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Guiné-Bissau tem dívida pública mais elevada do mundo, revela FMI

Foto: Observador

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Guiné-Bissau, José Giron, disse, esta segunda-feira, que a dívida pública do país “é a mais alta do mundo” e aconselhou o Governo a adoptar medidas de equilíbrio no próximo Orçamento do Estado.

Mesmo com a dívida pública mais alta do mundo, o FMI considera que a evolução da Guiné-Bissau “é globalmente positiva”.

Face à situação, o ministro das Finanças guineense, João Fadiá, citado pelo “Observador”, admitiu que o país ultrapassou o limite máximo da dívida no âmbito dos critérios de convergência da União Económica e Monetária Oeste Africano (UEMOA), de 70%.

Segundo avançou o ministro, a dívida pública da Guiné-Bissau actualmente é na ordem de 79% do Produto Interno Bruto (PIB), mas acredita que as medidas acordadas com o FMI e plasmadas no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2022 “vão ajudar o país a reduzir gradualmente a dívida”.

“Já em 2022, o ministro das Finanças espera reduzir em um ponto percentual a dívida e em 2026 conta atingir o limite máximo da UEMOA, fazendo situar a dívida pública em 70%”, escreve o “Observador”.

O Fundo Monetário Internacional deverá avaliar novamente o desempenho macroeconómico da Guiné-Bissau, nos próximos três meses, e aferir se há ou não condições para avançar para as negociações para assinatura de um programa de cooperação financeira.

“O FMI é conselheiro do Governo. Sabemos que o orçamento é equilibrado, conforme a nossa recomendação, porque deixa margem para pagar salários, juros da dívida e ainda fazer investimento no país”, notou José Giron.

Em resposta, João Fadiá enalteceu o facto de o FMI ter constatado “evolução positiva” do desempenho macroeconómico do país, o que disse ser fruto de “sacrifícios consentidos”, mas também pelo facto de os salários da Função Pública terem sido pagos em 2021.

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