Inicia, esta quarta-feira, 03 de Outubro, no Tribunal Judicial de Cabo Delgado, o julgamento de 189 cidadãos acusados de pertencer o grupo de insurgentes que há um ano protagonizam ataques a algumas aldeias de distritos daquela província nortenha do país.
De acordo com informações de fontes oficiais da Procuradoria provincial de Cabo Delgado, o julgamento terá lugar numa sala improvisada, na penitenciária semi-aberta de Mieze, no distrito de Metuge, em Pemba, “devido ao elevado número de arguidos indiciados”. Dentre os arguidos, constam 50 cidadãos de nacionalidade tanzaniana.
Os ataques na província nortenha de Cabo Delgado iniciaram há precisamente um ano e, até ao momento, desconhecem-se as motivações e qualquer reivindicação aos ataques, que, apesar da presença massiva de contingentes das Forças de Defesa e Segurança, relatos no terreno falam de ofensivas contínuas dos insurgentes.
Enquanto os líderes dos grupos e as intenções continuam ocultos, alguns investigadores sugerem que a violência está ligada a redes de tráfico de heroína, marfim, rubis e madeira, contudo, são apenas suposições que ainda não foram confirmadas.
Em alguns momentos, avançou-se também a possibilidade de serem grupos ligados ao radicalismo islâmico, situação que chegou a levar o governo a mandar encerrar uma das maiores mesquitas da cidade de Pemba, com alegações de que por ali teriam passado alguns insurgentes e que teria sido palco de preparação das ofensivas contra a população.
A mesquita em causa foi, no entanto, reaberta no passado fim-de-semana, um ano depois do seu encerramento.