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Instituições defendem necessidade de reinserção  social através da agricultura  

O primeiro painel desta tarde, na MOZGROW, evento que decorre na Arena 3D, na Catembe, Cidade de Maputo, debateu sobre “Agricultura como actividade de reinserção social: cultivando oportunidades e transformando vidas”.

O encontro envolveu Alcides Nhamatate, da Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze; Augusto Novo, do Serviço Cívico de Moçambique; e Cremildo Fernando Nhacololo, do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP).

O debate sobre as questões que afectam o sector em debate iniciou com a intervenção de Alcides Nhamatate, da Agência do Zambeze, que se referiu ao compromisso da sua instituição com o desenvolvimento de projectos que pretendem fomentar a integração de jovens através de negócios sustentáveis, no caso, nas penitenciárias das quantro províncias do Centro do país, onde actua.
Segundo Nhamatate, é importante a capacitação institucional manuseamento de materiais e insumos, treinamento aos formadores e aos formados, aos internos e aos prestadores de serviços cívicos. Paralelamente, Nhamatate defendeu a relevância da facilitação  de financiamento, em espécie, com kit para que os internos possam iniciar um negócio, uma vez regressado ao convívio familiar.

Com as suas acções, a Agência do Vale do Zambeze espera que surjam start up e empresas capazes de gerar empregos até para os que nunca foram presos.

Desde 2023, a Agência do Zambeze já alocou, no projecto de reinserção social, tratores, insumos diversos de agropecuária, equipamentos de carpintaria, corte e costura. Em termos de produção, já conseguiu alcançar mil toneladas.

Reagindo a uma pergunta do público, Nhamatate disse que o grande desafio é adaptar os internos aos programas e levá-los a acreditar que, ao saírem da penitenciária, podem ser iguais a tantos outros cidadãos.

O projecto de reinserção do Vale do Zambeze foi lançado em Fevereiro do ano passado.

O segundo orador a intervir, no primeiro painel desta tarde, foi Augusto Novo, representante do Serviço Cívico de Moçambique. Na intervenção, Augusto Novo disse que, desde o princípio, o foco da sua instituição sempre foi capacitar os jovens para saberem fazer. Agora, o projecto realizado em parceria com a Agência do Vale do Zambeze implica desenvolver habilidades para, ao voltarem à comunidade, os formandos possam abrir o seu negócio com base naquilo que lhes foi transmitido quando estiveram a cumprir o serviço cívico. “Nós desenvolvemos várias actividades para poder empoderar as Forças Armadas e reduzir os seus custos. Em várias áreas e não apenas ao nível da agricultura”, acrescentou Augusto Novo: “A parceria com a Agência do Vale do Zambeze é uma almofada porque tínhamos dificuldades de apoiar os formandos, quando voltassem a casa. Agora, eles têm um kit e um financiamento para iniciar com o seu próprio negócio”.

Por fim, interveio o representante do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP). Segundo Cremildo Fernando Nhacololo, a instituição possui unidades de produção em todas as províncias e em quase todos os distritos com representação. “Verifica-se, hoje, que onde a Agência actuou, houve desenvolvimento”. E disse mais: “Fazemos uma avaliação positiva. Se um indivíduo sai da prisão e não sabe fazer nada, a sua sobrevivência fica em causa, e, provavelmente, voltará à prisão. O nosso desafio é ajudá-los para, ao sairem, possam encontrar emprego ou possam ser empreendedores”.
A MOZGROW continua a decorrer na Arena 3D, esta tarde, até sexta-feira.

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