O Instituto Nacional de Gestão de Desastres diz que há perto de dois milhões de pessoas a sofrerem de insegurança alimentar devido à seca no país. O INGD alerta para o aumento do número e diz que precisa de mais de 200 milhões de dólares para apoiar as vítimas.
O impacto dos eventos climáticos extremos tende a causar maior preocupação e quatro províncias do país ressentem-se das consequências do El Niño, e a situação pode piorar.
“O fenómeno El Niño é de progressão lenta e, à medida que vai passando, sentimos que o número das pessoas afectadas tende a aumentar”, avançou Luísa Meque, presidente do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD).
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres, um milhão e oitocentas mil pessoas sofrem de insegurança alimentar devido à seca.
Para minimizar o problema, são necessários 222 milhões de dólares, valor que o INGD diz que não existe.
“São, ao todo, quatro províncias onde a situação se foi tornando mais preocupante. Falo de Inhambane, Gaza, Sofala e Tete. Temos nove distritos destas quatro províncias que foram mais assolados pelo fenómeno El Niño e, nesses distritos, já iniciamos a implementação de acções antecipadas.”
Luísa Meque falava esta quarta-feira, na Cidade de Maputo, após o lançamento do apelo humanitário para combater a seca no país.
No evento, o “O País” confrontou a presidente do INGD com a paralisação de projectos por parte de algumas organizações que prestam ajuda humanitária em Cabo Delgado. Luísa Meque disse que não tem conhecimento do assunto.
“Nós gostaríamos que a assistência fosse mais abrangente. Se, realmente, há alguma preocupação em relação a essa questão, nós ainda não tivemos conhecimento”, afirmou.