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Há casas na Vila Olímpica II a seis milhões de meticais

Os apartamentos da segunda fase da vila Olímpica já podem ser vendidos. O Acordo de Comercialização foi assinado ontem pelo Ministro das Obras Públicas, o Fundo para Fomento de Habitação e a Charlestrong. As casas custam 25 mil meticais mensais por 20 anos.

São 240 apartamentos de Tipo 3, são da segunda fase do projecto da Vila Olímpica, estão no bairro do Zimpeto, arredores da cidade de Maputo e deverão ser comercializados nos próximos dias.

E o facto de o acordo de comercialização ter sido assinado ontem não quer dizer que as tenham sido prontificadas agora. Na verdade, estão lá à espera de ocupantes há mais de cinco anos. Aliás, isso já levantava alguns questionamentos sobre o propósito para que foram edificadas.

Sucede que ainda estava a decorrer um processo de negociação entre o Fundo para Fomento de Habitação e a empresa Charlestrong, que foi a responsável pela construção. Esta pretendia vender as casas a um preço de 180 mil dólares e em pronto pagamento, uma forma que, segundo João Machatine, “era impossível, olhando para o público pretendido”.

Assim sendo, foi acordado um valor de 85 mil dólares, o qual a chinesa Charlestrong queria em apenas quatro anos, com um pagamento mensal de 126 mil meticais. Diante do impasse, o FFH viu-se obrigado a subsidiar o preço em 30 porcento.

Ficou-se, então, pelos 25 mil meticais mensais durante um período de vinte anos. Durante esse tempo, somando os pagamentos mensais, o preço total vai ser de seis milhões de meticais.

João Machatine entende ser esse o valor certo para o público pretendido, “até porque vemos concidadãos nossos a pagarem os mesmos valores em casas com condições habitacionais piores do que as que temos aqui”.

E esse público, de acordo com o Governante, é composto por pessoas que ainda não tenham casas. Mas, a questão que se coloca é como saber que alguém já é ou não titular de uma residência. O governante assume que “é difícil”, mas, “o meio de aferir será de ver se o candidato obteve alguma casa por via do FFH ou não” e “essas pessoas não serão elegíveis”.

E por falar em pessoas que já tenham tido casas através do Fundo para Fomento de habitação, alguns dos beneficiários não estão a pagar. Neste momento a dívida é de 2.8 milhões de dólares, o equivalente a cerca 176.1 milhões de meticais.

Esse valor em dívida, se estivesse já com o Fundo, seria suficiente para “construirmos 300 casas do projecto Renascer”, que é um programa de casas de Tipo 0 na Katembe, cidade de Maputo, dedicado a pessoas mais vulneráveis.

Na cerimónia que marcou o lançamento da comercialização dos apartamentos foi inaugurado também um posto policial, acto testemunhado também pelo Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche.

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