Foi descoberto, esta esta semana, um pote de cerâmica que prova que já havia povos que faziam trocas comerciais, na Ilha de Moçambique, muito antes da chegada dos portugueses.
O pote, com mais de 500 anos, evidencia a existência, na Ilha de Moçambique, de populações que, muito antes dos portugueses, já faziam o comércio com outros povos. Os pedaços desse pote de cerâmica carregam informação histórica preciosa, segundo revelou Ricardo Teixeira Duarte, arqueólogo há mais de 45 anos, que está envolvido na instalação do Centro de Arqueologia, Investigação e Recursos da Universidade Eduardo Mondlane, que deverá funcionar na Fortaleza São Sebastião, na Ilha de Moçambique.
“Vemos cerâmica decorada, com motivos decorativas, que pertence a tradição que designamos cerâmica sankur. Nós calculamos há mais ou menos século XVI. Quando Vasco da Gama aqui chegou (foi o primeiro europeu que chegou aqui), ele encontrou uma pequena povoação (…) então viviam aqui na Ilha populações, antes dos portugueses chegarem. Aqui estão os vestígios desse povoamento que existia antes de chegarem os portugueses”, disse.
Durante o processo de retirada, o pote foi se quebrando, mas o facto não retira o valor da importância da descoberta, no entanto, precisará de um trabalho para restaura-lo,
E porque 05 de Maio é dia do Património Mundial Africano, a Ilha de Moçambique, também Património Mundial da Humanidade, acolheu as celebrações da data, marcada por uma marcha que reuniu jovens dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, PALOP.
Este ano, a Ilha de Moçambique celebra 200 anos de elevação à categoria de cidade.