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Indivíduos espancam suposto assaltante até morrer na Matola

Um jovem de 34 anos de idade foi espancado até à morte hoje, depois de ter sido confundido com um ladrão no bairro de Intaka, na província de Maputo. 

Em conexão com o caso dois principais indiciados estão detidos, confessam ter espancado a vítima na companhia de outras pessoas, mas negam ter-lhe tirado a vida.

Informações colhidas no local indicam que o caso deu-se na madrugada desta quarta-feira, quando o cidadão identificado como Mário Romão, de 34 anos de idade, introduziu-se no quintal de uma residência, depois de consumir bebidas alcoólicas e pediu licença na tentativa de perceber se estava lá alguém para supostamente poder roubar. No momento os indiciados dizem que se aperceberam da sua presença e a vítima recebeu golpes violentos de várias pessoas. No seu entender, eles dizem que não lhe bateram para perder a vida, mas sim dar uma lição.

“Nós não matamos aquele jovem, ele entrou nas nossas casas e queria roubar. Quando nos apercebemos e porque já vínhamos sofrendo de muitos roubos decidimos bater-lhe, mas não para matar e sim lhe educar. No estado em que lhe deixamos não era possível ele perder a vida”, referiu um dos indiciados.

Em contacto telefónico com o denunciante e pai da vítima, não se justifica a atitude dos indiciados, pois o seu filho não era ladrão.

“Meu filho acha mesmo que há razão de bater alguém até a morte? Porque pediu licença na casa deles? O meu filho não era ladrão e sempre foi uma pessoa boa e social, não levava nada de ninguém, por isso é que até agora não acredito que o meu filho foi morto”, disse o Pai da vítima.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Maputo diz que não tem dúvidas que o malogrado foi espancado até a morte pelos indiciados no processo.

“Fizemos um trabalho apurado e chegamos à conclusão que estamos perante o mesmo grupo que espancou até a morte o jovem encontrado sem vida aqui no bairro Intaka. Podemos assegurar que já temos pistas para a neutralização de outros indiciados neste crime. Estamos a aplicar todas as técnicas policiais e em momento oportuno havemos de anunciar. Devo dizer também que já abrimos um auto e o processo irá seguir os seus trâmites legais”, assegurou o porta-voz da PRM na Província de Maputo, Fernando Manhiça.

Fernando Manhiça pediu a colaboração da comunidade no combate ao crime que começa a ganhar contornos alarmantes na província de Maputo, tendo apelado aos populares para deixarem de fazer justiça com  as próprias mãos.

 

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