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Impacto da guerra no Médio Oriente: “Banco de Moçambique está a ser alarmista”

Foto: Diário Económico

O economista Egas Daniel considera que o banco central está a ser relativamente alarmista ao referir que a guerra no Médio Oriente pode afectar a importação de combustíveis para o país, dado que cerca de 74% dos combustíveis consumidos em Moçambique são provenientes daquela região.

No último Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação do Banco de Moçambique, a instituição financeira lançou um alerta segundo o qual o conflito entre Israel e Palestina pode prejudicar o comércio entre o país e o Médio Oriente, com grande impacto nas importações de combustíveis para Moçambique.

A autoridade monetária justifica-se pelo facto de que, segundo disse, o país importa cerca de 74% do combustível em países do Médio Oriente.
Falando, esta segunda-feira, no programa Noite Informativa da STV, o economista Egas Daniel, disse que a comunicação do banco central era “uma tendência relativamente alarmista, conservadora e rigorosa para tentar abordar a situação”.

O economista considera não haver “caso para tanto”. Para si, o conflito na Faixa de Gaza não vai ter “um impacto directo sobre o volume de transações que o país tem com aquela região”.

O economista concorda, porém, com as afirmações do Banco de Moçambique, no sentido de que o conflito pode influenciar o preço internacional dos combustíveis.

“(…) O que este conflito pode gerar para o mundo, sob o ponto de vista da pressão que poderia fazer sobre o preço dos combustíveis, principalmente sobre o crude, considerando pressupostos como continuidade, intensidade e alargamento do conflito para outros países que estão naquela região”, afirmou.

A solução para a questão das importações pode estar na exploração do gás natural no país, “não usando directamente as suas receitas, mas tendo-o como uma fonte alternativa de energia para poder equilibrar a nossa matriz energética”, explicou Egas Daniel.

Apesar de considerar o alerta do banco central “relativamente alarmista e rigoroso”, o economista diz que pode ser uma forma de prevenir o mercado nacional, tendo em conta a experiência adquirida com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

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