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Hora da verdade para licenciamento de clubes!

Os clubes nacionais continuam a saga de licenciamento, depois que a Federação Moçambicana de Futebol deliberou que os não licenciados serão impedidos de disputar provas nacionais. A Comissão de Licenciamento de Clubes analisa hoje, quarta-feira, os processos que já deram entrada.

Chegou a hora da verdade! O processo de licenciamento de clubes continua a ser a principal “dor de cabeça” dos gestores do futebol moçambicano, que ainda não conseguem cumprir com as decisões aprovadas em relação ao assunto. É que desde que iniciou a obrigatoriedade dos clubes se licenciarem para disputarem provas nacionais e internacionais, com a alegação de que os não licenciados não serão autorizados a competir internamente, nada de concreto ainda foi feito.

Para esta temporada futebolística, a Federação Moçambicana de Futebol reiterou, durante a Assembleia Geral extraordinária da Liga Moçambicana de Futebol, em Abril último, que só iriam participar do Moçambola 2019 apenas os clubes licenciados. Na ocasião, apenas cinco clubes estavam devidamente licenciados, nomeadamente os Ferroviários de Maputo e da Beira, o Costa do Sol, a União Desportiva de Songo e a Liga Desportiva de Maputo, sem que no entanto fossem somente esses a disputar a competição da primeira divisão.

Novo prazo já terminou

Entretanto, e porque não havia condições para impedir que 11 equipas não disputassem o Moçambola 2019, a Liga Moçambicana de Futebol deixou seguir a prova com clubes que ainda não haviam concluído o processo e, inclusive, com aqueles que nem haviam iniciado. Mas havia que se disciplinar os clubes, para que o Moçambola seja uma competição de clubes legalizados e licenciados.

Assim, a Comissão de Licenciamento de Clubes, reunida em Maio último, deliberou que devia dar um tempo para os clubes avançarem com o processo de licenciamento, por forma a estarem legalizados, uma prorrogação que terminou a 5 de Junho passado, devendo esta quarta-feira serem analisados os processos todos para uma tomada de decisão de quais clubes devem seguir com a disputa do Moçambola e quais estarão excluídos.

De acordo com o cronograma de trabalhos da Comissão de Licenciamento de Clubes, após o término da apresentação de candidaturas de clubes, liquidação de taxas de licenciamento e entrega de formulários pelos candidatos à licença, hoje, quarta-feira, o dia está reservado para análise de processos e decisão do Órgão de Primeira Instância em relação aos processos recebidos. Assim, na próxima sexta-feira serão notificados e comunicados os clubes das decisões do Órgão da Primeira Instância, que deverão, caso ainda tenham pontos por concluir, interpor recurso da decisão até ao dia 19 do mesmo mês, junto do Órgão de Apelo.

Cinco depois do Órgão de Apelo receber os recursos dos clubes, vai tomar a sua decisão, que será comunicada aos clubes visados no dia 26 de Junho, quatro dias antes da Comissão de Licenciamento de Clubes enviar o relatório a Confederação Africana de Futebol, dando as conhecer os clubes licenciados e que estão permitidos a disputar, não só as provas internas, mas também para as competições africanas de clubes, nomeadamente a Taça CAF e a Liga dos Campeões, na sua edição 2019/20, que inicia em finais do mês de Julho com as pré-eliminatórias.

Recorde-se que Moçambique vai inscrever quatro clubes nas competições africanas, nomeadamente duas na Liga dos Campeões e outras Taça CAF. Para já há a possibilidade das duas primeiras classificadas do Moçambola 2019, União Desportiva de Songo e Ferroviário de Maputo, disputarem a Liga dos Campeões africanos e os finalistas da Taça de Moçambique, edição 2019, Costa do Sol e Ferroviário da Beira, disputarem a Taça CAF.

Clubes ainda organizam documentação para o licenciamento

Entretanto, contactados pelo País”, alguns clubes que disputam o Moçambola reconheceram a sua fragilidade em juntar toda documentação para o licenciamento de clubes, mas garantiram estarem em fase de organização da mesma para a sua submissão à Comissão de Licenciamento de Clubes. É o caso do Desportivo de Nacala, do Baía de Pemba e do Têxtil de Púnguè que estão na fase de submissão, pese embora os prazos tenham já expirados.

Os clubes colocam como principal obstáculo a questão do relatório financeiro do clube e a área infraestrutural que ainda não estava terminado para que pudessem fazer a submissão.

O Desportivo de Nacala, por exemplo, já avançou com o pagamento da taxa de licenciamento e outros requisitos, mas porque ainda estava numa fase de mudança do relvado do campo da Bela Vista, ainda não tinha terminado o relatório referente a parte infraestrutural, tal como terá acontecido com o Ferroviário de Nacala, que também utiliza o mesmo campo da Bela Vista, ora já com um novo piso sintéctico. Aliás, a questão do campo também foi apresentado pelo Baía de Pemba, que sofreu com a passagem do ciclone Kenneth, tal como aconteceu com o campo do Ferroviário da Manga, utilizado pelos “fabris” da capital de Sofala.

Os clubes assumiram a intenção de submeter a restante parte do processo nos próximos dias, de modo que não sejam sancionados com a não participação em provas nacionais.

De acordo com a Comissão de Licenciamento de Clubes, as taxas a serem pagas variam de escalão da disputa das provas, sendo que para as equipas que estão no Moçambola o valor de 60 mil meticais, enquanto os da divisão de honra são 30 mil meticais. As equipas que disputam os campeonatos provinciais deverão pagar uma taxa de 15 mil meticais para o pedido do certificado de licenciamento de clubes.

 

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