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Há fraca procura por “paixões” na Cidade de Maputo

Alguns vendedores de objectos pirotécnicos, vulgo “paixões”, dizem que este ano o comércio está a ser fraco em relação aos anos anteriores. Os comerciantes afirmam que, até o dia 27 Dezembro do ano passado, as vendas já tinham chegado a quase a metade.

Guilhermina Libane vende objectos pirotécnicos há mais de dois anos e, na ponta da língua, tem as instruções sobre o correcto manuseio, mas o movimento de clientes é fraco.

Este ano, parece que não há muitos interessados em comprar os chamados “paixões” para a passagem do ano, nem sequer por parte dos retalhistas ou quem queira para o uso próprio.

“Este ano não está a ser como tem sido nos anos anteriores, ainda há pouca aderência, acho que as pessoas temem a fluir”, disse a vendedeira Guilhermina Libane.

Um pronunciamento que é também partilhado por Rasta, outro vendedor no mercado do Xipamanine, que diz que, até ao momento, nem 20% da mercadoria saiu da sua loja, diferentemente do ano anterior.

“Estamos aqui sem clientes, não há nada, não sabemos o que vamos fazer com esta mercadoria daqui a quatro dias”, lamentou Rasta.

Acontece que, para todos, as vendas não estão a seguir o mesmo ritmo como no ano passado, altura em que o país tinha mais casos da COVID-19. O alto custo de vida é apontado como uma das causas para a fraca comercialização.

“Os clientes estão a reclamar muito, estão a dizer que não têm dinheiro” acrescentou o vendedor Félix Vilanculos.

“Esperávamos o dinheiro da Tabela Salarial Única, mas não saiu, nem o décimo terceiro e as pessoas não têm dinheiro, e estamos aqui sem clientes”, disse Rasta.

Helena Elísio comprou “paixões” para os seus três filhos e garantiu que vai tomar cuidado. “Costumo esconder, para eles não brincarem com estas coisas, porque sei que é perigoso.”

Na província de Cabo Delgado, é proibida a venda destes objectos. “Cabo Delgado tem os problemas que têm, o terrorismo, onde se pode confundir o ruído, barulho destes objectos pirotécnicos, com o som de armas, e fazer com que oportunistas se aproveitem da oportunidade para perpetrar outros actos, então tudo é para o bem das pessoas”, retirou o comandante Nacional do SENSAP, Abdul Issufo.

O Serviço Nacional de Salvação Pública apela à cautela no uso dos objectos pirotécnicos para evitar incidentes.

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