A aquacultura contribui em 2% para o Produto Interno Bruto nacional. O Presidente da República, Filipe Nyusi, considera o nível de contribuição baixo, tendo em conta as potencialidades marítimas do país.
Para reverter o quadro, o Presidente da República lançou, esta sexta-feira, em Chitima, província de Tete, o “Projecto de Desenvolvimento da Aquacultura de Pequena Escala (PRODAPE)”, avaliado em cerca de 50 milhões de dólares americanos e que ambiciona passar de 3 mil toneladas de pescado criado em cativeiro para mais de 24 toneladas por ano, nos próximos tempos.
“Esta iniciativa enquadra-se perfeitamente nos nossos anseios, porque envolve as famílias desfavorecidas, mas a produção precisa de ser maior”, disse o Presidente da República, que acrescentou que o PRODAPE vai mudar a abordagem aquícola do Governo no presente quinquénio.
Numa fase inicial, a iniciativa será implementada em 23 distritos das províncias de Tete, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia, Manica e Sofala. “Aprendemos com o SUSTENTA que é preciso começar pequeno para crescer e não começar grande para cair”, esclareceu o Presidente da República sobre a não abrangência nacional do projecto neste momento.
Nyusi quer que o PRODADE seja virado para uma aquacultura comercial e viável, pelo que apelou: “não compliquem, acarinhem os produtores”.
Segundo as estimativas do Governo, o PRODAPE poderá criar 17 mil empregos (directos e indirectos) e uma vasta cadeia de valor – serão abertas vias de acesso, haverá extensão da rede eléctrica, novos mercados, áreas de processamento, desenvolvimento da agricultura e do turismo.
Uma cadeia de valor vasta que Filipe Nyusi exige que seja “zoneada” para não gerar conflito.
Para os produtores, fica o desafio de garantir a qualidade exigida para explorar, não só o mercado interno, mas também o externo.