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Instituições de crédito continuam a exigir para além das capacidades das MPME

Foto: O País

As instituições de crédito continuam a exigir requisitos que estão para além da capacidade das micro, pequenas e médias empresas, para a obtenção de financiamento. A queixa é das próprias empresas, que são chamadas a capacitar-se mais para que tenham acesso a fundos.

No país, operam 2147 provedores de financiamento, sendo que 89% são operadores de microcrédito. As micro, pequenas e médias empresas dizem que ainda persistem dificuldades para ter acesso ao financiamento para as suas actividades.

As queixas não são apenas das empresas, as instituições de crédito também reclamam da falta de capacidade, segundo um estudo apresentado esta segunda-feira na Cidade de Maputo.

“Por um lado, temos os provedores de serviços de financiamento que dizem que os empresários devem apostar mais na sua formação e devem apostar também na sua estratégia de planeamento estratégico de negócios que devem permitir ter maior clareza naquilo que as empresas e o sector privado pretendem para os seus projectos de investimento. Por outro lado, existe algum desajustamento naquilo que é a capacidade das empresas e as exigências das instituições, pois estas (instituições) pedem o que está para além da capacidade das empresas”, lamentou Gonçalo Francisco, consultor de maneio da Mazars.

As constatações não são novas. Os resultados revelam que, este ano, apenas 60% do sector empresarial teve acesso a fundos das instituições de crédito.

“Os níveis de garantia também são complicados, o processo, a papelada, o plano de negócio, alguns destes elementos são matérias importantes para a Câmara de Comércio de Moçambique, porque vai ajudar a nossa instituição a desenhar um programa de apoio a estas instituições”, disse Hipólito Hamela, gestor financeiro da Câmara de Comércio de Moçambique.

Além da falta de financiamento, as altas taxas de juros limitam o funcionamento das micro, pequenas e médias empresas. E já existe uma proposta de solução.

“É preciso arranjar alguns incentivos e mecanismos para que os empresários possam beneficiar-se de taxas bonificadas”, acrescentou Gonçalo Francisco.

As intervenções foram feitas, esta segunda-feira, no âmbito de um workshop de apresentação de provedores de serviços financeiros e factores que limitam o acesso ao financiamento das micro, pequenas e médias empresas.

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