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Hélder Martins diz que país devia reduzir dias de quarentena e isolamento

Foto: O País

O argumento do antigo ministro da Saúde é de que a variante Ómicron revelou que o período de incubação do vírus é reduzido. Hélder Martins fala também das medidas de prevenção e diz que chegam sempre tardiamente, o que dificulta o controlo da doença.

“O recolher obrigatório é uma das medidas completamente injustificáveis. Não tem justificação nenhuma. Eu sempre disse isso e volto a dizer”. Voltou a dizer, explicando que o recolher obrigatório não tem nenhuma implicação no controlo da COVID-19. Uma visão já conhecida de Hélder Martins, antigo ministro da Saúde e antigo membro da Comissão Técnico-científica, que defende não haver horários para o vírus se propagar.

“Dizer que o restaurante deve fechar as portas às 21 horas ou às 22 horas é ridículo. O vírus tem horário para atacar? O que é preciso fazer é apostar naquelas medidas básicas de prevenção: a higiene das mãos é fundamental, é talvez a medida mais importante, a protecção facial com máscara e viseira”, defende Martins, que aventa a possibilidade de a nova variante Ómicron ser mais infecciosa por via dos olhos.

Num contexto em que a vizinha África do Sul aboliu quarentena e isolamento para infectados pela COVID-19 assintomáticos, para Martins a variante Ómicron veio mostrar que o período de incubação do vírus é reduzido, por isso “que se diminuam os tempos de quarentena e isolamento em função desta evidência científica que está a surgir agora”.

Redução dos dias de quarentena e isolamento, por um lado, por outro, o antigo governante questiona o facto de os apertos de medidas necessárias surgirem tardiamente.

“As medidas vêm sempre atrasadas. Elas não vêm antecipar o que é que vai suceder. Elas vêm quando uma parte da população já está contaminada”.

Hélder Martins antevê, no país, o pico da quarta vaga da COVID-19 ainda para este Janeiro. Contudo, lembra que há sempre risco de novas variantes da doença e mais perigosas.

Hélder Martins, que falava no programa Noite Informativa desta terça-feira, mostrou-se céptico em relação à obrigatoriedade da administração da vacina anti-COVID-19. Diz que é preciso se pautar pela persuasão.

Ainda no Noite Informativa, esteve também Naima Capão, administradora no Instituto Nacional de Petróleos, que explicou que, na exploração do gás, no projecto Coral-Sul, não se prevê a canalização do gás doméstico, porque seria muito oneroso para o Estado. Mas, com a plataforma que vai explorar o gás natural liquefeito, Capão aponta ganhos ao Estado de até 760 milhões de dólares por ano.

“Este projecto trará muitos ganhos para o Estado, estimados em 19 biliões de dólares durante a vida do projecto, que são 25 anos, com ganhos anuais de cerca de 760 milhões de dólares”, diz Capão.

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