicionados devido à falta de água, numa província onde prevalece o surto da cólera.
O Instituto de Ciências de Saúde, onde são formados enfermeiros médios, tem uma dívida de 292 mil Meticais. A Direcção Distrital de Saúde está com uma dívida de pouco mais de 109 mil Meticais.
O director da Área de Distribuição de Água de Quelimane, Adelson José Manuel, esclareceu que “o que estamos a fazer tem em vista melhorar o processo da contabilidade e serviços de provisão de água aos clientes. A dívida também está com os singulares, por isso o tratamento será igual para todos, na medida em que vamos cortar o precioso líquido a todos que não pagam e fundamentalmente com dívida acumulada”. Acrescentou que, depois do corte de água, para a reposição de contador, é obrigatório o pagamento de uma taxa.
A nossa reportagem procurou contactar o director dos Serviços Provinciais da Economia e Finanças, Lucas Jackson, para compreender por que razão as instruções do Estado se vêem com incapacidade de pagar água. Foi-nos informado telefonicamente que “há limitações de pagamento. Muitas instituições fizeram pagamentos quando a empresa ainda era denominada FIPAG. Isso debandou alguma ginástica no sentido de que se devia fazer o pagamento a uma conta do FIPAG baseada em Manica e assim foi feito”. Lucas Jackson acrescentou que todas as instituições têm o comando de avançar no sentido de gerir o processo de amortização das dívidas.