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Incêndios afectaram 14 mercados no primeiro semestre deste ano

Foto: O País

Pelo menos 14 mercados foram afectados por incêndios, nos primeiros seis meses deste ano, em todo o país. O caso mais recente é o do Mercado Central de Quelimane, que deitou abaixo cerca de 500 bancas e barracas e matou uma pessoa. O que afinal causa incêndios nos mercados e quais são as principais fragilidades para o alastramento do fogo?

São incêndios que deflagraram nalguns dos principais mercados do país, em menos de um ano, e que no local causaram luto e danos materiais avultados aos proprietários das barracas e bancas.

Os mercados T3, na Província de Maputo, Central de Quelimane, na província da Zambézia, e Cambinde, na província de Tete, foram os três últimos afectados e houve rastos de destruição.

“Fiquei sem nada, até para remontar a minha banca, não sei o que fazer e muito menos ainda para comprar os produtos e reiniciar o meu negócio”, lamentou uma das vendedeiras vítimas do incêndio, na província de Tete.

E porque na sua maioria tem sido de grandes proporções, o problema de incêndios tem levantado questionamentos sobre a segurança nos mercados municipais contra os incidentes, por isso Milton Bernardo, vendedor no mercado Xipamanine, na Cidade de Maputo, apelou para “que os dirigentes dos mercados procurem alguma forma de evitar danos resultantes de incêndios”.

O mercado Xipamanine onde, além da venda de produtos diversos, se confeccionam e se vendem refeições, é composto por bancas e barracas que foram construídas com base em chapas de zinco, madeiras e estacas e o sistema eléctrico é ainda precário, o que o coloca nas estatísticas dos mercados vulneráveis a incêndios de grandes proporções, segundo o Serviço Nacional de Salvação Pública.

“Os mercados estão a ser construídos com base em material altamente inflamável e de pouca duração. São construções precárias e há falta de ordenamento territorial e isso contribui para que os incêndios sejam de grandes proporções”, explicou Arcélia Cossa, porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública.

Por isso, o SENSAP destaca a necessidade urgente de reforçar os mecanismos de prevenção contra incêndios nos mercados.

“Há necessidade de a instalação eléctrica estar em boas condições, mas não é o que acontece em muitos mercados, pois estas são deficientes. Todos os mercados devem ter extintores e pessoas preparadas para controlar quaisquer eventualidades nas instalações e acima de tudo estas devem estar em boas condições”, acrescentou a porta-voz.

No mercado Xipamanine, não há bocas-de-incêndio, que serviriam para evitar o alastramento de chamas. Há apenas dois tanques de água e dez extintores para mais de 100 bancas e barracas. E os vendedores sabem dos riscos que correm.

“Eu não tenho extintor, mas sei que é necessário comprar para poder me proteger e evitar danos maiores”, disse Fátima Alexandre.

Por outro lado, no Mercado Central, ter extintor em dia é uma das condições para fazer negócio e as bocas-de-incêndio foram montadas em todas as paredes.

“Nós temos extintores em todas as barracas e temos cinco mangueiras, que foram montadas em todas as paredes do mercado, em que, através de uma máquina, podemos pressionar para que tenham muita pressão”, explicou Salomão Macombe, membro da Comissão dos Vendedores do Mercado.

Só nos primeiros seis meses deste ano, totalizaram-se catorze mercados municipais afectados por incêndios, em todo o país.

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