A empresa Galp justificou, hoje, que a crise no fornecimento de gás de cozinha, verificado nos últimos dias, na região do Grande Maputo, deve-se às obras de ampliação da unidade de abastecimento do combustível na cidade da Matola bem como à crescente procura típica a estas alturas do ano. Já o Governo promete para esta quarta-feira o fim da escassez de gás na zona metropolitana de Maputo.
Segundo Paulo Varela, do departamento de Relações Públicas da Galp, as obras na unidade de enchimento de gás vieram calhar com o aumento na procura do combustível.
Conforme disse, a fornecedora viu-se obrigada a ajustar o tempo de execução das obras e dos trabalhos do enchimento do gás, para acomodar a segurança dos seus trabalhadores.
“Por razões de segurança, as obras não podem decorrer em simultâneo com o processo de enchimento das botijas, isso para preservar a vida e a integridade física dos nossos trabalhadores. Por isso, neste momento, achamos melhor encher as garrafas no período nocturno e as obras decorrerem de dia”, disse Paulo Varela.
Apesar de a fornecedora ter ajustado o período de enchimento de gás nas botijas e de execução das obras, por razões de segurança, houve, segundo o representante da Galp, incremento da oferta entre sábado e esta segunda-feira, mesmo para responder à demanda.
A nossa fonte disse, por exemplo, que nestes últimos dias, o mercado recebeu 9 mil botijas ao dia, comparativamente aos anteriores sete 7 mil.
“Não porque estejamos a oferecer menos, até porque, nos últimos três dias, colocámos, no mercado, cerca de 27 mil garrafas, o que corresponde a nove 9 mil por dia, diferentemente do habitual”, acrescentou.
Paulo Varela garantiu que o gás vai continuar disponível, tendo dito que, agora, o esforço é que, durante o período nocturno, haja enchimento de botijas em stock necessário, de forma a evitar que ocorra falta deste produto nos postos de venda.
Se por um lado a Galp está a redobrar esforços para minimizar a escassez do gás na região do Grande Maputo, os consumidores, por outro lado, ainda se ressentem da falta do produto. Mesmo sem uma data certa, o representante da Galp prometeu que a situação vai melhorar nos próximos dias.
“Vamos fazer tudo aquilo que for necessário para estabilizar esta procura excessiva pelo gás, mesmo dentro das limitações de que nos deparamos relacionadas com o curso das obras”.
Para Paulo Varela, a Galp Moçambique sabe que a situação tem, habitualmente, originado especulação nos preços de venda do gás. Por isso, a empresa está, junto das autoridades governamentais, a trabalhar para evitar qualquer tipo de oportunismo.
A nossa fonte avançou, ainda, que as obras de ampliação da unidade de enchimento do gás da Galp, na cidade da Matola, poderão ser concluídas em Dezembro do ano em curso.
O Governo está atento e sabe da escassez de gás de cozinha na região metropolitana de Maputo e diz já ter mantido encontros com a fornecedora Galp, com vista a ultrapassar-se o problema. O alargamento da capacidade de produção foi a recomendação deixada pelo Executivo e acredita que está a ser implementada, daí que tem datas já delimitadas para pôr o fim ao problema.
“Nós estamos a trabalhar com a empresa para reformular os turnos na perspectiva de, também, diminuir as horas da obra que é para dar espaço a ter mais um turno para o enchimento, portanto sairmos de uma condição de sete mil para cerca de oito a nove mil botijas por dia. Isto iria quebrar esta sensação da escassez deste recurso no mercado”, explicou Moisés Paulino, Director nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, concluindo, sem reservas, que “até quarta-feira, esta situação de muita procura vai passar para a história”.
Moisés Paulino confirmou, ainda, haver especulação do preço das botijas de gás por conta da escassez, um fenómeno sobre o qual, o executivo está atento e a trabalho com a equipa da Inspecção do Ministério de Recursos Minerais e Energia, assim como a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) para estancar o mal.
“Estamos cientes de que há pessoas que aplicam os preços que não têm nada a ver com os estabelecidos por lei e, por isso, as nossas equipas e a INAE estão no terreno para identificar esses fenómenos e estancar”, assegurou o Director nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, acrescentando haver, igualmente, pessoas que compram botijas a mais, “o que também, pode ser um dos factores para a escassez do gás de cozinha no Grande Maputo”.
A nível nacional, o director de Hidrocarbonetos e Combustíveis do Ministério de Recursos Minerais e Energia garante não haver crise de gás, até porque o país tem, actualmente, uma quantidade de até 25 dias de margem e, dentro de 10, poderão chegar mais navios com este combustível