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Conclusão de DDR: Falta de pagamento de pensões é o entrave

A Renamo afirma que a falta de pagamento de pensões é que está a dificultar o conclusão do processo de DDR. Este posicionamento do partido contraria o que o Presidente da República explicou há poucos dias.

Falhou, na segunda-feira, o encerramento da última base da Renamo no contexto de DDR e o Presidente da República garantiu que o entrave não eram as pensões.

E a Renamo apresentou, no programa Noite Informativa da STV Notícias desta quinta-feira, a sua versão dos factos.

“Dos mais de quatro mil que já foram desmobilizados, nenhum deles já recebeu pensão. Não haverá paz enquanto aqueles combatentes que já desmobilizaram não têm dinheiro para comprar medicamentos, para mandar seus filhos à escola e, muito menos para alugar a casa. Como é que nós vamos avançar com a desmobilização da última base?”, questionou André Magibire, membro da Renamo.

A base de Vanduze, em Sofala, é, também, tida como o Estado-maior General da Renamo e a desativação está mesmo condicionada à criação de condições.

“Se na próxima semana as condições foram criadas ou amanhã, aqueles vão ser desmobilizados. As conversações estão em curso, tanto é que conseguimos o ponto de que a fixação de pensões é um facto”, revelou André Magibire.

Magibire reagiu, igualmente, às declarações de Mirko Manzoni, segundo as quais, nem todas as armas podem estar a ser entregues nesse processo.

“Mirko Manzoni é responsável ou guardou armas da Renamo para saber quantas é que existiam e quantas já saíram? Ele fez isso? Não é ele quem controlava as armas da Renamo. Nós estamos a ser honestos neste processo. Nós estamos a entregar todas as armas. Não precisamos de esconder algo. Se Mirko Manzoni tem esta desconfiança, eu me ofereço a acompanhá-lo para nos mostrar onde estão as outras armas. Ele deve saber melhor”, rematou.

E mais: a Renamo diz que o Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique fixou 19 de Dezembro como o dia do encerramento da última base, sem o conhecimento do partido.

Para prestar mais esclarecimento aos guerrilheiros da Renamo sobre o processo de DDR, Ossufo Momade deslocou-se à província de Sofala.

Na sequência, circularam informações segundo as quais o líder da perdiz foi encurralado pelos seus generais, o que para o partido é tudo mentira.

“Essa notícia é falsa porque o presidente do nosso partido, desde à chegada aquele ponto da província de Sofala, goza de protecção, simpatia e fidelidade dos generais e de todos os combatentes ali aquartelados. Queremos deixar bem claro que jamais houve rebelião na Gorongosa desde que o presidente Ossufo Momade assumiu a liderança do partido”, desmentiu Clementina Bomba, secretária-geral da Renamo.

Clementina Bomba não poupou os elogios para sustentar a sua posição: “ele é muito querido no seio da Renamo e todas as falsidades envolvendo seu nome são criação de gente de má-fé, ambiciosa, sem projecto político, buscando projecção e sobrevivência, através da Renamo e seu presidente”.

Sobre o porquê de não ser o próprio líder a Renamo a conceder a conferência de imprensa, a secretária-geral do partido foi categórica.

“O presidente encontra-se no Quartel-general na base em Gorongosa. Ele goza de boa saúde. Gorongosa está em festa e os senhores jornalistas terão a oportunidade de ver o nosso presidente. Essas mentiras que são propaladas, não passam mesmo de mentiras”, sublinhou.

De acordo com a Renamo, a falsa informação de que o líder da Renamo está sob custódia de guerrilheiros que não querem ser desmobilizados foi propagada por Vitano Singamo, antigo membro daquela formação política.

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