Numa entrevista concedida esta terça-feira, ao programa “Noite Informativa” da STV, o historiador Rui Tavares, baseado em Portugal, disse que quer a continuação das medidas de saúde pública preventivas, quer o relaxamento das mesmas são cenários que terão impacto negativo no sector da economia.
O historiador português considera ainda que o sistema mundial já estava desequilibrado antes da pandemia, razão pela qual não será possível voltar-se à normalidade. Por isso, defende um reequilíbrio entre a saúde e a economia, através de novas plataformas de apoio financeiro.
Tavares recorreu ao exemplo do Brasil, onde inicialmente, várias medidas foram ignoradas pelo presidente Brasileiro, Jair Bolsonaro, àquilo que antes chamou de “uma simples gripezinha” e que, depois teve um corolário marcado por fatalidades.
“ Nós não devemos tentar voltar ao normal nos devemos é apoiar esse sector da economia para distribuir a produção e para que muita gente possa comprar através dessa via mais segura. É Importante que as pessoas não percam rendimento, é preciso diretamente injetar-se nas contas bancarias dos cidadãos para que durante esses dois meses as pessoas continuem a ter rendimento disponível para fazer as compras” defendeu, Tavares
Relativamente às questões ligadas ao perdão de dívidas aos países com indicadores de pobreza na África em tempos da Covid-19, o historiador refere que a medida é oportuna para que se possa encontrar um equilíbrio para fazer frente à pandemia da Covid-19 e espera que a conferência da União Europeia (EU), a realizar-se no próximo ano e presidida por Portugal, a Organização possa não apenas discutir sobre o alívio das dívidas em países africanos, mas também, venha implementar um plano de desenvolvimento da região.