A 19 de Fevereiro, 16 pessoas morreram devido ao deslizamento de lixo sobre residências em volta da lixeira de Hulene, em Maputo. O Conselho Municipal da Cidade de Maputo pediu apoio técnico e financeiro ao Governo para o encerramento da lixeira. O fecho definitivo da lixeira é tido como a única alternativa para que tragédias, como a ocorrida na semana finda, não voltem a acontecer naquele lugar.
O Governo prevê anunciar, dentro de 60 dias, o encerramento definitivo da lixeira de Hulene. O Município de Maputo e o Governo estão a trabalhar num plano de reassentamento da população. A garantia foi dada pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, à margem de um encontro mantido com o seu homólogo português.
Celso Correia diz que o encerramento da lixeira é algo urgente, “para ontem”. Devido a esta urgência será identificado um lugar provisório que servirá de lixeira. “O Governo propôs ao município a criação de um aterro controlado que irá funcionar durante oito a nove meses até a conclusão da primeira fase do aterro de Matlemele. A construção de um novo aterro não resolve o problema do aterro antigo. O aterro antigo deve ser intervencionado para garantir os níveis de segurança que o Governo deseja”, disse Correia.
Espera-se que a primeira fase nas obras do aterro de Matlemele fique pronta em 2019. Será colocada vedação em volta da lixeira de Hulene, para garantir que populares não tenham acesso a mesma. No momento, uma equipa da polícia municipal está a guardar o recinto. Quanto às famílias que residem em volta do aterro de Hulene, o Governo identificou uma área de 60 hectares em Possulane, distrito de Marracuene, na província de Maputo para o reassentar as pessoas afectadas.
“Não nos interessa reassentar famílias que depois não tem fonte de rendimento na sua nova aérea de inserção. Estamos preocupados com a sua reinserção económica, As famílias que ocupavam as áreas em volta da lixeira viviam deste negócio informal do lixo. É muito importante encontrar esta resposta para que elas não regressem a esta actividade”, explicou o ministro. O centro de acomodação do bairro Ferroviário acolhe, no momento, 155 famílias.
Celso Correia considera que as obras no aterro estão com bom andamento e que os prazos serão alcançados. Quanto a invasão do espaço por populares, o ministro deixou bem claro que não se pode comprometer o bem-estar social, e que medidas serão tomadas.
O novo aterro sanitário está a ser contruído em Matlemele na província de Maputo. Os municípios de Maputo e Matola estão a trabalhar conjuntamente no processo da nova lixeira, que irá servir os dois municípios.