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Governo entrega “secretamente” autocarros movidos a gás a Maputo e Marracuene

Foto: O País

Depois de o Executivo ter defendido que estava fora de questão entregar os autocarros movidos a gás aos municípios, na semana passada, os moçambicanos foram surpreendidos pela apresentação de 34 dos 80 autocarros ao Município da Matola. Até à altura, não se sabia sobre o destino dado aos restantes 46. Hoje, a Agência Metropolitana de Transportes veio esclarecer que 40 foram entregues ao Município de Maputo e seis ao distrito de Marracuene.

Afinal, os 80 autocarros importados em Fevereiro pelo Governo já estão a circular. Segundo a Agência Metropolitana de Transportes, para além da Matola, a Cidade de Maputo e o distrito de Marracuene foram os contemplados. “De facto, as pessoas só souberam dos que foram entregues a Matola, porque foram entregues publicamente, mas os restantes também foram entregues, sendo que 40 ao Município de Maputo e os restantes seis ao distrito de Marracuene. Como devem saber, há uma avalanche de passageiros que são vistos na ponte da zona do Zimpeto e que necessitam de transporte para chegar a zonas de Marracuene”, justificou Armando Bembele, administrador técnico da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo.

E porque há experiências anteriores de má gestão destes meios, a AMT diz estar a assessorar as empresas municipais a fazerem o melhor uso dos meios. Questionado sobre a mudança de abordagem em relação à gestão dos autocarros, Bembele respondeu nos seguintes termos: “O que podemos dizer é que a situação actual é esta. Não estamos a dizer que é uma situação óptima, mas, depois de uma avaliação, achou-se por bem potenciar as empresas municipais e estão a ser tomadas medidas, em todo o processo de operação para evitar essas situações”, garantiu.

Porque aqueles autocarros só podem ser abastecidos em postos com gás, a agência garantiu estarem em curso investimentos para a criação de mais postos de abastecimento. “Nos primeiros dias, terão que abastecer nos pontos existentes, mas na zona de Marracuene, próximo da ponte, está em construção um posto de abastecimento que terá gás para abastecer aos autocarros. Garantimos que não teremos casos de carros parados devido à questão do abastecimento. Poderá acontecer se houver descuido de quem tem que controlar se o veículo tem combustível ou não, isso pode acontecer, mas todos os condutores foram instruídos para saber ler os manómetros”, explicou.

Noutro desenvolvimento, a agência disse que os autocarros têm capacidade de transportar 800 passageiros por dia e, multiplicado pelos 80 autocarros adquiridos, estão a transportar 64 mil por dia na região metropolitana de Maputo.

 

SOBRE INCÊNDIO DE AUTOCARROS: AMT FALHA ENTREGA DE RELATÓRIO DE INQUÉRITO

Sobre os incêndios em autocarros registados no mês passado, a AMT anunciou, no dia 27 de Abril, uma comissão de inquérito que deveria ter apresentado o seu relatório no passado dia 7 deste mês. Esta quinta-feira, passam cinco dias depois do fim do prazo de entrega do referido relatório e a agência não tem o relatório divulgado, mas já apresenta as constatações.

“Tudo indica que, nos casos de incêndios em autocarros, houve curto-circuito. E estes ocorreram num momento de congestionamento e o condutor perdeu tempo em querer sair da estrada ao invés de debelar as chamas. A outra falha que notamos que não pode ser voluntária, quando os automobilistas vêem fumaça, a tendência é abrir o capô do carro, sem saber que assim estão a alimentar a chama com o oxigénio e a chama ganha mais força”, detalhou.

Quanto à segurança nos autocarros, a empresa garante que fará esforços para promover formações aos condutores em regras de segurança e manuseamento de extintores para evitar situações semelhantes.

 

AUTOCARRO INCENDEIA-SE EM INHAMBANE

Mais um autocarro de transporte de passageiros incendiou-se hoje, na Vila do Save, em Inhambane. O autocarro é da transportadora CityLink e fazia o transporte interprovincial e com destino à cidade da Beira, vindo de Maputo. Transportava 50 passageiros, dos quais sete contraíram ferimentos ligeiros. Informações que nos chegam de Save indicam que os passageiros foram acomodados numa escola onde vão passar a noite. Até ontem, apontava-se o curto-circuito como a causa do incêndio.

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