O Governo do Peru decretou, este fim-de-semana, o Estado de Emergência durante 60 dias em grande parte do centro-sul do país, para “preservar a paz e a segurança” perante fortes protestos contra a Presidente Dina Boluarte.
Depois de novos protestos ontem à noite na capital, Lima, o Governo decidiu decretar Estado de Emergência em quase todo o centro-sul do país, como Madre de Dios, Cuzco, Puno, Apurímac, Arequipa, Moquegua e Tacna.
O decreto também indica que o controlo de segurança na zona de Puno irá continuar sob gestão interna das Forças Armadas, “incorporando a Polícia Nacional para alcançar os objectivos de segurança na zona de emergência”.
Além disso, segundo o Observador, em Puno foi declarada hora de recolher para a população durante dez dias, entre as 22h00 e as 04h00.
No dia 10 de Janeiro, o Governo do Peru decretou Estado de Emergência nas regiões de Amazonas, La Libertad e Tacna devido aos confrontos que estão a ocorrer durante as manifestações que pedem a destituição de Boluarte.
Milhares de manifestantes de “todas as comunidades” participaram, no sábado, no centro de Lima, “no maior” protesto, desde o início da mobilização, em Dezembro, contra a Presidente do Peru.
Sindicatos camponeses, organizações civis e movimentos estudantis das regiões andinas de Cusco e Puno, no sul do país, assim como residentes da capital Lima, concentraram-se na praça Dois de Maio para exigir, mais uma vez, a demissão de Boluarte, a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.
Ao cair da noite, a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, enquanto estes marchavam em direcção ao parlamento e ao palácio do governo. Os manifestantes, com capacetes e escudos caseiros, confrontaram-se com a polícia, disparando fogo-de-artifício e outros dispositivos.
A manifestação ocorreu um dia depois de o parlamento peruano ter decidido bloquear até Agosto qualquer debate sobre a antecipação das eleições presidenciais e legislativas para outubro de 2023.
A proposta de antecipar o escrutínio, apresentada pela Presidente Boluarte, foi rejeitada pela quarta vez pelo órgão legislativo.
Os protestos antigovernamentais começaram na sequência do afastamento e detenção, A 07 de Dezembro, do Presidente socialista Pedro Castillo, acusado de tentar um golpe de Estado ao dissolver o parlamento, que se prepara para depor o chefe de Estado.