O País – A verdade como notícia

INE calcula que receitas das empresas baixaram em 41% no primeiro semestre

Pouco mais de 90% das empresas foram afectadas pela COVID-19 entre Abril e Junho do presente ano, mostram os resultados do inquérito sobre o impacto da pandemia nas firmas produzido pelo Instituto Nacional de Estatística. Inhambane lidera a lista, com 98,8% das empresas atingidas.

De acordo com os resultados do mais recente inquérito sobre o impacto da COVID-19 nas empresas, por culpa da doença, as receitas das empresas baixaram em 41% no primeiro semestre deste ano comparativamente ao mesmo período de 2019.

“Nos meses de Abril, Maio e Junho apenas 87,3%, 80,9% e 80,2% de empresas conseguiram pagar as remunerações dos seus trabalhadores na totalidade, respectivamente”, segundo apurou o Instituto Nacional de Estatística.

Em termos de distribuição geográfica, as quatro províncias da zona sul do país são as mais afectadas com percentagem média da região a situar-se em 95,0%. Entretanto, Zambézia é a província com mais empresas encerradas, ou seja, 13.6%, prejudicando a 27726 trabalhadores.

O inquérito avaliou o impacto do Coronavírus também na óptica do ramo de actividade, onde a educação, a arte, os espectáculos, desportos e as recreações não escaparam, tendo sido afectadas na totalidade.

“As actividades com empresas menos afectadas foram as dedicadas à venda e arrendamento de casas e edifícios (48%), Captação, Tratamento e distribuição de Água, Saneamento, Gestão de resíduos e despoluição (52%) e Agricultura, Produção Animal, Caça, Florestas e Pescas (76%) ”, indica o inquérito.

Em termos de dimensão, as grandes empresas, que representam cerca de 0,5% do universo, foram as mais afectadas com 91,1%. Em termos de impacto visível, o destaque vai para mais de 70000 pequenas empresas afectadas pela Covid-19.

Nos cálculos do INE, 56% das empresas afectadas optaram pelo regime de rotatividade e 41,7% aplicam a rotatividade semanal. Embora as empresas forçadas a encerrar as portas representem perto de 3,0% do universo afectado, a decisão levou ao desemprego cerca de 43578 trabalhadores.

“Para as medidas jurídicas sensíveis, por colocar em risco o emprego e a situação económica das famílias, os resultados do inquérito revelam que a suspensão de contratos foi a medida mais adoptada pelas empresas (7.6%), afectando 62 700 trabalhadores, equivalentes a 1.9% do pessoal afectado. No entanto, foi a rescisão de contrata adoptada por 4,5% de empresas que afectou mais trabalhadores na magnitude de 77489, que correspondeu a 2,3% do total de afectados em todas empresas”, refere o INE.

Segundo o inquérito cujos resultados foram publicados nesta terça-feira, os sectores de comércio a grosso e a retalho, bem como reparação e manutenção de viaturas foram os que mais despediram, tendo criado 24200 desempregos.

O inquérito apurou ainda que apenas 20,9% das empresas afectadas planeavam ou beneficiaram de alguma suspensão de obrigações tributárias e 15% beneficiaram de crédito bancário com juros bonificados ou garantias do Estado. O documento refere que o Estado pode ter perdido cerca de 13% de receita nos primeiros três meses da vigência do Estado de Emergência.

“Os resultados do inquérito apuraram que mais de 80% de empresas referiu que pagou na totalidade nos meses de Abril e Maio, tendo essa proporção reduzida para 79% em Junho”.

Em fim, os resultados do inquérito indicam que a maioria dos agentes económicos afecatados declarou como constrangimento nos três meses em análise a baixa procura de bens e serviços (75.5%), dificuldades de tesouraria (47.8%), dificuldades de compras ou vendas no estrangeiro (43.9%) e falta de matéria-prima ou mercadoria (39.8%).

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos