Segundo um relatório da Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome, a insegurança alimentar aguda poderá persistir até Janeiro de 2025, nas zonas afectadas pelo fenómeno El Niño e pelos conflitos armados em Moçambique.
“A insegurança alimentar aguda de Crise poderá persistir entre Outubro de 2024 e Janeiro de 2025 nas zonas afetadas pela seca durante a época agrícola 2023/2024, e nas zonas afetadas pelo conflito armado no norte do país”, lê-se no último relatório da rede Fews, citado por Lusa.
A rede coloca as regiões centro, sul e a província de Cabo Delgado, que enfrenta desde Outubro de 2017 um conflito armado, de risco alimentar, numa escala de um a cinco, de risco mínimo ao mais grave, a última apontando para a falta de alimentos.
“Isto deve-se a uma combinação de factores, incluindo o início da época de escassez em Outubro, colheita abaixo da média em 2024, oportunidades limitadas de geração de renda devido ao aumento da concorrência e preços dos alimentos básicos acima da média”, refere-se no relatório.
Segundo a rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome, estas condições irão dificultar o acesso aos alimentos pelas “famílias pobres e muito pobres”, com poder de compra abaixo da média.
“Em Cabo Delgado, certas zonas que têm recebido assistência alimentar humanitária regular poderão melhorar”, para a fase dois da classificação da insegurança alimentar aguda.
Refira-se que cerca de 4,8 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária em Moçambique, sendo necessários 64 milhões de dólares (60,6 milhões de euros) para responder às necessidades, estimou recentemente o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).