Chegaram, ontem, quatro estudantes dos 15 moçambicanos que fugiram da Ucrânia por conta da invasão da Rússia àquele país.
É o fim de uma longa jornada de sofrimento. São quatro estudantes que viram de perto o drama da guerra e conseguiram sair do território Ucraniano com vida. Devido à intensificação dos ataques, tiveram que percorrer vários quilómetros a pé até chegar à fronteira com a Polónia.
Enquanto isso, os seus familiares sofriam cá sem poder fazer muito. Keyla Amado, que estava quase a concluir os seus estudos, foi quem facilitou o contacto entre o Governo e os estudantes na Ucrânia.
“Estava aqui de férias, não acompanhei no terreno. Soube através dos meus colegas que estavam na Ucrânia a estudar. Foi um processo complicado porque os estudantes estavam dispersos no país”, explicou Keyla Amado.
O suspiro de alívio se observou e o nome de Deus foi invocado.
“Só quero agradecer a Deus, o Governo moçambicano e a todos que estiveram a orar por nós”, Regina, estudante que viu de perto o conflito na Ucrânia.
São jovens moçambicanos que rumaram à Ucrânia para estudos, mas o sonho foi interrompido.
“Nossos estudos e sonhos foram interrompidos. Pedimos apoio a quem puder para dar continuidade com os mesmos. Já estava para concluir, mas esta situação obrigou-me a parar”, lamentou Keyla Chichava.
De acordo com o Instituto Nacional Para as Comunidades Moçambicanas no Exterior, a operação só foi possível graças à colaboração dos estudantes, sendo que 11 continuam na Polónia e Finlândia, em segurança.
“Houve uma forte movimentação dos pais e dos próprios estudantes para alcançar o feito. Estivemos a trabalhar com a nossa embaixada em Moscovo de modo a garantir a máxima segurança possível aos estudantes e criar algumas facilidades”, disse Armando Muiuane, Director do INACE.
As autoridades governamentais apelam, ainda, aos moçambicanos que estão na diáspora para que efectuem o registo consular, como forma de facilitar a sua localização em casos similares ou de pedido de ajuda.