Há falta de comunicação e coordenação entre os Estados-membros do Grupo de Trabalho de Inspectores de Defesa da SADC, cuja tarefa é garantir que actividades, como as da força que combate o terrorismo em Cabo Delgado, decorram sem sobressaltos.
Moçambique participou, esta terça-feira, na 16ª Reunião Anual do Grupo de Trabalho de Inspectores de Defesa da SADC, cujo propósito era avaliar as actividades realizadas desde o encontro anterior, analisar o relatório do presidente da Troika cessante e discutir, entre outras actividades, o relatório da missão de reconhecimento da SAMIM.
Participaram na reunião virtual os inspectores de defesa da SADC e outros convidados dos 12 Estados-membros activos, à excepção de Madagáscar, Maurícias, Seychelles e Comores.
Coube ao presidente cessante da Troika a apresentação do relatório das actividades, durante o seu mandato de 12 meses. Entre outros aspectos, revelou-se a falta de comunicação e coordenação entre os Estados-membros.
“Houve falta de comunicação e coordenação entre os estados-membros, o que dificultou o repasse e recepção de informações. As mensagens que necessitavam de reconhecimento e respostas ao presidente não foram atendidas por razões desconhecidas”, afirmou o presidente cessante.
Um outro desafio avançado pela Troika tem a ver com a COVID-19, que, segundo o relatório, “interrompeu a execução das actividades planificadas, principalmente a fiscalização de exercícios regionais pelos Estados-membros, que não puderam ser realizados naquelas circunstâncias”.
Do lado de Moçambique, representado pelo major general Victor Muiretule, a avaliação do relatório é positiva, porém reconhece os desafios, que devem, segundo Muiretule, merecer atenção de todas as nações.
“É uma questão conjuntural, pois esta situação se relaciona com o que temos estado a tratar. Alguns estados têm dificuldades em enviar as informações, mas é um assunto que o tempo poderá resolver, uma vez que se trata de problemas técnicos. Obviamente, Moçambique não está fora desta linha de dificuldades de comunicação”, esclareceu Muiretule.
Relativamente ao Teatro Operacional Norte, o grupo de inspectores apresentou um relatório, cujo conteúdo não foi partilhado com a imprensa.
“A SADC colocou a sua equipa em Cabo Delgado, para melhor perceber as capacidades organizacionais da força que tem estado a actuar na zona Norte, em Cabo Delgado, e para compreender, facilitar e propor medidas que devem ser tomadas a nível superior”, disse.
Na mesma reunião, Zimbabwe passou as pastas da presidência do Grupo de Trabalho de Inspectores de Defesa da SADC ao Botswana, para um mandato de 12 meses.