A Biofund disponibiliza cerca de três milhões de meticais para minimizar os impactos da COVID-19 nas áreas de conservação, numa extensão de mais de um milhão de hectares. O dinheiro servirá para o pagamento de salários aos fiscais e custear a patrulha nas zonas de conservação.
As áreas de conservação ocupam 1/4 do território nacional e chegam a empregar mais de 1600 fiscais, metade dos quais, corre o risco de perder os seus empregados devido aos impactos da COVID-19.
“Quando não tem a contrapartida das receitas que advém do turismo, isso tudo determina uma situação de crise”, reconheceu Bernardo Honwana, membro da Biofund.
Na Província de Maputo, por exemplo, há quatro meses que a Sábie Game Park fechou-se aos visitantes e, não estando a gerar receitas, 18 ficais podem ser demitidos. “Não temos clientes. Esta é uma situação, extremamente, difícil”, lamentou Fernando Paulino, da Sábie Game Park.
E para contornar esta situação extremamente difícil, a Sábie Game Park solicitou 300 mil meticais dos cerca de três milhões de dólares disponibilizados pela Biofund para atenuar os efeitos negativos do novo coronavírus sobre as áreas de conservação.
“Solicitámos mais, mas, naturalmente, é preciso ajudar a todos os que pediram apoios, só nos disponibilizaram este valor”, revelou Fernando Paulino, com um tom de quem precisava de mais dinheiro fazer face aos efeitos do novo coronavírus.
O valor da Biofund será destinado ao pagamento de salários dos ficais que trabalham nas áreas de conservação bem como para costear as despesas de patrulhamento numa extensão de pouco mais de um milhão de hectares nas áreas de conservação.
“Deste modo e numa primeira fase, o Biofund irá apoiar cerca de 150 fiscais e estes terão os seus custos salariais cobertos por nós e para o sector privado a organização colocará um fundo disponível de até cerca de 50% dos custos salariais dos outros 800 fiscais”, avançou Jorge Ferrão, membro do Conselho Directivo da Biofund, acrescentando que a Biofund continuará a ter cerca de 65 patrulhas mensais durante este período estabelecido, “estas patrulhas devem realizar 27.300 horas de trabalho”.
O sector privado que actua no sector do turismo, pelo sinal o mais afectado pela COVID-19, agradece pelo apoio. “Temos que agradecer a liderança da Biofund por esse entendimento e da nossa parte comprometemo-nos a honrar a confiança que em nós deposita”, agradeceu, Pacheco Faria, da Associação Moçambicana de Operadores de Safari.
O financiamento da Biofund às áreas de conservação está dividido em duas fase, na primeira com um milhão de dólares e a segunda com dois milhões, esta última está dependente da evolução da pandemia.