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Continuam queixas de descriminacão a autistas 

Ainda há queixas de estigma e descriminacão contra pessoas autistas no país. A Associação Moçambicana de Autistas diz que o problema está a dificultar a formação e inserção social deste grupo.

Uma condição pouco conhecida, embora os sinais apareçam nos primeiros meses de vida. 

Dificuldades na fala e pouco contacto visual. Um simples toque, luz ou barulho são suficientes para causar uma crise. 

O desconhecimento do autismo, faz com que muitas vezes, seja associado a doenças, entretanto a terapeuta ocupacional, Ivone Leonardo explica que “o autismo não é doença, porque a pessoa que padece desta condição tem a capacidade de fazer qualquer actividade  que uma pessoa que não está doente realiza. Elas apenas precisam de reabilitação e os terapeutas ocupacionais e de fala é que promovem estas habilidades”. 

O autismo é um transtorno que afecta a capacidade de relacionamento com as pessoas e o meio ambiente. 

Vezes há em que o diagnóstico tardio faz com que pessoas autistas cresçam sem acompanhamento médico, no meio de mitos e suspeições a perturbações mentais.  

O pai da Mayara contou à nossa equipa de reportagem que descobriu que a sua filha é austista só aos três anos de vida. Sem muito a fazer, submeteu-lhe a um tratamento especial. 

“A Mayara tem muitas limitações, que tem haver com a interação com as outras crianças e a atenção, entretanto grande parte daquilo que eram as limitações foram ultrapassadas com o tempo através das terapias e o apoio familiar”.

A atenção familiar é crucial para lidar com o autismo, segundo explicou a terapeuta ocupacional.

“Os pais devem amar essas crianças  e perceber que elas têm a capacidade de desenvolver habilidades e precisam apenas de ajuda de especialistas”.

Para pais e encarregados de educação como os da Mayara, o sonho é que haja mais técnicos especializados para melhor entender o autismo, como forma de acabar com o estigma e a descriminacão.  

Para a Associação Moçambicana de Autistas (AMA), este facto faz com que este grupo social seja excluído do sistema nacional de educação.  

“Existem ainda muitas dificuldades para os professores conseguirem entender crianças autistas, mesmo compreendendo ainda que há muita dificuldade em ter uma educação inclusiva porque os professores não estão capacitados”, explicou Nélia Macondzo, presidente da associação. 

Outra preocupação é a inexistência do número de autistas no país, o que dificulta o acompanhamento. 

“Gostaríamos que tivesse porque é algo que nos ajudaria a mostrar as pessoas que há cada vez mais autistas. Esta é uma condição que não afecta só as crianças e provavelmente existem pessoas adultas com esta sindrome”. 

Como forma de reflectir sobre estas preocupações, apelar para maior inclusão e exigir o mais respeito aos seus direitos, a Associação Moçambicana de Autistas juntou-se este sábado na cidade de Maputo, para uma marcha por algumas avenidas.

O grito era um só….

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