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Chissano diz que Mocumbi exerceu com brio cada missão

O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, diz que Pascoal Mocumbi foi um profissional exímio e formou excelentes quadros em cada área onde trabalhou. Chissano manifestou ainda o companheirismo que mantinha com Mocumbi, seu amigo de infância.

Num discurso longo, mais falado que lido, Chissano recordou-se da relação íntima e confidente com Pacoal Mocumbi. Foram vários os episódios vividos e partilhados, tanto entre os dois, bem como com as suas famílias, que se confundiam.

Chissano conta que sempre teve o amigo como companheiro, mesmo à distância, devido às várias missões que o crescimento (vida profissional) os impunha, mas sempre estiveram lado a lado.

Mas, por causa da doença que o consumiu durante os últimos cinco anos, partiu aquele que muito sabia da vida dele.

“Estivemos sempre juntos. Nesta viagem que começas hoje, não poderemos acompanhar-te a pé, nem de carro, mas sabemos que estarás sempre em contacto connosco”, disse Chissano, durante o seu discurso de despedida.

O antigo Chefe de Estado diz que a sua família, que é também do finado, esteve sempre unida em orações quando o finado estava doente: “Aqueles mais de cinco anos de sua doença serviram para sempre virarmos as nossas almas para Deus pedindo por ti. Estamos certos de que ele nos ouviu. Acreditamos que vais estar perto dele e vais interceder por nós”.

No último adeus a Pascoal Mocumbi, esta terça-feira, durante o velório, o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, agradeceu pelo facto de ter tido o antigo Primeiro-ministro como amigo e confidente.

“Estivemos juntos, desde aquele ano de 1952. Trilhamos muitos caminhos para criarmos as condições de luta, criarmos uma frente que é a Frelimo. Estávamos juntos, quando encontramos Eduardo Mondlane e traçamos a estratégia que culminou com a união dos movimentos de libertação”, avançou Chissano.

Já com o país liberto, Joaquim Chissano diz que Mocumbi formou mentes e profissionais em cada local por onde passou.

“Sua família não sabia que era para ser médico, mas tornaste-te médico, um médico de competência. Não sabiam que ia ser diplomata, mas foste diplomata de craveira internacional. Foste cientista de craveira internacional. Foste professor e deixas muita gente formada em todos os domínios.”

Por sua vez, Armando Guebuza entende que continuar o legado de Mocumbi é uma das formas de o imortalizar.

“Era um patriota, cientista, trabalhador… Perdemos isso. Mas, como diziam muitos intervenientes, pegaremos na sua arma para podermos prosseguir com o trabalho que ele tão bem fazia”, disse Armando Guebuza, ex-Chefe de Estado.

Guebuza reconheceu ainda que a morte de Mocumbi é uma grande perda para o país, família, bem como para o partido Frelimo.

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