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Índia trava investimento de USD 2.4 biliões no gás do Rovuma

O governo indiano decidiu travar o plano de investimento da empresa estatal Bharat Petroleum (BPCL) na Área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

A estatal indiana Bharat Petroleum (BPCL) tenciona aplicar um investimento adicional entre 2.2 e 2.4 mil milhões de dólares norte-americanos no projecto de exploração de gás natural da Área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. Porém, o Executivo da Nova Delhi decidiu “frear” a investida da petrolífera.

Segundo noticia a PTI (agência noticiosa da Índia), que cita fontes ligadas ao negócio e confirmado esta terça-feira pelo “O País” em Maputo (do regulador do sector-INP), o governo indiano está a estudar os investimentos estatais da BPCL e ainda não deu a aprovação formal para a empresa fazer gastos adicionais.

A Bharat detém 10% na Área 1, adquirida em 2008 por 75 milhões de dólares. A imprensa indiana sugere que esta participação podia ter sido maior (20%), mas a outra parte (10%) foi comprada pela Videocon (também indiana).

Em 2013, a Videocon vendeu a mesma participação para a ONGC Videsh por 2,475 mil milhões de dólares. A ONGC Videsh já tinha adquirido 10% à Anadarko.

O governo da Aliança Democrática Nacional (NDA, sigla em inglês), no poder desde 2014, “critica os quase seis mil milhões de dólares gastos pelas empresas do sector público indiano na participação de 30% na Área 1 da bacia do Rovuma, em negócios fechados durante a governação da Aliança Progressista Unida”, escreve a PTI.

O Executivo argumenta que “a queda dos preços do petróleo e do gás no mercado internacional não justificava investimentos tão grandes”.

Refira-se, que o investimento global na Área 1 deverá ascender a cerca de 23 mil milhões de dólares e é liderado pela petrolífera francesa Total – que em Setembro comprou a quota de 26,5% que pertencia à Anadarko, que arrancou com o projecto.

A petrolífera francesa Total lidera o consórcio deste bloco, com 26,5%, a japonesa Mitsui (20%), a estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores à indiana ONGC (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).

 

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