O Presidente da República, Filipe Nyusi, lançou hoje, em Maputo, o programa de mobilização de cerca de 1,8 mil milhões de dólares norte-americanos para financiar a expansão dos sistemas de abastecimentos de água nas zonas urbanas no país, com a perspectiva de levar água potável a mais quatro milhões de pessoas nos próximos 10 anos.
Para além de água potável, o projecto engloba infra-estruturas de saneamento do meio que devem, igualmente, ser resilientes aos efeitos das mudanças climáticas. O lançamento do programa ocorre numa altura em que apenas 67% dos moçambicanos têm acesso à água potável uma cifra que só foi alcançada nos últimos seis anos quando o investimento nestes sistemas permitiu que mais de quatro milhões passassem a ter água em todo o país.
Recentemente, o Governo lançou o programa “Água para Vida II”, orçado em mais de 58 milhões de dólares, com o objectivo de consolidar os ganhos alcançados com a primeira fase do programa que conseguiu levar água para mais de 1.5 milhão de pessoas, principalmente nas zonas rurais do país, bem como expandir o acesso ao precioso líquido a mais pessoas.
Na ocasião, Filipe Nyusi recordou que o Governo decidiu criar, recentemente, quatro empresas públicas de gestão dos sistemas de abastecimento de água, divididos em diferentes regiões do país, que deverão assegurar o pleno funcionamento dos sistemas, bem como a sua expansão para além de introduzirem uma gestão comercial sustentável dos sistemas. Por outro lado, saúda as experiências de gestão privada de alguns sistemas construídos pelo Governo que estão a permitir uma correcta utilização e prestação de conta.
No entanto, o Chefe de Estado alertou que as tarifas de consumo de água, apesar de ser necessário recuperarem o investimento realizado e a manutenção do sistema, não podem privar o acesso à água a pessoas desfavorecidas, pelo que deve sempre encontrar-se um equilíbrio.
Durante a cerimónia, o Banco Mundial deixou a garantia ao Governo de que vai continuar a investir na melhoria e expansão dos sistemas de abastecimento de água e saneamento no país, tendo previsto para os próximos anos um financiamento na ordem de pouco mais de 500 milhões de dólares norte-americanos. O Reino dos Países Baixos, o Banco Africano de Desenvolvimento e a República Portuguesa reafirmaram, igualmente, o seu interesse em continuar a apoiar Moçambique a melhorar a disponibilização da água potável aos moçambicanos.