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Governo só reagiu à onda de vandalização na RAS após pressão de jornalistas

Tiveram que passar seis dias para o Executivo moçambicano reagir às vandalizações de viaturas de moçambicanos na África do Sul. E não foi por iniciativa própria. A imprensa teve que confrontar, hoje, Verónica Macamo durante um evento na Presidência da República. Na ocasião, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação disse que ainda não sabe explicar o fenómeno, mas já pediu explicações ao Governo sul-africano.

O primeiro caso de queima de viaturas oriundas de Moçambique na África do Sul registou-se no passado dia 24 de Janeiro, e as vítimas foram os passageiros de um autocarro que ficou consumido pelas chamas. De lá para cá, o “O País” contactou, por várias vezes, o Gabinete de Comunicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, mas a resposta foi de que tínhamos que contactar o consulado moçambicano naquele país vizinho.

Nesta segunda-feira, isto é, seis dias depois do primeiro episódio, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação reagiu, não por iniciativa própria, mas pela pressão da imprensa.

“Estamos a trabalhar com a África do Sul. Faz parte das nossas responsabilidades evitar que os moçambicanos sejam assaltados e seus bens danificados ou furtados. A embaixada está também a trabalhar, para dizer que estamos preocupados”, introduziu Verônica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, tendo, em seguida, garantido, para breve, um esclarecimento cabal sobre o assunto e assegurado que novos episódios não vão acontecer.

“Eximos ao Governo sul-africano respostas sobre quando esses fenómenos vão terminar. Não podemos ainda dizer se é um caso de xenofobia ou não, é prematuro. Haverá uma resposta formal, achamos essa via mais adequada. Queremos que estes episódios sejam esclarecidos o mais breve possível, mas estamos um pouco tranquilos, porque temos a segurança de que medidas estão a ser tomadas para que aqueles episódios não voltem a acontecer”, concluiu a governante.

O que se sabe é que, desde o início do fenómeno, foram destruídas seis viaturas, mas o que não se sabe é quem se vai responsabilizar pelos danos causados.

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