O Governo assegurou a compra de mais de 30 toneladas de cereais, para garantir que a produção nacional seja consumida internamente. As garantias de compra da produção nacional foi, ontem, assumida durante a visita do ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela, a três indústrias de agro-processamento, na Matola.
O ministro da Indústria e Comércio iniciou a visita na MEREC, uma companhia que produz, diariamente, 2 252 toneladas de farinha, massas, bolachas e rações. é uma companhia que está presente em três províncias do país, nomeadamente, Maputo, Sofala e Nampula, empregando 511 pessoas.
Como forma de garantir que a maior parte da matéria-prima da Merec seja nacional, o Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) assinou um memorando de entendimento para facilitar a compra do milho. Até o final do ano, a companhia irá comprar 30 mil toneladas de milho proveniente das províncias de Niassa e Tete.
João Macaringue, director-geral do ICM, diz que este memorando vai permitir que os agricultores nacionais possam vender os seus excedentes a um preço competitivo. “Vinha sendo prática no país, sobre vários pretextos, encontrar razões para a importação de milho, mesmo com a existência deste cereal no país. Esta prática criava um grande desincentivo aos produtores nacionais, na medida em que o milho ficava nas mãos dos agricultores sem ter absorção. Este tipo de memorando tem o propósito de garantir que as indústrias adquiram a produção nacional em primeiro lugar. Os produtores poderão vender o seu produto a um preço competitivo, gerando desta forma maior rendimento para as suas famílias”, explicou Macaringue.
Gilberto Cossa, director-geral da MEREC, disse que companhia que dirige tem interesse na compra do produto nacional, promovendo o incremento da produção nas zonas rurais e no país em geral.
Da MEREC, o Max Tonela seguiu para a Higest Moçambique. Nesta companhia o ministro teve uma visita guiada, onde conheceu a fábrica de produção de rações e a linha de frango congelado. A Higest garantiu a compra de 1 400 toneladas de soja, até Dezembro de 2017.
A visita às indústrias terminou na companhia Espiga D’ouro. Esta fábrica terá a capacidade de produzir 1 800 000 (um milhão e oitocentos mil) pães por dia e irá empregar mais de mil funcionários. De um investimento de cinquenta milhões de dólares, a fábrica irá produzir pão através de máquinas, sem precisar da intervenção directa do homem.
O PCA da Espiga D’ouro, Hussein Ali Amad, diz que a companhia pretende abastecer os mercados de Maputo e Matola, numa primeira fase, mas num futuro breve irá fornecer pão às províncias de Gaza e Inhambane. Hussein Amad não revelou o preço a que o pão será comercializado, mas garantiu que será acessível e que todo o cidadão terá capacidade de o comprar.
A actividade de Max Tonela enquadra-se na estratégia de comercialização agrícola, que tem como objectivo garantir que a produção agrícola nacional seja absorvida pelo mercado interno. “Nos aproximámos do sector da indústria, mais precisamente as empresas de agro-processamento, para garantir que sejam absorvidos os excedentes tanto da produção familiar como da comercial. O nosso intuito, como Governo, é criar bases para o incremento da produção nacional de bens agrícolas, com destaque para os cereais”, disse Max Tonela.
As três companhias visitadas estão localizadas no município da Matola, em Maputo, e abastecem o mercado a nível da província e outros pontos do país. Empregam, no seu conjunto, mais de duas mil pessoas.