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Há fraca consciência sobre a importância de doar sangue no país

A directora nacional-adjunta do Serviço Nacional de Sangue diz que, nos últimos quatro anos, diminuiu o número de doações de líquido em parte, porque há pouca consciência da importância de doar sangue no país.

Esta quarta-feira, celebrou-se o Dia Mundial do Dador de Sangue, uma data criada com o objectivo de incentivar os dadores de sangue e consciencializar novos voluntários a doar o líquido vital.

Quando se doa sangue, geralmente se tem a noção de que se doa apenas um líquido que vai salvar a vida de uma pessoa. Mas, é mais do que isso. De acordo com os médicos, uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas.

Uma bolsa de sangue passa por vários processos antes de ser doada a outras pessoas, com destaque para a separação de componentes que a compõem, que são em número de três, segundo o analista clínico do SENASA, Nhikson Chongo.

“O sangue tem parte líquida, que é o plasma, que pode corrigir situações de anemia e ainda o concentrado de glóbulos vermelhos e o consertado de plaquetas, que são usados em casos de ferimentos por estes facilitarem a cicatrização de feridas.”

Depois de separado nestes três elementos, o sangue é examinado para garantir que não seja motivo de contaminação de doenças como HIV, hepatites e outras.

Três vezes por semana, as bolsas de sangue saem do SENASA para os diversos hospitais da capital do país.

Entretanto, as unidades sanitárias têm-se ressentido da falta deste líquido vital. De acordo com a directora nacional-adjunta do Serviço Nacional de Sangue, Dina Ibraim, os últimos quatro anos não foram muitos bons, sobretudo devido à pandemia da COVID-19.

“Devido à COVID-19, tivemos um decréscimo, os últimos anos não foram fáceis, mas, felizmente, no ano passado, conseguimos aumentar o número das nossas doações comparativamente aos últimos quatro anos, conseguimos colher 138,971 unidades de sangue. E fazendo uma análise do que foi colhido agora no primeiro trimestre, foram 33 mil unidades, acreditamos que conseguimos superar o mesmo período do ano passado que foram 30 mil unidades de sangue”, disse.

52% do sangue é garantido por dadores frequentes e 48% por dadores voluntários.

“O que nós queríamos alcançar era ter, pelo menos, 3% da população a doar sangue voluntariamente como recomenda a OMS. Isso iria permitir que o sangue ficasse sempre à espera do doente e não contrário, que é o que tem acontecido”, esclareceu a mesma fonte.

E tal tem acontecido, no entender da fonte, em parte porque há fraca consciência das pessoas sobre a importância de doar sangue.

“Nós ainda não temos uma sociedade conscientizada sobre a necessidade e da real importância da doação de sangue, muito se fala, mas poucos ainda têm conhecimento do impacto que uma doação tem para quem vive e precisa de uma transfusão”, considerou.

Entre algumas pessoas que não doam sangue, a justificativa comum é a falta de interesse.

“Nunca doei sangue, talvez por falta de interesse e porque também nunca estive numa situação em que alguém próximo precisasse de sangue”, disse uma munícipe, tendo uma outra acrescentado: “Nunca estive interessada, nunca me preocupei”.

O Dia Mundial do Dador de Sangue é celebrado, este ano, sob o lema: “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”.

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