O Instituto Nacional de Transportes Rodoviários (INATRO) reconhece que há demora no processo de examinação de candidatos a condutores, porém não vê relação de causa-efeito entre isso e o pretendido aumento dos preços nas escolas de condução.
Na última semana, as escolas de condução anunciaram que pretendem aumentar os preços, de cerca de mil Meticais, para ingresso e aprendizagem da condução rodoviária.
Um aumento que, para as escolas, tem muitas razões de o ser, desde os custos de produção e de combustíveis para o funcionamento dos carros de simulação. Mas, fora isso, as escolas dizem que, desde a eclosão da COVID19, o INATRO tem estado a ter muita lentidão para tramitar os processos de candidatos a condutores e isso faz com que estes tenham de ficar por muito tempo a frequentar as aulas, o que acarreta custos adicionais.
Entretanto, o INATRO, na pessoa do seu Presidente do Conselho de Administração, Chinguane Mabote, entende que essa não pode ser a razão, até porque “não há uma relação de causa-efeito”.
“Não há nenhuma obrigação para que as escolas dêem aulas acima do mínimo exigido”, ou seja, interpretando o que o INATRO está a dizer é que, mesmo que o processo esteja a demorar, as escolas devem deixar os alunos em casa à espera dos passos subsequentes.
Sobre a subida dos preços em si, o INATRO, até aqui, está de mãos cruzadas, porque a lei não lhe dá muito espaço para intervir. “Mas, claro, vai merecer uma reflexão crítica da nossa parte”, garantiu o PCA.
Isso não quer dizer que esteja tudo bem com os serviços. Há problemas, mas o Presidente do Conselho de Administração prefere passar a culpa aos outros. “Eu não estou satisfeito com os serviços prestados pelos nossos provedores, mas estamos a criar condições para intervir junto dos nossos técnicos”, disse Mabote.
E por falar em provedor, o INATRO, a estas alturas, não tem actualizações sobre o processo de pagamento dos 40 milhões de Meticais que o INATRO deve à Brithol Machcoma e, por conta disso, houve rescisão do contrato para impressão das cartas de condução.
Em todo o caso, o INATRO deverá anunciar, brevemente, um novo provedor dos serviços de impressão de cartas de condução, em função dos resultados do concurso que foi lançado após a rescisão do contrato com a Brithol, sendo que, neste momento, não há impressão de cartas definitivas no país.