O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, diz que a paz é um bem que o país aprendeu a valorizar, apesar de existirem forças externas que implantam desordem através do terrorismo.
Diante de jovens e estudantes da Universidade Eduardo Mondlane, Armando Guebuza foi chamado a palestrar e falou da importância das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Para o antigo estadista, a entrega dos jovens da geração 25 de Setembro, que se dedicaram à conquista da independência, produziu o ambiente de paz que deve ser preservado.
Para Armando Guebuza, “a paz é um bem valioso que o povo moçambicano aprendeu a valorizar. A violência da ocupação colonial em todas as suas formas vexatórias, a Luta de Libertação Nacional, com todo o derrubamento do sangue que implicou, as agressões a que a nação esteve sujeita desde os primeiros anos da independência, tudo isto inculcou nos corações e na mente dos moçambicanos uma vocação ardente pela paz”.
Apesar disto, o antigo estadista diz que a preservação da paz deve ser um trabalho contínuo, afirmando que o país tem vários inimigos que constantemente lutam contra a estabilidade. Na sua visão, a eclosão de uma instabilidade local em Cabo Delgado é um factor que consubstancia a existência de inimigos não declarados contra a independência do país.
“As forças que nunca quiseram que fôssemos livres continuam, embora de outras formas, a não querer que nós sejamos livres. Ameaças como o terrorismo hoje, consubstanciado na guerra em Cabo Delgado desde 2017, a pilhagem dos nossos recursos, o tráfico internacional de drogas, de pessoas e bens, dentre outras ameaças, merecem uma melhor aptidão logística e militar das nossas forças de defesa e segurança e carecem de uma avaliação e estudo permanente. Continuamos a investir no reforço da unidade nacional”, acrescentou Guebuza, falando diante de académicos e pesquisadores.
Armando Emílio Guebuza faz parte do grupo dos jovens moçambicanos que, há 60 anos, desencadearam a Luta de Libertação Nacional, cujo objectivo estava assente na construção do plano da unidade nacional, com guerrilhas e ideias.
No entender de quem dirigiu o país por 10 anos como Presidente da República, a unidade deve ser mais do que palavras ou teoria. “Nunca é suficiente. Não fiquemos satisfeitos com o facto de alguém vir a público e falar de unidade nacional. A unidade nacional não se fala só, sobretudo prática-se, convive-se, aprende-se uns dos outros, uns com os outros. E a unidade nacional é fundamental”, adverte Armando Guebuza.
Com o lema “Progressos e desafios do Moçambique contemporâneo”, a palestra realizada no âmbito das celebrações de 25 de Setembro, dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, faz parte de uma série de actividades organizadas pelo Estado, e cerimónia oficial está marcada para esta quarta-feira, no espaço da antiga FACIM, na capital do país.
No local, está preparada uma exibição e exposição dos trabalhos desenvolvidos pelas FADM, nas suas diversas ramificações de defesa da pátria.