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Inaugurado centro de dados da Raxio Moçambique em Beluluane

O país conta, desde ontem, com um centro de dados de raiz, com capacidade para conectar provedores de serviços ligados à internet, quer nacionais quer internacionais. O investimento de cerca de 20 milhões de dólares norte-americanos é da Raxio Moçambique.

Com o simples corte de fita, feito pelo governador da Província de Maputo, Manuel Tule, nascia, no Parque Industrial de Beluluane, município da Matola-Rio, uma infra-estrutura de dimensão internacional que compromete-se a ajudar o país na transformação digital.

Trata-se de um centro de dados com capacidade para agregar provedores de conectividade de fibra, e não só, sejam eles nacionais sejam internacionais, que queiram prestar serviços no país, tanto para o sector público como para o privado.

Na fase de construção, o empreendimento empregou 200 trabalhadores, na fase de implementação da tecnologia, 80, e hoje, actualmente em operação, 17 trabalhadores.

“Um centro de dados como este agrega conectividade. Todos os provedores de conectividade de fibra do país e também de fora do país que queiram prestar serviços cá, eles trazem os seus serviços para aqui, para poderem servir o empresariado local, para poder servir o sector público e, com isso, dinamizam o ecossistema digital. Neste centro de dados, também temos provedores de cloud e virtualização, que são serviços cruciais nos dias de hoje para o sector público, assim como para o sector privado, que nos permite realizar aquilo que é a ambição de soberania dos dados que o Governo tanto tem puxado nos últimos anos, que é garantir que nós processamos os nossos dados internamente”, disse o director-geral da empresa, Emídio Amadebai.

De acordo com a direcção da empresa, a Raxio pode ajudar o mercado a trazer para o país serviços que habitualmente vêm de fora, como o da TikTok, Microsoft, Google.

“Nós acedemos a esses serviços fora do país tipicamente, e, porque nós vamos aceder lá fora, o custo de internet é muito alto, e nós vimos que houve uma greve há pouco tempo de estudantes que reclamavam de que o custo de internet em Moçambique é alto, e é importante ter aqui a contextualização, porque é que esse custo é alto? É que nós não temos infra-estruturas deste calibre no nosso país que permita operadores grandes como a Microsoft, Amazon virem para cá e colocarem os seus stacks, ou seja, a sua infra-estrutura como deve ser, porque eles não podem fazer isso cá, eles fazem nos países vizinhos onde há infra-estruturas deste calibre. E quando eles fazem lá, nós temos de ir buscar serviços lá e temos de pagar muito mais caro para ter esses serviços. Se temos os serviços cá, com provedores de cloud na Raxio, com provedores de conectividade na Raxio, então, todos esses serviços acabam ficando mais acessíveis”, referiu o director geral da empresa.

Coube ao CEO da Raxio anunciar, ontem, o início das actividades da empresa no país. Na ocasião, agradeceu o apoio dos parceiros e falou da quota da empresa em África.
“A Raxio é hoje o operador de centros de dados com maior presença geográfica em África com data centers em vários estágios de operação e desenvolvimento em sete países: Uganda, Etiópia, Moçambique, Costa de Marfim, Congo, Angola e Tanzânia. O nosso lançamento aqui é o segundo de uma série de lançamento em 2024. É um grande ano para nós. Não é uma coincidência, é fruto do trabalho que temos estado a fazer durante os últimos cinco anos e nem por isso tira a dificuldade e a complexidade. Em 2024, vamos abrir além dos dois que já temos abertos, este é o da Etiópia, na Costa de Marfim, em Congo e Angola”, referiu o CEO da Raxio.

O governador da Província de Maputo não só fez o corte simbólico da fita, mas também falou da importância da infra-estrutura para o país e o mundo.

“O estabelecimento desta importante instalação de data center, a primeira deste calibre, e a mais avançada no país, marca um passo significativo na evolução de Moçambique rumo à transformação digital”, disse o governador no seu discurso de ocasião.

Por seu turno, alguns presentes na cerimónia destacaram a qualidade que poderá ser acrescida pelo centro de dados ao mercado global.

“Este investimento ajuda a pessoas como eu, ajuda o país, em geral, a desenvolver a área de tecnologia e telecomunicações, a de providência de internet e desenvolvimento do país, porque sem centro de dados não há lugar para o país manter os dados dentro do país e isso é uma coisa muito importante”, disse Pedro Rabaçal, consultor da área de tecnologias.

Por seu turno, Alexandre Nheve, director geral da Seacom, os cabos submarinos que ligarão a Raxio poderão reduzir o custo da internet para a comunidade.

“Quando encontramos infra-estruturas como estas da Raxio, faz com que vários parceiros possam encontrar um local fértil para poderem acomodar as suas infra-estruturas e assegurar, acima de tudo, que a qualidade da rede seja uma realidade”, avançou Nheve.

Estiveram presentes na cerimónia representantes de entidades públicas e privadas, a administradora da Matola-Rio, diplomatas, e outras personalidades.

 

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