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Incêndio destruiu o único estúdio profissional de música na cidade de Inhambane

Foto: O País

“Mas, afinal, o que aconteceu?” Era a pergunta que todo mundo fazia, quando via, incrédulo, o único estúdio profissional de música em Inhambane ser consumido pelas chamas. Era um sonho que foi construído por mais de sete anos, mas transformado em cinzas em apenas quatro horas.

Tudo começou por volta das 15h de terça-feira, quando o fogo deflagrou na sala da mixagem, até que foi descoberto por uma criança que comunicou, imediatamente, à mãe.

Mas, quando tentaram entrar no estúdio, houve uma explosão e, logo a seguir, muita fumaça, que deixou toda gente com medo e ninguém mais quis entrar naquele local.

Imediatamente, as pessoas começaram a pedir socorro, e outras próximas a chegar para ajudar. O socorro chegou, mas era difícil entrar, de tal modo que tiveram de abrir um buraco numa das paredes, na tentativa de salvar alguma coisa, mas, em vão, uma vez que tudo foi consumido pelas labaredas e o que não foi queimado molhou com água, usada para apagar o incêndio.

Foi considerada uma grande batalha, uma vez que a cada vez que tentavam apagar as chamas, estas pareciam aumentar. É que, no local, além de material electrónico, as paredes eram forradas de material inflamável, nomeadamente, papelão, cascas de coco, folhas de coqueiro e outro material que era usado para decorar as paredes do estúdio. O chão era todo feito de madeira de coqueiro que também contribuiu para que o fogo se espalhasse rapidamente.

O Corpo de Salvação Pública chegou logo depois que o incêndio começou, mas também não pôde fazer muita coisa para salvar o equipamento. Foram necessárias quatro horas para debelar o fogo por completo.

Segundo o comandante do Corpo de Salvação Pública, os bombeiros tiveram dificuldades, precisamente porque tinham de percorrer 30 quilómetros para abastecer os camiões de água para debelar as chamas.

Tudo parecia controlado quando os bombeiros estavam no local, mas, quando saíam para abastecer os camiões, as labaredas ganhavam espaço e voltavam a consumir tudo que encontravam pela frente.

Conseguiram controlar, mas, esta quarta-feira, o saldo era negativo. No local, era possível encontrar detritos – material electrónico reduzido a cinzas –, misturado com areia que foi jogada no interior do estúdio para apagar as chamas.

Além de ser o único estúdio profissional para os músicos não só de Inhambane como também de outras regiões, o espaço, que hoje está reduzido a cinzas, era uma incubadora de talentos, num projecto que envolve crianças da cidade de Inhambane.

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