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Heineken despede 8.000 trabalhadores

A cervejeira Heineken está em processo de cortar cerca de 10 por cento da sua mão-de-obra, o equivalente a 8.000 trabalhadores, a nível mundial devido a quebras nas vendas provocadas pela pandemia da COVID-19. A informação consta de um relatório publicado pela multinacional.

As fábricas da empresa localizadas em várias partes do mundo, incluindo Moçambique, poderão ser afectadas pela medida, aponta o documento publicado quarta-feira. O anúncio surge após a cervejeira ter reportado prejuízos de 204 milhões de euros (cerca de 18.4 biliões de meticais) em 2020.

De acordo com a CNN, a receita da empresa caiu 16,7% para 23,8 biliões de euros (cerca de 2.149 biliões de meticais) em 2020, com o encerramento de restaurantes e bares nos principais mercados, bem como outras restrições a reuniões sociais e vendas de bebidas alcoólicas.

“O impacto da pandemia em nossos negócios foi ampliado pelos efeitos no sector comercial [bares e restaurantes] e pela exposição geográfica”, disse o CEO da Heineken, Dolf van den Brink, que assumiu o comando em Junho do ano passado, em um comunicado citado pela CNN.

Entretanto, em 2019, a multinacional holandesa reportou um lucro de 2.2 biliões de euros (cerca de 198.7 biliões de meticais) a nível mundial. A firma está presente em 70 países.

Em 2020, as vendas da firma caíram 11,9%, acima da queda de 10,9% esperada por analistas citados pela InfoMoney. Só na sede da empresa, está previsto que sejam lançados ao desemprego cerca de 20% da mão-de-obra no primeiro trimestre deste ano.

De acordo com a CNN, a Heineken estima que no fim de Janeiro, menos de 30% dos bares e restaurantes operavam na Europa, que é seu maior mercado. Muitos países da região voltaram a impor os bloqueios em Dezembro e tornaram as restrições mais rígidas desta pandemia.

Em 2020, a Heineken vendeu mais bebidas não alcoólicas, impulsionada pela Heineken 0.0 e Maltina na Nigéria. Segundo a CNN, a empresa considera que o segmento tem “muito potencial de crescimento” e que pretende disponibilizar cerveja sem álcool em todo o mundo.

HEINEKEN EM MOÇAMBIQUE

Contactamos a empresa em Maputo e prometeu pronunciar-se acerca do assunto em breve. Presente no país há cerca de quatro anos, a fábrica da empresa holandesa iniciou a produção da cerveja Heineken em Bobole, distrito de Marracuene, na província de Maputo, no ano passado. O investimento realizado até essa fase era de 20 milhões de dólares norte-americanos.

No lançamento da nova linha de produção, em 2020, o ministro da Indústria e Comércio disse que o país iria reter cerca de 50 milhões de dólares por ano que eram usados para a importação da cerveja. Antes da unidade, a Heineken vendida no país vinha da Namíbia.

O novo investimento juntava-se ao já realizado pela Heineken no país logo no início da sua actividade de 100 milhões de dólares. A matéria-prima usada na produção da Heineken não é nacional, diferentemente da Txilar que usa 4 mil toneladas de milho por ano produzido no país.

Só para produzir a Heineken em Bobole, a empresa contratou mais 40 pessoas. No ano passado, a empresa informou que iria produzir 350 mil hectolitros por ano, equivalentes a 35 milhões de litros, e as respectivas garrafas, sendo que a fábrica irá encher cerca de 16 mil garrafas por hora.

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