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Guima: um Mamba com muito veneno por lançar

Os Mambas regressam à casa depois da participação no CAN da Costa do Marfim. Mas é um regresso glorioso, esperançoso e deixa muitos moçambicanos orgulhosos dos 23 jogadores que os representaram na Costa do Marfim. Caimos na fase de grupos, mas caímos em pé, porque deixamos em sentido as grandes potências africanas e mundiais: Egipto e Gana. O os jogadores foram briosos em campo.

Os Mambas entraram para o Campeonato Africano das Nações da Costa do Marfim sendo outsiders do grupo B, tal como Cabo Verde, uma vez que se esperava que Egipto e Gana fossem as equipas qualificadas e os Mambas e Tubarões Azuis lutarem pelos três pontos que dariam acesso a um dos quatro melhores terceiros de todos os grupos.

A realizade no terreno provou o contrário, com Cabo Verde a se mostrar um Tubarão duro de ultrapassar, ao vencer Gana e Moçambique e empatar com Egipto, qualificando-se em primeiro lugar com sete pontos.

Moçambique, por seu turno, muito fez, principalmente diante das grandes potências, nomeadamente Egipto e Gana, criando grandes dificuldades e, acima de tudo, a colocar as duas selecções em sentido.

Foi, do resto, uma prestação que, longe de ser o desejado, já que os Mambas queriam fazer história, acabou por ser aceitável e a revelar que há espaço para ombrear olhos nos olhos com qualquer selecção africana.

Os jogadores foram briosos e deixaram a pele em campo, principalmente diante do Egipto e Gana, onde estiveram perto de alcançar vitórias e fazer história. Ao todo, Chiquinho Conde utilizou 21 jogadores convocados, tendo ficado de fora apenas o guarda-redes Fazito e o central David Malembane, este último que esteve lesionado.

João Bonde fez apenas três minutos neste CAN e Amadou nove minutos, os únicos que não tiveram acima de 10 minutos na competição. Shaquile é outro dos jogadores que não conseguiu fazer metade de uma partida de futebol.

Em sentido contrário estão dois jogadores que fizeram a totalidade dos 270 minutos dos três jogos, nomeadamente o lateral esquerdo Reinildo Mandava, que relançou na disputa do lugar no Atlético Madrid, e o central Mexer Sitoe, que foi uma das melhores unidades dos Mambas.

Do resto, Chiquinho Conde tirou proveito de cada um dos jogadores convocados para esta competição, onde todos deram o seu melhor, incluíndo Ernan e Edmilson, que não estiveram bem nmo embate diante do Cabo Verde.

 

GUIMA E ALFONSO FORAM REFORÇOS DE LUXO

Dos convocados de Chiquinho Conde há que destacar dois jogadores recentemente naturalizados para representarem a selecção nacional. Ricardo Guimarães, do Chaves de Portugal, e Alfons Amade, do Ostende da Bélgica, foram, de longe, as melhores unidades dos moçambicanos.

Os dois jogadores, chegaram, viram, foram titularíssimos e ganharam espaço e granjearam simpatias dos moçambicanos. As suas exibições foram de grande nível nos Mambas, onde deram consistência ao meio campo moçambicano, correram que se fartaram, jogaram e fizeram jogar os seus colegas. Enfim, foram dois reforços de luxo para a equipa de Chiquinho Conde.

Basta frisar que Guima foi o primeiro jogador de Moçambique a ser eleito homem do jogo num jogo do CAN, diante de um colosso como Egipto, revela a sua importância no conjunto moçambicano. Aliás, Guima foi, do resto, uma das unidades de destaque no jogo diante do Gana, tal como Alfons Amade, que jogou discreto mas muito visível, sem comprometer.

Dos que são habituais na selecção nacional, Mexer e Reinildo foram, sem sombra de dúvidas, as nossas unidades de destaque. Mexer, sempre atento e muito confiante nas bolas de cima, vencia quase todos os duelos aéreos. Reinildo não permitia subidas no seu lado esquerdo e, vezes sem conta, fazia o corredor com alguma tranquilidade, principalmente contando com o apoio de Bruno Langa, outro jogador de destaque nos Mambas.

Aliás, Bruno Langa não fica de fora quando se fala de jogadores que estiveram acima da média neste CAN. Faltou muito de Geny Catamo, principalmente diante do Cabo Verde, quando os moçambicanos muito esperavam dele. De certo que esta sua primeira experiência num CAN vai fazer o jogador crescer sobremaneira e com maus gana de regressar a mais fases finais da maior competição futebolística do país.

 

DOMINGUES: O ÚLTIMO CAN?

Quem pode ter se despedido desta competição é o capitão Domingues. Já sem aquela frescura física habitual devido à idade que ostenta (o capitão já passou dos 40 anos), Domingues fez metade dos minutos dos Mambas no CAN. Foi titular no primeiro jogo, diante do Egipto, onde correu que se fartou, mas acabou no banco nos jogos seguintes, tendo entrado na segunda parte diante do Cabo Verde, a alinhar com o resto dos colegas que não estiveram bem em campo.

Diante do Gana voltou a iniciar o jogo no banco e entrou faltando 17 minutos para o final. Foi tempo suficiente para desequilibrar o jogo, colocar os ganeses no seu devido lugar e empurrar os Mambas a um empate que, desta vez, sabe mesmo a empate, mais descaído a vitória.

Domingues pode ter feito os últimos minutos ao serviço dos Mambas num CAN, já que ainda pode ser chamado para os jogos de Março e Junho, mas sem grande possibilidades de chegar ao CAN do próximo ano.

Entretanto é preciso destacar a acção do capitão dentro das quatro linhas como de um verdadeiro líder, aquele que consegue carregar toda equipa às costas e, mesmo com a idade que tem, continuar a fazer maravilhas e a levantar o público moçambicano.

Terá sido o último CAN de Domingues, mas a sua prestação será sempre lembrada. Aliás, mesmo sem estar mais em campo, Domingues merece um lugar na equipa técnica para continuar a levantar o ânimo dos jogadores.

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