No ciclo de comemorações dos 200 anos da Ilha de Moçambique, um grupo de estudiosos vai discutir a questão da escravatura.
A investigação e a realização de estudos sobre a escravatura, que possam contribuir para a unidade dos povos, aproximação com a Diáspora africana e a paz é um dos principais focos do colóquio internacional sobre escravidão que a Casa Girassol, na Ilha de Moçambique, acolhe até quinta-feira.
Sob o tema “Memórias da Escravidão na Ilha de Moçambique: História, Resistência, Liberdade e Património”, o colóquio está inserido nas comemorações dos 200 anos da Ilha de Moçambique como cidade, considerada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e do Dia Internacional da Lembrança do Tráfico de Escravos e da sua Abolição.
Organizado conjuntamente pela UNESCO, Oficina de História em Moçambique e as Universidades Pedagógica e Eduardo Mondlane, o colóquio vai reunir, durante quatro dias, vários investigadores, estudantes e professores universitários de vários países, nomeadamente África do Sul, Brasil, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos da América, Ilhas Reunião, Madagáscar, Portugal, Quénia e Moçambique. Apesar da História de Angola ter parte ligada à escravatura e muito trabalho, o país está a realizar, quer individualmente, através do projecto “A rota dos Escravos”, quer com outros países dos PALOP, não está presente neste evento.
O colóquio é uma oportunidade para reunir, na Ilha de Moçambique, vários investigadores internacionais para reflectirem sobre a escravidão, bem como para a partilha de trabalhos em curso e finalizados, experiências técnicas e metodológicas entre vários pesquisadores que participam no evento.
O projecto vai fomentar a criação de núcleos e grupos de pesquisa sobre escravatura, aplicação para fundos de pesquisas conjuntas, intercâmbio académico e científico, publicação das comunicações apresentadas e realização de eventos académicos. O colóquio vai ainda estimular entre os estudantes dos sistemas e subsistemas de ensino o conhecimento sobre a história da escravidão em Moçambique e na diáspora, assim como lançar um desafio às instituições governamentais moçambicanas que superintendem a área do ensino a incorporarem conteúdos sobre a matéria nos programas de ensino.