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HCM diz que demora no atendimento se deve às enchentes

O Hospital Central de Maputo diz que a demora no atendimento de pacientes, em alguns serviços, se deve a enchentes nos últimos meses. O director de Urgências no maior hospital do país recomenda aos utentes que recorram primeiro aos centros de saúde mais próximos das suas casas, para descongestionar o Hospital Central de Maputo.

As últimas queixas sobre a demora no atendimento no Hospital Central de Maputo vieram do serviço de Pediatria.

Os utentes entrevistados, pelo “O País”, queixavam-se de esperar longas horas com crianças doentes para terem atendimento médico.

Esta quinta-feira, a maior unidade sanitária do país chamou a imprensa para justificar a origem do problema.

“A causa principal é que vivemos actualmente uma época de pico e alta, em que há muita procura pelos serviços de saúde. É preciso referir que tanto os Serviços de Urgências de adultos quanto a Pediatria desta unidade sanitária não são como os demais, pois temos recebido pacientes da Cidade e também da Província de Maputo, bem como de outras províncias do país. Temos recebido todas as transferências, e os doentes merecem toda a atenção que lhes é devida”, justificou Justino Madeira, director dos Serviços de Urgências do HCM.

Afinal, os profissionais de saúde também não são suficientes para responder à procura.

De Novembro a Dezembro do ano passado, o Hospital Central de Maputo registou um aumento no atendimento diário, de 200 para 600 pacientes, segundo explicou Madeira.

“Há uma discrepância enorme entre a demanda e a oferta. Só para terem noção, o aumento de 200 para 600 pacientes por dia é enorme, que nem uma máquina poderia suportar. Não só, deve-se também olhar para uma infra-estrutura que, aquando da sua concepção, não se teve em conta a demanda pelos serviços que tem tido actualmente.”

Justino Madeira explicou ainda que as enchentes não reflectem mau atendimento, pois há critérios a observar para o atendimento de pacientes, tendo em conta o seu estado de gravidade.

“Existem as senhas vermelhas, que são atribuídas aos pacientes para observação imediata, porque estão em situação de emergência, em risco eminente de vida. Temos as senhas laranjas, que são também para doentes urgentes, mas que podem esperar pelo menos trinta minutos. Há também as senhas amarelas, que são para doentes menos urgentes que os de [de senha] laranja e podem esperar até duas horas. Por fim, existem as verdes, que são atribuídas aos pacientes que podem esperar de duas a seis horas pelo atendimento”.

Para reduzir as enchentes e flexibilizar o atendimento no Hospital Central de Maputo, Justino Madeira recomendou que os utentes recorram aos centros de saúde mais próximos das suas residências antes de se fazerem à maior unidade sanitária do país.

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